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ID
1110664
Banca
FUMARC
Órgão
CBM-MG
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

SEM DÚVIDAS?

Rosely Sayão

Um professor universitário na área da educação disse uma frase curta que pode nos fazer refletir muito: "A possibilidade de buscar qualquer informação no Google acabou com a dúvida.”.
Realmente, conviver com a dúvida tem sido cada vez mais difícil. Quanto mais se amplia o leque de escolhas em qualquer atividade da vida, menos dúvidas queremos ter. Queremos fazer a escolha certa, para a qual não restaria dúvida alguma. Não mais nos contentamos com a melhor escolha possível ou com uma escolha suficientemente boa. Difícil, senão impossível, viver dessa maneira, não é verdade?
Esse estilo de viver complica bastante a escolha do curso universitário, tarefa na qual muitos jovens que frequentam o ensino médio estão implicados. Criamos uma série de mitos em torno da escolha da profissão que os jovens devem fazer. "É uma escolha muito séria para ser feita nessa idade" ou "Eles não têm maturidade para escolher o que farão no resto da vida" são frases que expressam algumas de nossas ideias a esse respeito.
Esquecemos que nós fizemos tal escolha com essa mesma idade? E parece que não foi uma tarefa tão complicada como temos tentado fazer com que seja na atualidade. Será porque as escolhas eram mais restritas, será que não tínhamos tanto compromisso com o êxito, com a certeza? Como as escolhas eram feitas?
Muitas escolhas profissionais foram herdadas. Conhecemos a tradição de os filhos continuarem o trabalho dos pais. Conhecemos também pessoas que fizeram escolhas por oposição aos pais. Para muitos, a escolha de herança positiva ou negativa dos pais deu certo; para outros, não deu. Mas seria diferente se fosse outro o critério usado?
Outras escolhas eram feitas com base em razões subjetivas. Uma jornalista me disse que desde criança quis fazer jornalismo, talvez por influência paterna. Não, o pai dela não era jornalista e sim leitor voraz de jornal. Isso pode apontar para escolhas feitas por influências inconscientes para as quais encontramos razões objetivas mais tarde.
De qualquer maneira, a família do jovem era a maior fonte de influências, para o bem ou para o mal, na hora de tal decisão. Hoje, a escola influencia mais do que a família. É que, pouco a pouco, a família passou a entender que deveria dar mais liberdade aos filhos também na hora de ele fazer a escolha do vestibular. Mas, para que o jovem pudesse desfrutar de tal "liberdade", ele precisaria de um apoio. E quem daria tal apoio?
A escola, é claro. Difícil, hoje, encontrar uma instituição escolar que não ofereça um trabalho de orientação profissional. E há ofertas para todo o tipo de gosto ou anseio. Aliás, tal trabalho passou a ser mais um dos itens que os pais consideram na hora de escolher a escola para o filho.
Boa parte desses trabalhos parte de um princípio: o de que a oferta de informações, de mercado ou de conhecimentos técnicos ao alunado tem o potencial de resolver a questão da angústia do jovem no momento da escolha. Os altos índices de desistência e de troca de curso ainda no primeiro ano da universidade, no entanto, contradizem tal conceito.
Talvez seja necessário que famílias e escolas revejam a parte que lhes cabe nesse processo.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2013/09/1335977-sem-duvidas.shtml (Adaptado)


Com base numa leitura global do texto, é possível fazer as seguintes afirmações, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • Quem afirma que o Google acabou com a dúvida foi um professor universitário.

    A locutora só fez uma citação...Também não afirma que acabou com a duvida 

    Fala que depois do Google conviver com a dúvida ficou mais difícil!!

    Acho que é isso..alguém arrisca rsrs

  • Alguém sabe explicar porque a letra C está correta?

  • Complementando:

    Se o Google acabou com as dúvidas, por que então, há tantas dúvidas na escolha da profissão? Por que,  consultando o Google ou seguindo as orientações profissionais fornecidas pelas escolas, são altos os  índices de desistência e de troca de curso ainda no primeiro ano da universidade? Logo, se percebe uma contradição com a frase de um professor universitário na área da educação : "A possibilidade de buscar qualquer informação no Google acabou com a dúvida.” Deu pra ver que não!!

  • Alguém poderia me mostrar onde consta no texto o entendimento de que "ao se referir à época em que as escolhas eram feitas com base na influência familiar, a locutora pretende demonstrar que a família, na hora da decisão, DEVE apoiar seus filhos."

    Não vi isso de forma objetiva.

  • Não concordo que a letra C esteja correta no sentido do texto. Essa afirmativa não está presente em nenhum contexto do artigo.

  • A locutora expõe que deve avaliar-se a questão de só a escola dar interferência, auxiliar na hora do jovem escolher o vestibular, pois há grande número de desistência e  troca de curso, deixando assim, um alerta de que as familias devem dar este tal apoio.(c)

    E, em hipótese alguma a locutora afirma que o google acabou com a dúvida, como ja foi dito, no final do texto ela ressalta : ". Os altos índices de desistência e de troca de curso ainda no primeiro ano da universidade, no entanto, contradizem tal conceito. 
    Talvez seja necessário que famílias e escolas revejam a parte que lhes cabe nesse processo. "