SóProvas


ID
1139707
Banca
FUMARC
Órgão
PC-MG
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 1:

O policiamento comunitário, hoje em dia, encontra-se amplamente disseminado nos países economicamente mais desenvolvidos. Sem dúvida isso é uma conquista desses países, pois essa é a forma de policiamento que mais se aproxima das aspirações da população: ter uma polícia que trabalhe próxima da comunidade e na qual ela possa crer e confiar. Acreditar e confiar na polícia são considerados elementos essenciais para que a polícia possa ter legitimidade para aplicar as leis, isto é, para a polícia ser percebida pela população como tendo um direito legítimo de restringir comportamentos, retirar a liberdade de cidadãos e, em casos extremos, até mesmo a vida.

Ter legitimidade para aplicar as leis significa poder contar com o apoio e a colaboração da população para exercer seu papel. Isso difere da falta de reação da população às ações da polícia, quer por apatia ou por medo, ou ainda, da reação daqueles que delínquem. Em qualquer um desses casos a reação da população já sugere que há um déficit de confiança na polícia.

Ter legitimidade para aplicar as leis significa poder contar com o apoio e a colaboração da população para exercer seu papel. Isso difere da falta de reação da população às ações da polícia, quer por apatia ou por medo, ou ainda, da reação daqueles que delínquem. Em qualquer um desses casos a reação da população já sugere que há um déficit de confiança na polícia.

Nos países economicamente mais desenvolvidos, a adoção do policiamento comunitário decor- reu da constatação de que os modelos de policiamento em vigência não eram mais eficazes diante dos novos padrões de violência urbana que emergiram no fim dos anos 1960 e meados dos anos 1970. Ao longo desse período, cresceram, em muitos desses países, tanto diferentes formas de violência criminal como também manifestações coletivas (pacíficas ou não) por melhor acesso a direitos. O desempenho das polícias em coibir a violência criminal ou ao conter (ou reprimir) as manifestações coletivas adquiriu grande visibilidade e saliência, resultando em muitas críticas. Em decorrência disso, houve, em vários países, forte deterioração da imagem das forças policiais junto à população.

Uma pior imagem tem impacto na credibilidade da população na polícia. A falta ou baixa credibilidade afeta o desempenho da polícia no esclarecimento de delitos e, até mesmo, no registro de ocorrências. De maneira geral, quando não há confiança, a população hesita em relatar à polícia que foi vítima de violência ou, até mesmo, de fornecer informações que poderiam auxiliar a polícia a esclarecer muitos delitos.

O policiamento comunitário foi adotado nesses países como uma forma de melhorar o relacionamento entre a polícia e a sociedade. Para isso, procurou reconstruir a credibilidade e a confiança do público na polícia e, desse modo, melhorar o desempenho dela na contenção da violência urbana. A adoção desse tipo de policiamento não só exige empenho das autoridades e da comunidade, mas, sobretudo, mudança na cultura policial: requer retreinamento dos envolvidos, alteração na estrutura de poder de tomada de decisão com maior autonomia para os policiais que estão nas ruas; alteração nas rotinas de administração de recursos humanos, com a fixação de policiais a territórios; mudanças nas práticas de controle interno e externo e de desempenho, entre outros. Essas mudanças, por sua vez, exigem também que a decisão de implementar o policiamento comunitário seja uma política de governo, entendendo-se que tal decisão irá atravessar diferentes administrações: o policiamento comunitário leva anos para ser totalmente integrado pelas forças policiais.

