O modelo de bem-estar pluralista devolve à família, e consequentemente á mulher, encargos situados na esfera dos cuidados,
antes assumidos pelo Estado. Esta devolução de encargos exige um maior
tempo da mulher em casa, ”restaurando, por esse meio, a desigualdade de
gênero” Pereira (2008, p.201).
Este modelo protetivo denominado ‘neo-liberalismo familiarista’ por
De Martino (2001) apud Mioto (2008,p.139), compreende que a proteção
social cabe preferencialmente á família e que o Estado pode reduzir os
serviços públicos enquanto proteção. Tal modelo ancora-se no discurso
(ideológico) recorrente de apelo ao solidarismo e ao voluntarismo do
mercado, da família e da sua rede de sociabilidade, que enquanto parceiros
contribuem para a “redução” do papel protetivo do Estado na garantia dos
direitos sociais. E à medida que delega á família em primeira instância a
proteção de todos os seus membros.
(CASTILHO; CARLOTO, 2010. O familismo na política de
Assistência Social:
um reforço à desigualdade de gênero?)