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ID
1162627
Banca
FAFIPA
Órgão
PM-PR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 2

1.§ O movimento de urbanização do Brasil no século XX marcou o crescimento das cidades, tanto em número quanto em área e população. Com a expansão do capitalismo a cidade assumiu uma importância muito grande. A cidade tornou-se o centro das decisões políticas e econômicas, exercendo a função de centro polarizador das atividades socioeconômicas espaciais. Por outro lado, ela passou a ser a expressão visível das contradições sociais. Como produto das relações humanas, a cidade mostra as marcas das diferenças de classes sociais, da segregação do espaço urbano, da exclusão social, da especulação imobiliária, da deteriorização ambiental e da violência.

2.§ Atualmente, as cidades têm assumido um papel fundamental no campo de intervenção social das políticas públicas. Pois, a partir da Constituição de 1988 temos um processo de descentralização bastante avançado nos casos das políticas de saúde e educação, e mais recentemente, para as políticas de habitação, saneamento e transferência de renda.

3.§ O fenômeno da urbanização provocou o agravamento do histórico quadro de exclusão social no Brasil, tornando mais evidente a marginalização e a violência urbana que atualmente tem provocado afições nos moradores e governos das cidades. Quando temos o aumento da violência somado ao empobrecimento da população, a vida nas cidades se torna problemática. Na medida em que o medo e a insegurança adentram o cotidiano das pessoas a qualidade de vida declina. O quadro agrava-se ainda, principalmente com a aparição de novas formas de pobreza.

4.§ A estruturação da “nova pobreza” ocorre no contexto de hipermobilidade do capital, de heterogeneidade e instabilidade do trabalho assalariado, e de polarização social. Tendo como característica fundamental o desenvolvimento de uma marginalidade avançada, os novos pobres não poderão ser absorvidos progressivamente pela expansão do livre mercado, uma vez que o Estado neoliberal não garante mais a proteção infalível contra a ameaça da pobreza, baseada na relação trabalho-salário. No Brasil, apesar de ainda não termos resolvidos os problemas sociais mais básicos, é muito marcante o dilema da manutenção de um grande contingente de desempregados de longa duração que vão sendo expulsos do mercado produtivo, juntamente a milhares de jovens que não conseguem ter acesso ao “primeiro emprego”.

5.§ Aliado a esse processo de exclusão do mercado de trabalho, a favela se torna um espaço de materialização da exclusão social, um instrumento para o aprisionamento dos pobres, um local temido. Uma vez que o fenômeno das favelas aponta para a estigmatização dos territórios de concentração da pobreza, sobretudo em razão da difusão da “cultura do medo”. A consolidação de espaços de segregação, em virtude do processo de fragmentação das cidades vão constituir a formação dos enclaves fortifcados.

6.§ Nesse sentido, não é tão-somente uma separação espacial entre áreas pobres e ricas mas, principalmente, uma separação social que adentra o espaço público das ruas, donde fca difícil manter os princípios básicos de livre circulação e abertura dos espaços públicos que serviam de fundamento para a estruturação das cidades modernas. Os enclaves privados e fortifcados, como os shopping centers e os condomínios fechados desenvolvem uma relação de negação e ruptura com o resto da cidade, aspecto que intensifca ainda mais a qualifcar as interações públicas por meio de índices como suspeição, perigo e restrição. Ao estabelecerem uma simbologia de status, os enclaves criam meios para a afrmação de todos os tipos de barreiras físicas e artifícios de distanciamento, sendo portanto, uma explícita afrmação da diferenciação social. A consolidação dos enclaves demonstra, na contemporaneidade, a necessidade crescente de cercar, murar, fechar e garantir por uma segurança sofsticada e estruturada a vida privada. Utilizando-se de uma justifcativa que contempla o medo do crime e da violência, as pessoas transformam sua maneira de viver bem como a dinâmica pública das cidades.

O conteúdo do texto nos leva a concluir que :

Alternativas
Comentários
  • Fica está fca

  • Afirmação também

  • Sofisticada também

  • o problema do brasil não é a criminalização dos pobres!E sim,a falta de empego,falta de oportunidade,à crise em sí,cominando com o crescimento da população(fenômeno da urbanização), junto com o cenário de exclusão social.Concordo com a letra B e nn a C!

  • O texto "explica" sobre urbanização o tempo todo! No entanto, a resposta não tem relação com aquilo que está no texto, mas apenas com a cabeça de quem escreveu!

    Lendo o texto não é possível inferir essa questão, ao menos que exista uma doutrinação política por trás, ao ler o texto de maneira isenta não é possível retirar a passagem que se refere a "criminalização da pobreza".

  • A autora tem viés de esquerda, ou seja, para fazer o prava vc deve pender para o socialismo/comunismo, de todos concursos que fiz não houve um que não tinha uma questão ideológica. Sobre a autora:

    Maria Encarnação Beltrão Sposito nasceu em São Paulo, formou-se em Geografia

    pela UNESP (Presidente Prudente), concluiu doutorado na USP e pós-doutorado na

    Sorbonne. Trabalhou como professora de 1º e 2º graus em escolas de periferia de

    São Paulo, experiência que lhe valeu muito amadurecimento. Casada e mãe de Caio e

    Ítalo, arrola como fontes de lazer fuçar histórias de família e fotografias antigas,

    receber muitas visitas e cozinhar. É fã de Caetano Veloso e leitora apaixonada de

    Fernando Pessoa.

    A meu ver GAB: E, mas...

  • Para quem colocou a E, reparem que tal alternativa fala sobre como a urbanização foi o gatilho para o fenômeno da exclusão social. Contudo, o texto menciona que a urbanização provocou o agravamento do histórico quadro de exclusão social (3.§). Em outras palavras, o texto, diferentemente do que diz a alternativa, especifica que a exclusão social já existia, tendo sido "apenas" agravada (aumentada) com a urbanização e não passado a existir a partir desta.