SóProvas


ID
1119598
Banca
CEPERJ
Órgão
Rioprevidência
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FALTA DE NEUTRALIDADE NA WEB FARÁ INTERNAUTA PAGAR “MAIS PEDÁGIOS”

Após tantos anos de debate, deve ser ?nalmente votado o projeto do Marco Civil da Internet. Ao longo das discussões, tornou-se ainda mais óbvia a importância da internet como meio de expressão social: são 105 milhões de internautas no Brasil e cerca de dois bilhões no mundo.

Um dos pontos básicos do projeto – e o que mais está em risco – refere-se à neutralidade de rede. Parece um conceito reservado apenas à compreensão dos técnicos, distante dos interesses dos tantos milhões de internautas, mas é o oposto. Esta é a chave para a manutenção da internet livre e aberta como tem sido até agora. Se o tratarmos como um tema para experts, sem decifrar este “enigma”, corremos o risco de deixar os detentores da infraestrutura de banda larga (as empresas telefônicas) intervir como quiserem no livre ?uxo de criação de sites e dados, mudando assim o espírito da igualdade dos conteúdos, serviços e negócios inovadores na rede.

Não é tão complicado como parece. Os serviços e redes de telecomunicações funcionam como uma malha de ruas e estradas, por onde trafegam os “carros” (os internautas) por todos os sites disponíveis (conteúdos jornalísticos, de entretenimento, além de serviços como e-mails, redes sociais etc.). As empresas telefônicas cobram dos internautas para trafegarem na internet em diferentes velocidades, de acordo com o plano que cada um quer ou pode pagar.

Segundo pesquisa da Mesuring Information Society, hoje 45% dos lares brasileiros pagam mensalidades a estas empresas de banda larga. Até aí, tudo bem: atualmente, após pagar o “pedágio”, o internauta pode trafegar livremente pelas “estradas” que preferir, com acesso a todos os serviços e conteúdos. A regra da neutralidade de redes garante que as condições de acesso aos sites sejam iguais, sem privilégio a nenhum serviço ou conteúdo. A única limitação é o limite de velocidade contratado.

Mas as empresas telefônicas, além de cobrarem dos usuários pelo limite de velocidade, querem cobrar em função de onde e o que o carro está fazendo, ou seja, querem poder intervir também na navegação dos internautas e na sua liberdade de escolha dos conteúdos, favorecendo os seus parceiros ou os que puderem pagar mais.

Por meio de mudanças aparentemente sutis no texto original do relator, buscam alterar radicalmente o espírito da internet livre. Impor barreiras ou prioridades para o acesso a determinados conteúdos é limitar a liberdade de acesso à informação. É tornar a internet uma rede limitada. Com a neutralidade é possível ao internauta alugar um “carro” com o tamanho e potência de motor que escolher, sendo-lhe reservado o direito de ir e vir. Se o lobby das empresas telefônicas prevalecer, o carro alugado circulará apenas por determinados locais de?nidos por elas, ou então mediante o pagamento de mais pedágios.

Convém não esquecer também de outra questão colocada no Marco Civil, que é a retirada dos conteúdos da internet. Hoje, quem produz e divulga conteúdos responsabiliza-se por eles, inclusive em juízo.

Quando se trata de inserção de conteúdos em plataformas de terceiros, o responsável pela plataforma é obrigado a retirar do ar um conteúdo tão logo receba uma ordem judicial com esta determinação ou, mesmo sem ordem judicial, por violação de suas políticas de uso, como é o caso de conteúdos postados que tenham conotação evidentemente criminosa, como pedo? lia. Mas algumas instituições sugerem a retirada do conteúdo mediante o simples pedido de um interessado, sem que o responsável pela plataforma tenha segurança de estar agindo da forma justa e correta.

É como se a editora de livros fosse obrigada a retirar partes de uma publicação mediante a simples comunicação por um interessado que sequer precisa ter qualquer relação de propriedade intelectual com a matéria publicada. É necessário, neste ponto, aprofundar a discussão dos requisitos mínimos para retirada de um conteúdo antes que passe a vigorar tal dispositivo, de modo a não colocar em risco valores sociais inegociáveis, como a liberdade de expressão.

Espera-se que a Câmara exerça a sua função de forma independente de interesses econômicos desmesurados, de modo que tal lei represente a vontade da sociedade, especialmente dos internautas, em prol da neutralidade. Só assim teremos a proteção de todos contra interferências das operadoras de telecomunicações no conteúdo que acessamos, sejam jornalísticos ou vídeos, redes sociais, e-mails, comércio eletrônico etc. Não vamos deixar que as empresas de telecomunicações restrinjam o desenvolvimento da internet.

EDUARDO F. PARAJO
(Adaptado de http://tecnologia.uol.com.br/)



“Um dos pontos básicos do projeto – e o que mais está em risco – refere-se à neutralidade de rede”. A mesma regra para o emprego do acento grave é observada em:

Alternativas
Comentários
  • Alguém me explica?

  • No caso apresentado, a assertiva "C" está correta, pois assim como a frase da questão, utilizou o acento grave em virtude da regência do verbo. Nas demais alternativas, o uso do acento grave refere-se à modo e à determinação de horário. 

  • Os outros acentos graves se justificam por serem locuções adverbiais ou locuções propositivas, que na questão são femininas.

