SóProvas


ID
1139554
Banca
Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ
Órgão
TCM-RJ
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O imperativo da exportação, sugerido a todos os países como uma espécie de solução salvadora, é uma verdade ou apenas um mito? Afirma-se, com muita força, que os países que não exportam não têm presente nem futuro, sem explicar cabalmente por quê. A doutrina é tão forte que, embora isso não seja sempre reconhecido, chega-se ao paroxismo de agir como se o próprio território devesse também ser exportado

Comecemos pela definição de território, na verdade uma redefinição. Consideremos o território como o conjunto de sistemas naturais mais os acréscimos históricos materiais impostos pelo homem. Ele seria formado pelo conjunto indissociável do substrato físico, natural ou artificial, e mais o seu uso, ou, em outras palavras, a base técnica e mais as práticas sociais, isto é, uma combinação de técnica e de política. Os acréscimos são destinados a permitir, em cada época, uma nova modernização, que é sempre seletiva. Vejam-se os exemplos das ferrovias na segunda metade do século 19 e das infovias hoje.

A partir da constituição do Estado moderno, tudo isso era considerado como base da soberania nacio- nal e da competição entre nações. O exemplo mais eloquente é o de Colbert, ministro de Luís 14, engenheiro, geógrafo, economista, estrategista e estadista, preocupado com o traçado das estradas e canais na velha França, base, ao mesmo tempo, do crescimento do país e da sua competição com os vizinhos e com a Inglaterra. O território, assim visto, constituía um dado essencial da regulação econômica e política, já que do seu manejo dependiam os volumes e os fluxos, os custos e os preços, a distribuição e o comércio, em uma palavra, a vida das empresas e o bem- estar das populações. Era por meio desses instrumentos incorporados ao território que o país criava sua unidade e funcionava como uma região do Estado. “Regio” tanto significa região quanto reger, governar.

Com a globalização, o território fica ainda mais importante, ainda que uma propaganda insidiosa teime em declarar que as fronteiras entre Estados já não funcionam e que tudo, ou quase, se desterritorializa. Na verdade, se o mundo tornou possível, com as técnicas contemporâneas, multiplicar a produtividade, somente o faz porque os lugares, conhecidos em sua realidade material e política, distinguem-se exatamente pela diferente capacidade de oferecer às empresas uma produtividade maior ou menor. É como se o chão, por meio das técnicas e das decisões políticas que incorpora, constituísse um verdadeiro depósito de fluxos de mais-valia, transferindo valor às firmas nele sediadas. A produtividade e a competitividade deixam de ser definidas devido apenas à estrutura interna de cada corporação e passam, também, a ser um atributo dos lugares. E cada lugar entra na contabilidade das empresas com diferente valor. A guerra fiscal é, na verdade, uma guerra global entre lugares.

Por isso, as maiores empresas elegem, em cada país, os pontos de seu interesse, exigindo, para que funcionem ainda melhor, o equipamento local e regional adequado e o aperfeiçoamento de suas ligações mediante elos materiais e informacionais modernos. Isso quanto às condições técnicas. Mas é também necessária uma adaptação política, mediante a adoção de normas e aportes financeiros, fiscais, trabalhistas etc. É a partir dessas alavancas que os lugares lutam entre si para atrair novos empreendimentos, os quais, entretanto, obedecem a lógicas globais que impõem aos lugares e países uma nova medida do valor, planetária e implacável. Tal uso preferencial do território por empresas globais acaba desvalorizando não apenas as áreas que ficam de fora do processo, mas também as demais empresas, excluídas das mesmas preferências.

O termo mais-valia, presente no texto, é escrito obrigatoriamente com hífen. Entre as palavras abaixo, há uma que não deveria ter sido escrita com hífen na seguinte alternativa:

Alternativas
Comentários
  • De acordo com o acordo ortográfico de 2009, a palavra "chave mestra" se registra sem hífen.

    Gabarito : C

  • A alternativa correta seria a b) todo-poderoso.

  • Roberto, todo-poderoso é um adjetivo composto, e como tal, leva hífen.

  • Todo-poderoso é, sem dúvidas adjetivo composto, e aqui vai uma valiosa dica: plural de adjetivos compostos ocorre, em regra, flexionando apenas o segundo termo. Exs.: poema lírico-dramático (poemas lírico-dramáticoS). No entanto, há exceções à regra:

    1ª) Decoremos os casos INVARIÁVEIS de "azul-marinho" e "azul-celeste": camisas azul-marinho, bandeiras azul-celeste;

    2ª) Decoremos o caso TOTALMENTE VARIÁVEL de "surdo-mudo": crianças surdaS-mudaS;

    3ª) São INVARIÁVEIS os adjetivos compostos (relacionados a cores) que têm o segundo elemento SUBSTANTIVO: bolas verde-limão, meias verde-garrafa, paredes branco-gelo, fardas verde-oliva, batons vermelho-sangue etc.

    No entanto, as coisas não são tão simples assim. Eu entendo o companheiro Roberto Dias. Difícil, Roberto, é tentar compreender o porquê de "chave mestra" não ser caso assemelhado dos casos de "caminhão-tanque" e "carro-bomba". 