No Brasil, ocorreram, ao longo dos últimos 18 anos, várias tentativas de implementar o policia- mento comunitário. Quase todas as experiências foram, nos diferentes Estados, lideradas pela Polícia Militar: a) em 1991, a Polícia Militar de São Paulo promoveu um Seminário Internacional sobre o Policiamento Comunitário, abordando os obstáculos para esse tipo de policiamento; b) em 1997, ainda em São Paulo, projetos piloto foram implantados em algumas áreas da capital; c) nessa mesma época, no Espírito Santo e em algumas cidades do interior do Estado, também houve experimentos com policiamento comunitário; o mesmo se deu na cidade do Rio de Janeiro, nos morros do Pavão e Pavãozinho, com a experiência do GEPAE

Apesar de não ter havido uma avaliação dessas experiências, os relatos dos envolvidos, tanto de policiais como da população, revelam satisfação com o processo e com os resultados e insatisfação com o término das mesmas. Ao longo desses últimos anos, a violência urbana continuou a crescer e passou a atingir cidades que antes pareciam menos vulneráveis - aquelas de médio e pequeno porte. Nesse período, a população continuou a cobrar das autoridades uma melhora na eficiência das polícias. Essa melhora não depende só das autoridades, depende também da crença que a população tem na polícia: crença que as pessoas podem ajudar a polícia com informações e que essas serão usadas para identificar e punir responsáveis por delitos e não para colocar em risco a vida daqueles que tentaram ajudar a polícia a cumprir seu papel.

Sem a colaboração do público, a polícia não pode melhorar seu desempenho e essa colaboração exige confiança. A experiência tem demonstrado que o policiamento comunitário é um caminho seguro para se reconstruir a confiança e credibilidade do público na polícia. [...]

Leia o trecho a seguir, observando o emprego dos sinais de pontuação.

No Brasil, ocorreram, ao longo dos últimos 18 anos, várias tentativas de implementar o policiamento comunitário. Quase todas as experiências foram, nos diferentes Estados, lideradas pela Polícia Militar: a) em 1991, a Polícia Militar de São Paulo promoveu um Seminário Internacional sobre o Policiamento Comunitário, abordando os obstáculos para esse tipo de policiamento; b) em 1997, ainda em São Paulo, projetos piloto foram implantados em algumas áreas da capital; c) nessa mesma época, no Espírito Santo e em algumas cidades do interior do Estado, também houve experimentos com policiamento comunitário; o mesmo se deu na cidade do Rio de Janeiro, nos morros do Pavão e Pavãozinho, com a experiência do GEPAE.

Quanto à pontuação do trecho, NÃO é correto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • Pelo o que eu pude pesquisar, o ponto final é usado para finalizar um período. Por outro lado, o sinal de ponto e vírgula é usado para separar partes de um mesmo período. Partindo desses conceitos, podemos dividir o texto e localizar somente os Adjuntos Adverbiais separados por vírgula por estarem deslocados (AAL = lugar e AAT = tempo) e a Oração Reduzida de Gerúndio (ORG).

    (1º período) No Brasil AAL,ocorreram, ao longo dos últimos 18 anos AAT, várias tentativas de implementar o policiamento comunitário.

    (2º período, parte 1) Quase todas as experiências foram, nos diferentes Estados AAL, lideradas pela Polícia Militar:

    (2º período, parte 2) a) em 1991 AAT, a Polícia Militar de São Paulo promoveu um Seminário Internacional sobre o Policiamento Comunitário, abordando os obstáculos para esse tipo de policiamento ORG;

    (2º período, parte 3) b) em 1997 AAT, ainda em São Paulo AAL,projetos piloto foram implantados em algumas áreas da capital;

    (2º período, parte 4) c) nessa mesma época AAT,no Espírito Santo e em algumas cidades do interior do Estado AAL, também houve experimentos com policiamento comunitário;

    (2º período, parte 5)o mesmo se deu na cidade do Rio de janeiro, nos morros do Pavão e Pavãozinho AAL, com aexperiência do GEPAE.


    LETRA A: ERRADA. O texto não possui oração reduzida de infinitivo, somente de gerúndio.

    LETRA B: CERTA. Em todos os períodos, e em suas partes, houve o emprego de vírgulas para separar adjuntos adverbiais.

    LETRA C: CERTA. Existe uma enumeração cronológica (sequencial) após o sinal de dois pontos. Essa enumeração cita os exemplos de tentativa de implantação do policiamento comunitário em diversos Estados.

