SóProvas


ID
1148641
Banca
FUNRIO
Órgão
INSS
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A crítica à gramatiquice e ao normativismo não significa, como pensam alguns desavisados, o abandono da reflexão gramatical e do ensino da norma padrão. Refletir sobre a estrutura da língua e sobre seu funcionamento social é atividade auxiliar indispensável para o domínio da fala e da escrita. E conhecer a norma padrão é parte integrante do amadurecimento das nossas competências linguístico-culturais. O lema aqui deve ser: reflexão gramatical sem gramatiquice e estudo da norma padrão sem normativismo.

Não cabe, no ensino de português, apenas agir no sentido de os alunos ampliarem seu domínio das atividades de fala e escrita. Junto com esse trabalho (que é, digamos com todas as letras, a parte central do ensino), é necessário realizar sempre uma ação reflexiva sobre a própria língua, integrando as atividades verbais e o pensar sobre elas.

Esse pensar visa à compreensão do funcionamento interno da língua e deve caminhar de uma percepção intuitiva dos fatos a uma progressiva sistematização, acompanhada da introdução do vocabulário gramatical básico (aquele que é indispensável, por exemplo, para se entender as informações contidas nos dicionários). No fundo, trata-se de desenvolver uma atitude científica de observar e descrever a organização estrutural da língua, com destaque para a imensa variedade de formas expressivas alternativas à disposição dos falantes.

Desse modo, se os conteúdos gramaticais não podem desaparecer do ensino, também não podem simplesmente permanecer arrolados e repassados como no ensino tradicional. Só existe sentido em estudar gramática, se esses conteúdos estão claramente subordinados ao domínio das atividades de fala e escrita, isto é, se eles têm efetiva relevância funcional. Ou, dito de outro modo, se conseguimos romper radicalmente com o modelo pedagógico medieval de ensino de língua, conforme descrito anteriormente.

Observe a presença da conjunção SE no último parágrafo do texto, reproduzido a seguir:

Desse modo, SE os conteúdos gramaticais não podem desaparecer do ensino, também não podem simplesmente permanecer arrolados e repassados como no ensino tradicional. Só existe sentido em estudar gramática, SE esses conteúdos estão claramente subordinados ao domínio das atividades de fala e escrita, isto é, SE eles têm efetiva relevância funcional. Ou, dito de outro modo, SE conseguimos romper radicalmente com o modelo pedagógico medieval de ensino de língua, conforme descrito anteriormente.

O autor emprega a conjunção SE quatro vezes nessa passagem. Há identidade morfossemântica em quantas dessas quatro ocorrências?

Alternativas
Comentários
  • Alguém entendeu esta questão?

  • Para mim a resposta certa era a alternativa "e" pois os quatro "se" indicam orações subordinadas adverbiais condicionais. 

  • As 3 últimas são condicionais mas a primeira, estabelece relação de Causa e Consequência. 

  • O primeiro se é conjunção causal e os demais condicionais.

    Obs:

    "se" como conjunção  subordinativa causal. Empregada em raras construções com o sentido de  " já que, visto que ".

    Ex: Se não tinha competência para o cargo, não poderia ter aceitado a proposta.

    Ex: Se sabias que eu não tinha condições para a missão, por que  me enviaste?

    Ex: "Se a morte  dar com fogo e ferro, sabe também dar vida com clemencia"( Camões)

  • Para quem ainda está com dúvida, tente substituir as conjunções SE por outra causal (JÁ QUE, por exemplo, como o colega abaixo listou). Só vai dar certo no primeiro caso, mantendo o sentido e a coerência da frase e do conjunto do parágrafo. 

    É uma questão difícil, a princípio, porque também envolve interpretação do texto ("SE os conteúdos gramaticais não podem desaparecer do ensino", pelo conjunto da ideia, não pode ser condição!). 

    É o que acho. Bons estudos!

  • Pessoal, apertem em

    solicitar comentário do professor


  • GABARITO LETRA D

    O primeiro "SE" é uma conjunção causal e os outros 3 "SE" são conjunções condicionais. 

    Se o "SE" puder ser substituído por "JÁ QUE" será causal. 

    Se o "SE" puder ser substituído por "CASO" será condicional.

    Como vamos saber disso? Pela leitura atenta e análise do contexto.

    Fiquem com Deus e bom estudo. 

  • uhuuuuuuuuuuuuuuuuuu Acerteiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!! A letra E foi a mais marcada, eu achei que tinha errado... eu concordo com os comentários que disseram que as três ultimas são condicionais!! 

  • Antes de mais nada, vale frisar que o enunciado da questão pergunta em quais ocorrências do "se" há identidade morfossemântica, ou seja, deve haver identidade morfológica (classe gramatical) e semântica (sentido, ideia).

    Em todas as ocorrências há identidade morfológica, já que todos os "ses" são conjunções, logo pertencem à mesma classe gramatical.

    Entretanto, só há identidade semântica nas 3 últimas ocorrências, porque na primeira ocorrência a conjunção estabelece uma ideia de causa — note que é possível substituir por "uma vez que", "já que". 

    Já nas 3 últimas, as conjunções apresentam uma ideia de condição (basta substituir por "caso", "contanto que"). 

    Resposta: Alternativa "D".

  • a 1ª Causa

    as outras três Condicional, ou seja, as três últimas pertencem a mesma classe gramatical.

    Morfosintática: mesma classe gramatical e o mesmo sentido.