SóProvas


ID
1166347
Banca
MPE-GO
Órgão
MPE-GO
Ano
2013
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Sobre a viabilidade de proceder-se ao controle concreto de constitucionalidade, revela-se acertado afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Razões para a alternativa "b" ser a correta:

    “Vê-se, portanto, na linha de iterativa jurisprudência prevalecente nesta Suprema Corte e em outros tribunais (RTJ 82/44 – RTJ 99/544 – RTJ 124/415 – RTJ 135/32 – RT179/922 – RT 208/197 – RT 231/665, v.g.), que a incompatibilidade entre uma lei anterior (como a norma ora questionada inscrita na Lei 691/1984 do Município do Rio de Janeiro/RJ, p. ex.) e uma Constituição posterior (como a Constituição de 1988) resolve-se pela constatação de que se registrou, em tal situação, revogação pura e simples da espécie normativa hierarquicamente inferior (o ato legislativo, no caso), não se verificando, por isso mesmo, hipótese de inconstitucionalidade (RTJ 145/339 – RTJ169/763). Isso significa que a discussão em torno da incidência, ou não, do postulado da recepção – precisamente por não envolver qualquer juízo de inconstitucionalidade (mas, sim, quando for o caso, o de simples revogação de diploma pré-constitucional) – dispensa, por tal motivo, a aplicação do princípio da reserva de Plenário (CF, art. 97), legitimando, por isso mesmo, a possibilidade de reconhecimento, por órgão fracionário do Tribunal, de que determinado ato estatal não foi recebido pela nova ordem constitucional (RTJ 191/329-330), além de inviabilizar, porque incabível, a instauração do processo de fiscalização normativa abstrata (RTJ 95/980 – RTJ 95/993 – RTJ99/544 – RTJ 143/355 – RTJ 145/339, v.g.).” (AI 582.280 AgR, voto do Rel. Min.Celso de Mello, julgamento em 12-9-2006, Segunda Turma, DJ de 6-11-2006.) No mesmo sentidoRcl 10.114-AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 18-12-2013, Plenário, DJE de 19-2-2014; AI 669.872-AgR, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 11-12-2012, Primeira Turma, DJE de 14-2-2013; RE 495.370-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 10-8-2010, Segunda Turma, DJE de 1º-10-2010.

  • Que se entende por regra da "full bench"?


    A regra da full bench , também conhecida como cláusula de reserva de plenário, é, por assim dizer, um requisito para que lei ou ato normativo do Poder Público seja declarado inconstitucional, qual seja o voto da maioria dos membros do tribunal.


    Tradução do inglês para português. "full bench" = plenário


  • Trata-se de jurisprudência do STF. Observem:

    Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
    CONSTITUCIONAL. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. LEI 4.156/62. DEVOLUÇÃO. ALEGAÇÃO DE 
    VIOLAÇÃO A CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (ARTIGO 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL). 
    INOCORRÊNCIA. NORMA ERIGIDA SOB A ÉGIDE DA CONSTITUIÇÃO ANTERIOR. RECEPÇÃO DA 
    LEI POR ÓRGÃO FRACIONÁRIO. POSSIBILIDADE. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL 
    RECONHECIDA PELO PLENÁRIO VIRTUAL DO STF NO AI-RG N. 810.097. 1. A cláusula de 
    reserva de plenário (full bench) é aplicável somente aos textos normativos 
    erigidos sob a égide da atual Constituição. 2. As normas editadas quando da 
    vigência das Constituições anteriores se submetem somente ao juízo de recepção 
    e não pela atual ordem constitucional, o que pode ser realizado por órgão 
    fracionário dos Tribunais sem que se tenha por violado o art. 97 da CF. 
    Precedentes: AI-AgR 582.280, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 
    6.11.2006 e AI 831.166-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, Dje de 
    29.4.2011. 3. O Plenário Virtual do STF, nos autos do AI-RG 810.097, afastou a 
    repercussão geral relativa ao tema, por se tratar de matéria restrita ao âmbito 
    infraconstitucional. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.

    (STF - AI: 808037 PR , Relator: Min. LUIZ FUX, Data de 
    Julgamento: 30/10/2012, Primeira Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO 
    DJe-053 DIVULG 19-03-2013 PUBLIC 20-03-2013)


  • não entendi zorra nenhuma dessa questão... alguém poderia explicá-la detalhadamente?

