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ID
116734
Banca
FCC
Órgão
TRE-AC
Ano
2003
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O caso Amina Lawal

A absolvição da nigeriana Amina Lawal, que havia sido condenada à morte por apedrejamento pela acusação de adultério, representa uma vitória dos direitos humanos e da comunidade internacional. Ela está longe, entretanto, de significar
uma melhora da situação das mulheres no país. Na verdade, a "solução" encontrada pelos juízes da corte islâmica de apelações que reviu o caso manteve as aparências. Lawal foi absolvida devido a "erros de procedimento" nos dois julgamentos anteriores. Em nenhum momento o "crime" (sexo fora do casamento, ou "zina", na lei islâmica) ou a crueldade da pena foram postos em questão. A sentença, porém, aliviou a pressão internacional sobre o governo nigeriano.
O caso Lawal é, para os padrões democráticos ocidentais, um verdadeiro escândalo. Amina Lawal, 31, foi sentenciada em primeira instância, em março de 2002, no Estado de Katsina, no norte da Nigéria. Segundo a Anistia Internacional, a prova usada contra ela foi o fato de ter engravidado sem ser casada. Curiosamente, o homem que ela afirmava ser o pai da criança apenas negou que tivesse mantido relações sexuais com Amina e nem foi a juízo. Pelos cânones da escola Maliki de interpretação da "sharia", a lei muçulmana, que é a corrente dominante no norte da Nigéria, a gravidez é prova bastante da culpabilidade da ré. A condenação de Amina fora confirmada em segunda instância em agosto de 2002.
A absolvição representa um alívio para o governo do presidente Olusegun Obasanjo (cristão). Se o apedrejamento fosse confirmado pela corte islâmica e ascendesse a um tribunal laico, uma eventual liberação de Lawal - vista por observadores como certa - poderia desencadear uma guerra civil entre os muçulmanos do norte do país e os cristãos do sul. Se o pior desfecho foi evitado com a absolvição, a questão dos direitos humanos está longe de equacionada. No
mesmo dia em que Lawal era libertada, a imprensa nigeriana noticiava a condenação ao apedrejamento de um acusado de sodomia.

(Folha de S.Paulo. Editorial. 27/09/2003)

Está correta a grafia de todas as palavras da frase:

Alternativas
Comentários
  • Letra A: propiciarLetra B: discórdiaLetra C: irascívelLetra D: CorretaLetra E: condescendentes
  • Complementando as correções do colega:b) responsabilizassee) precipuamente.
  • Comentário objetivo:

    a) A ascenção do caso em tela a um tribunal laico poderia propisciar PROPICIAR uma grande divergência entre sentenças.
    b) Caso se desencadeasse uma guerra civil, haveria quem responsabilisasse
    RESPONSABILIZASSE Amina, por ter sido ela o pomo da descórdia DISCÓRDIA.
    c) O apedrejamento é visto como uma medida excessiva não apenas por ter a morte como culminância, mas também pelo caráter irrascível IRRACÍVEL do método de execução.
    d) A absolvição de Amina, conquanto haja amenizado a tensão internacional, não cria a expectativa de que o tribunal nigeriano não reincida em sentenças violentas. PERFEITO!
    e) O caráter das leis islâmicas é prescipuamente PRECIPUAMENTE moralista, razão pela qual os tribunais laicos tendem a ser mais condecendentes CONDESCENDENTES que os religiosos.

  • Somente uma observação: a forma correta é IRASCÍVEL e não IRRACÍVEL.
  • OBS: a)  ascensão e não ascenção.

  • a) Errado - Ascensão / propiciar 
    b) Errado - Discórdia / Responsabilizasse
    c) Errado - Irascível - característica de quem se irrita com facilidade
    d) Certo
    e) Errado - precipuamente / condescendente
  • a) A ascensão do caso em tela a um tribunal laico poderia propiciar uma grande divergência entre sentenças.

    b) Caso se desencadeasse uma guerra civil, haveria quem responsabilizasse Amina, por ter sido ela o pomo da discórdia.

    c) O apedrejamento é visto como uma medida excessiva não apenas por ter a morte como culminância, mas também pelo caráter irascível do método de execução.

    d) A absolvição de Amina, conquanto haja amenizado a tensão internacional, não cria a expectativa de que o tribunal nigeriano não reincida em sentenças violentas. CERTO

    e) O caráter das leis islâmicas é precipuamente moralista, razão pela qual os tribunais laicos tendem a ser mais condescendentes que os religiosos.

  • ascenção
    propisciar

    responsabilisasse

    descórdia

    irrascível

    prescipuamente

    condescendentes

  • Irascível

    adjetivo de dois gêneros

    Que se irrita com facilidade ou que freq. demonstra raiva, irritação; irritável, iracundo.