    LETRA D: CERTA, com ressalvas. O termo “nos diferentes Estados”, na verdade, está entre vírgulas porque é um adjunto adverbial (de lugar) deslocado. Entretanto, esse adjunto adverbial separa também uma locução verbal (“foram lideradas”). Locução verbal são, em curtas palavras, dois verbos juntos.


    Gabarito: Letra A

  • Analisando as assertivas:

    Primeiramente analisemos a assertiva a) e b) em conjunto

    a) Houve apenas uma ocorrência de vírgula para separar oração reduzida de infinitivo. Incorreta

    b) Em todos os períodos, houve o emprego de vírgulas para separar adjuntos adverbiais. Correta

    Observem o primeiro período do texto. "No Brasil, ocorreram, ao longo dos últimos 18 anos, várias tentativas de implementar o policiamento comunitário".

    Devemos perceber que o período em questão encontra-se na sua ordem inversa( hipérbato)

    Nota: Ordem Direita ; Sujeito + Verbo + Complemento

    Passando então para ordem direta: Várias tentativas de implementar o policiamento comunitário ocorreram, ao longo dos últimos 18 anos, no Brasil. ISOLANDO ADJUNTOS ADVERBIAIS.

    Próximo período. "Quase todas as experiênciaS [...]" . Também esta isolando adjunto adverbial ( de lugar)

    Próximo período. "Em 1991 , a Polícia Militar de São Paulo. Até aqui tudo bem! também esta isolando adjunto adverbial ( de tempo).

    Seguindo no mesmo período: " [..] promoveu um Seminário Internacional sobre o Policiamento Comunitário, abordando os obstáculos para esse tipo de policiamento". Pensa comigo. A Pm de São Paulo promoveu um seminário a fim de que abordasse os obstáculos para esse tipo de policiamento. ( conjunção subordinativa final + verbo flexionado)

    Resumindo, a "vírgula" estava separando uma oração subordinada adverbial final reduzida de gerúndio.

    Poderíamos ter dúvidas quanto a isso e  descartar a b). Porém levando em consideração a banca FUMARC, consideramos oração subordinada adverbial com a mesma função sintática de adjunto adverbial.

    Achei a assertiva b) mal elaborada.

    Seguindo.....

    Amigos observem que os períodos seguinte apenas separam adjuntos adverbiais, de tempo e lugar.

    Sendo assim eliminamos a assertiva a). " Houve apenas uma ocorrência de vírgula para separar oração reduzida de infinitivo".

    Assertiva c) CORRETA. Semanticamente existe uma sequência de fatos enumerativas.

    Assertiva d)  CORRETA. Tem dupla função, esta entre vírgulas pois é um adjundo adverbial de lugar no meio do período. Deve ser isolado por vírgulas. Também permite retomar a locução " foram lideradas".

    Observem: Quase todas as experiências foram lideradas pela PM nos diferentes estados.

    Loc Verbal: Verbo auxiliar + Verbo principal ( equivale a uma oração)


    É isso...


    Deus nos abençoe!!!


  • Comentários Extra e retificações.

    Conjunção integrante --> Oração Subordinada Substantiva 

    Conjunção adverbial ---> Oração Subordinada Adverbial 

    Pronome relativo ---> Oração Subordinada Adjetiva . 

    Veja esses exemplos:

     O motorista admitiu o erro -> Período Simples 

    O motorista admitiu que errou --> Período Composto

     Esse período é combosto por subordinação, só que tem valor de que? adjetivo, substantivo ou advérbio? 

    O erro = palavra substantivada, por isso é oração subordinada substantiva. 

    Bizu: substitua por "ISSO" e suas derivações, se couber é oração subordinada substantiva.

    Veja:

     O motorista admitiu [isso]. Deu certo! 

    Então é de fato oração subordinada substantiva, e todas orações subordinadas "SUBSTANTIVAS" possuem conjunção integrante só elas!

    Poderia usar uma conjunção integrante se a mesma tivesse valor substantivo

    Vamos lá..