  • C) Em razão da rígida demarcação das esferas distintas de destinação processual do recurso extraordinário e do recurso especial, operada pela Constituição da República, não é dado ao Superior Tribunal de Justiça, senão em processos de sua competência originária e em sede de recurso ordinário, a realização do controle incidenter tantum de constitucionalidade [De fato a regra é esta - Competência originária e Recurso ordinário cabendo Recurso Extraordinário para o STF caso esteja sendo debatida matéria constitucional, cabe recurso extraordinário. contudo, é possível controle difuso, excepcionalmente, em recurso especial quando a questão constitucional tenha surgido posteriormente ao julgamento pelo Tribunal de origem].

  • Letra "a":

    Súmula 513, STF: A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário não é a do plenário, que resolve o incidente de inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmaras, grupos ou turmas) que completa o julgamento do feito.

  • Letra "c"

     “De fato, o que se veda é o conhecimento do recurso especial com base em alegação de ofensa a dispositivo constitucional, não sendo defeso ao STJ - aliás, é bastante aconselhável - que, admitido o recurso, aplique o direito à espécie, buscando na própria Constituição Federal o fundamento para acolher ou rejeitar a violação do direito infraconstitucional invocado ou para conferir à lei a interpretação que melhor se ajusta ao texto constitucional.” (STJ, Quarta Turma, REsp 1.334.097, rel. Min. Luís Felpe Salomão, DJ de 10.9.2013)
  • Redação péssima dessa prova! É praticamente um culto ao "cultismo rebuscado exacerbado"! Totalmente desnecessário! Elaborem uma redação direta, congruente, sem excessos de palavras! Eu hein!

  • Alternativa correta: letra B

    ALTERNATIVA C (ERRADA): Em razão da rigida demarcação das esferas distintas de destinação processual do recurso extraordinário e do recurso especial, operada pela Constituição da República, não é dado ao Superior Tribunal de Justiça, senão em processos de sua competência originária e em sede de recurso ordinário, a realização do controle incidenter tantum de constitucionalidade.

     

    Leciona Marcelo Novelino:

    [...] o STJ pode reconhecer incidentalmente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, inclusive em sede de recurso especial, desde que a mesma questão constitucional não tenha sido objeto da decisão proferida pelo Tribunal de origem, hipótese na qual a impugnação deverá ser feita mediante a interposição de recurso extraordinário perante o STF. (Manual de Direito Constitucional, p. 857).

  • Alguém entendeu a "d"?,,, "aquele" (o abstrato, senão seria "esse") "não pode ser implementado, sequer excepcionalmente, em processo de jurisdição constitucional abstrata". O controle "ABSTRATO" não pode ser implementado, sequer excepcionalmente, em processo de jurisdição constitucional "ABSTRATA". li, reli, reescrevi,,, e não entendi...rs 

  • Cleverson Cruz.

    O erro da letra D é que é possível sim implementar o controle concentrado, de forma excepcional, no controle difuso. Veja, por exemplo, o que acontece com o incidente de inconstitucionalidade.

    Nesse incidente, quando um Órgão fracionário entende que um ato normativo ou Lei é inconstitucional, deverá enviar o caso para o Pleno do Tribunal ou para Órgão especial. Acontece que o pleno ou Órgão especial analisa apenas se a causa de pedir da ação difusa é constitcional ou não, sem analisar a questão fática do caso concreto(a análise do caso concreto permanece com o Órgão fracinário).

    Logo, o Órgão especial ou o Pleno, realiza um controle abstrato dentro de um controle difuso.

    Espero ter ajudado.

  • Provinha ! Bem inha ! 

  • A letra correta só quis dizer que, no caso, deve ser feita uma análise de recepção ou não recepção (direito intertemporal), e não de constitucionalidade.

    "1. A cláusula de  reserva de plenário (full bench) é aplicável somente aos textos normativos erigidos sob a égide da atual Constituição.

    2. As normas editadas quando da  vigência das Constituições anteriores se submetem somente ao juízo de recepção  e não pela atual ordem constitucional, o que pode ser realizado por órgão  fracionário dos Tribunais sem que se tenha por violado o art. 97 da CF."