  • macete: façam a pergunta ao verbo. na questão: refere-se ''a quê''?

    a: chegou ''onde''?

    b: pagou ''como''?

    c: assistiram integralmente ''a quê'' - GABARITO

    d: foi concluído ''como''?

    e: saiu ''como''?


  • Djalma Pacheco, verifique os casos de regência verbal. O verbo assistir assume dvs significados dependendo do uso em frase. A explicação da colega Liliane está perfeita. Procure em um livro de gramática assunto regência verbal e encontrará.

  • “Um dos pontos básicos do projeto – e o que mais está em risco – refere( VERBO TRANSITIVO INDIRETO)-se à= ("A" PREPOSIÇÃO + "A" artigo = À .) à neutralidade de rede”. 


    Vejamos :

    Nas opções "A" , "B", "D","E" temos verbos intransitivos ;

    Já no que diz respeito ao item "C", temos verbo transitivo indireto que requer preposição mais o artigo "a", conforme exposto na questão.

  • Questões de Concursos

  • a) hora exata; Chegarei às duas da manhã...

    b) expressão adverbial formada por palavra feminina; à vista, às vezes, às custas..

    c) preposição a +artigo feminino (gab)

    d) expressão adverbial formada por palavra feminina; à vista, às vezes, às custas.. etc

    e) à moda de... à francesa,à milanesa, à Ronaldinho Gaúcho... etc

     

    Observações:

    Hora aproximada não se usa crase; chego daqui a uma hora

    Expressão adverbial com palavra masculina não se usa crase: a pé, a prazo, etc

    À moda de, usa-se crase quando fica subentendido que é capaz de lançar moda, por exemplo: Ronaldinho Gaúcho, uma Francesa e uma Milanesa (quem nasce em Milão) são personagens reais que podem lançar moda, diferente, por exemplo, de Bife a cavalo ou Frango a passarinho, seres incapazes de lançar moda... valeu?

  • gente desculpe minha ignorância, mas a questão não tinha de chamar acento indicativo de crase 

  • Obrigada Ricardo Ribeiro, suas dicas são objetivas e de fácil entendimento.

  • Em primeiro lugar irei isolar a questão: "refere-se à neutralidade de rede”.

    Agora fazemos a pergunta ao verbo. Quem refere-se, refere-se a alguma coisa? = preposição a

    Neutralidade palavra feminina quem vem acompanhado do artigo definido feminino = a

    preposição a + artigo a = à craseado.

     Vamos agora procurar nas respostas onde seja aplicada a mesma regra.

    a) O funcionário chegou às sete horas no trabalho = Crase aplicada no sentido de horas = à

    b) A cliente pagou à vista por todas as encomendas = Crase aplicada em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas.

    c) Os alunos assistiram integralmente à aula inaugural = Quem assiste, assiste algo = preposição a + a = à

    d) O projeto de trabalho foi concluído à custa de muito esforço. = Quem conclui, conclui algo a+locução prepositiva = à

    e) Um dos convidados saiu à francesa da festa = à moda de = à

    A resposta que mais próxima é a Resposta: C

    Lista de preposições:

    A = a,ante,até,após

    C= com,contra

    D=de,desde

    E=em,entre

    P=per,por,perante,para

    S=sem,sob,sobre

    T=trás


  • GABARITO: LETRA C

    ACRESCENTANDO:

    Tudo o que você precisa para acertar qualquer questão de CRASE:

    I - CASOS PROIBIDOS: (são 15)

    1→ Antes de palavra masculina

    2→ Antes artigo indefinido (Um(ns)/Uma(s))

    3→ Entre expressões c/ palavras repetidas

    4→ Antes de verbos

    5→ Prep. + Palavra plural

    6→ Antes de numeral cardinal (*horas)

    7→ Nome feminino completo

    8→ Antes de Prep. (*Até)

    9→ Em sujeito

    10→ Obj. Direito

    11→ Antes de Dona + Nome próprio (*posse/*figurado)

    12→ Antes pronome pessoal

    13→ Antes pronome de tratamento (*senhora/senhorita/própria/outra)

    14→ Antes pronome indefinido

    15→ Antes Pronome demonstrativo(*Aquele/aquela/aquilo)

    II - CASOS ESPECIAIS: (são7)

    1→ Casa/Terra/Distância – C/ especificador – Crase

    2→ Antes de QUE e DE → qnd “A” = Aquela ou Palavra Feminina

    3→ à qual/ às quais → Consequente → Prep. (a)

    4→ Topônimos (gosto de/da_____)

    a) Feminino – C/ crase

    b) Neutro – S/ Crase

    c) Neutro Especificado – C/ Crase

    5→ Paralelismo

    6→ Mudança de sentido (saiu a(`) francesa)

    7→ Loc. Adverbiais de Instrumento (em geral c/ crase)

    III – CASOS FACULTATIVOS (são 3):

    1→ Pron. Possessivo Feminino Sing. + Ñ subentender/substituir palavra feminina

    2→ Após Até

    3→ Antes de nome feminino s/ especificador

    IV – CASOS OBRIGATÓRIOS (são 5):

    1→ Prep. “A” + Artigo “a”

    2→ Prep. + Aquele/Aquela/Aquilo

    3→ Loc. Adverbiais Feminina

    4→ Antes de horas (pode está subentendida)

    5→ A moda de / A maneira de (pode está subentendida)

    FONTE: Português Descomplicado. Professora Flávia Rita