     A PM de SP promoveu um seminário Internacional sobre o policiamento comunitário ISSO. Não dá certo!! 

    A PM de SP promoveu um seminário Internacional sobre o policiamento comunitário, que abordou os obstáculos parra esse tipo de policiamento. Analisando com calma eu me equivoquei no comentário abaixo. 

    Seria uma oração adjetiva explicativa ( no caso reduzida de gerúndio --> abordando). Veja bem o "que" é pronome relativo retoma o termo( substantivo) Seminário Internacional.

     Resumindo: Não pode usar p/ desenvolver a oração conjunção integrante, pois a oração é ADJETIVA e não substantiva. 

    O "que" é pronome relativo. Não é oração subordinada adverbial. 

    Entendimento da oração adjetiva nesse caso: Toda a PM de modo geral de São Paulo, todos os batalhões promoverem esse seminário.

    Explicativa --> Generaliza

    Restritiva --> Obviamente  "restringe"

  • Gabarito: A!

    Quando a oração é REDUZIDA, significa que a frase NÃO EXIGE uma conjunção

    que ligue uma oração na outra.

    As orações reduzidas podem ser do infinitivo, gerúndio ou particípio.

    Para ser DESENVOLVIDA, ela pode ter uma conjunção ENTRE elas no INÍCIO da frase.
    Observe as duas formas (reduzida e desenvolvida, respectivamente):


    Ao receber o resultado, podemos perceber que passamos no concurso.(reduzida,pois não

    tem elemento que conecte).

    Ao receber o resultado, LOGO podemos perceber que passamos. (desenvolvida, pois tem

    uma CONJUNÇÃO que nesse caso é CONCLUSIVA).

    Para ser REDUZIDA DO INFINITIVO, simplesmente (além de não ter uma"conexão" entre as

    orações) o elemento que faz parte da ligação entre as orações, deve estar na forma infinitiva

    (cantar, falar, sorrir, brincar). Ex: Não escutar o que alunos diziam.Isso vale para as reduzidas

    do gerúndio (cantando, sorrindo,brincando, falando) ou do particípio(feito, cantado, falado)....

    Tenha força, garra e fé!
    Passaremos, em? Diga isso sem medo.....

    Bons estudos...

  • Gabarito: A!

    Quando a oração é REDUZIDA, significa que a frase NÃO EXIGE uma conjunção

    que ligue uma oração na outra.

    As orações reduzidas podem ser do infinitivo, gerúndio ou particípio.

    Para ser DESENVOLVIDA, ela pode ter uma conjunção ENTRE elas no INÍCIO da frase.
    Observe as duas formas (reduzida e desenvolvida, respectivamente):


    Ao receber o resultado, podemos perceber que passamos no concurso.(reduzida,pois não

    tem elemento que conecte).

    Ao receber o resultado, LOGO podemos perceber que passamos. (desenvolvida, pois tem

    uma CONJUNÇÃO que nesse caso é CONCLUSIVA).

    Para ser REDUZIDA DO INFINITIVO, simplesmente (além de não ter uma"conexão" entre as

    orações) o elemento que faz parte da ligação entre as orações, deve estar na forma infinitiva

    (cantar, falar, sorrir, brincar). Ex: Não escutar o que alunos diziam.Isso vale para as reduzidas

    do gerúndio (cantando, sorrindo,brincando, falando) ou do particípio(feito, cantado, falado)....

    Tenha força, garra e fé!
    Passaremos, em? Diga isso sem medo.....

    Bons estudos...

  • Não entendi a letra D. 

  • Gente, descordo q não há Or. reduzida do infinitivo, pois no periodo: 

    ...,varias tentativas de implementar o policiamento comunitário. 

    Varias tentativas do q? De implementar o policiamento (complementa o substantivo "tentativas"). Verbo implementar está no infinitivo. É uma oração reduzida de infinitivo substantiva completiva nominal. 

    Se alguém descordar, favor comente. Obrigada.

  • Ou era a A ou era a B

  • Ou era a A ou era a B