    Primeiro, entendamos juntos uma coisa muito simples, mas muito importante: nessa questão acima temos apenas um  exemplo de adjetivo composto (todo-poderoso) e três exemplos de substantivos compostos, tudo bem?!

    Beleza. Agora vejamos juntos sobre os casos de substantivos compostos. Embora a palavra "mestrA" também seja substantivo (como "tanque" e "bomba"), ela toma aqui outro sentido. Ela não significa mais "professora" ou "pessoa de grande saber", mas aquilo que é "principal", no caso, a chave (chave principal). É como se disséssemos "menina mestra" ou "menino mestre", entende? Percebamos, por outro lado, que tanque e bomba não mudaram seus significados. Percebamos que se não fosse "chave" (gênero feminino), mas uma outra palavra (no gênero masculino), como "vagão", por exemplo, seu gênero também mudaria. Como ficaria então? Isso mesmo, ficaria "vagão mestrE". Agora mudemos "carro" e "caminhão" por "carroça". Como ficariam? Isso mesmo: "carroça-tanque" e "carroça-bomba", ou seja, iguaizinhos, não é mesmo?! Nada de "tanque" ou "bomba" variarem em seu gênero. O hífen também tem essa função, companheiro, de dar à palavra uma nova identidade, digamos assim. Uma coisa é uma carroça e outra coisa é uma bomba e uma outra terceira coisa é uma carroça-bomba... acho que ultrapassei os limites do ridículo com essa história de carroça-bomba...kkk. Bons estudos!

  • Gab. C
    A palavra chave mestra não se escreve com hífen. OS ELEMENTOS FORMADORES NÃO PERDEM

    SUA SIGNIFICAÇÃO INDIVIDUAL, assim como chave eletrônica, chave inglesa, chave falsa etc.

    Fonte: http://docslide.com.br/documents/portugues-aula-02.html

  • Todo-poderoso é um adjetivo composto e sempre-viva é uma espécie de botânica, por isso têm hífen. Mas não entendi porque caminhão-tanque e carro-bomba se se escrevem com hífen, sendo que os elementos não perdem seus significados individuais, caminhão continua sendo caminhão e tanque continua sendo tanque, bem como carro e bomba

  • Caminhão-tanque e carro-bomba são vocábulos compostos formados por substantivos. Neste caso, se o segundo elemento indicar finalidade, tipo ou forma, os vocábulos são separados por hífen.

  • LETRA E

    Com relação à palavra SEMPRE-VIVA, conforme  o professor Evanildo Bechara ( in Moderna Gramática Portuguesa. Editora Nova Fronteira: 2012. Página 111) aduz:

    “5.º) Emprega-se o hífen nos compostos que designam espécies botânicas (planta e fruto) e zoológicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento: abóbora-menina, andorinha-do-mar, andorinha-grande, bem-me-quer (mas malmequer), bem-te-vi, bênção-de-deus, cobra-capelo, couve-flor, dente-de-cão, erva-doce, erva-do-chá, ervilha-de-cheiro, feijão-verde, formiga-branca, joão-de-barro, lesma-de-conchinha.

    Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/significado/sempre-viva/3050/

    [Bot.]- Sempre-viva é o nome popular de uma planta da família das Asteráceas ( ex-Compostas ) originária da Austrália.
    Trata-se de uma planta herbácea que cresce de 70 cm. à
    um metro de altura, que produz flores solitárias pequenas
    mas muito ornamentais de cores variadas. São flores de
    grande durabilidade, daí seu nome vulgar. São largamenteusadas em arranjos florais. Também é chamada de flor-
    -de-palha.

  • "E segue-se relação desses compostos: escola-modelo, café-concerto, pombo-leque, manga-espada, carta-bilhete, cirurgião-dentista, couve-flor, couve-rábano, gentil-homem, obra-prima, mestre-escola, salvo-conduto, chave-mestra, parede-mestra. 
    Tais compostos são regidos, quanto ao emprego do hífen, pelo 1º. caso da Base XV do novo Acordo.

    Evanildo Bechara, professor da Uerj e da UFF e membro da ABL"

    Em http://odia.ig.com.br/portal/opiniao/evanildo-bechara-compostos-com-h%C3%ADfen-1.2774

  • acertei, mas n faço a minima ideia do porquê. 

  • Realmente. ..

  • Nunca «mestra» se liga por hífen ao primeiro termo: trave mestra, parede mestra, ideia mestra. 

  • Coisa inútil é a porra do hifen! Porra!

  • Calma Cynthia Guerra, muiita calma rsssss e bons estudos.

  • Eita pai do Céu me ajuda a entender essa tal de norma culta só até passar.


  • Pqp, questãozinha do inferno essa em kkkk

  • Eu odeio emprego do hífen… só passo pra outra disciplina quando aprender essa parada…
  • Essa é para errar, anotar e aprender.

  • Essa questão foi de lascar viu.

  • nem sei porque acertei, mas foi a unica que me chamou atenção.