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ID
1168867
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2014
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

No que se refere à política externa da China, da Índia e do Japão e às suas relações com o Brasil, julgue (C ou E) os itens seguintes.


Nos últimos anos, a política externa da Índia buscou substituir a identidade terceiro-mundista, que lhe impunha complexa agenda de negociações, por um perfil simplificado de polo geopolítico, ao impor-se aos EUA na questão nuclear e ao confrontar a China em disputas territoriais.

Alternativas
Comentários
  • O problema que identifiquei está em "ao impor-se aos EUA na questão nuclear".

    Na realidade, EUA e Índia assinaram acordo de cooperação nuclear em 2006. Procure por Hyde Act na internet.

  • ERRADA. O erro está em "Índia buscou substituir a identidade terceiro-mundista, que lhe impunha complexa agenda de negociações, por um perfil simplificado de polo geopolítico". Nenhum país busca simplificar seu perfil geopolítico e sua agenda de negociações.

    Houve pressão dos Estados Unidos para que a China assinasse o Pacto. Corrobora com isso o fato de o Pacto Nuclear entre os Estados Unidos e a Índia ter sido assinado em 2005 e ratificado pelo Parlamento Indiano apenas em 2008.

    O acordo prevê que os Estados Unidos cedam tecnologia e combustível nuclear para a Índia que, em troca, aceitará que inspetores internacionais supervisionem suas instalações nucleares civis.

    O governo da Índia disse que o acordo é vital para atender à sua demanda por energia.O reconhecimento da necessidade energética dos indianos, não modifica, entretanto, o fato de que, atrás do acordo, escondem-se outras intenções.

    Aspectos estratégicos e econômicos justificam o acordo entre os dois países, salientando que a Índia não assinou o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e os EUA é um dos maiores defensores do TNP.

    A Índia havia sido proibida de entrar no mercado nuclear civil pelos termos de um embargo de 30 anos.

    A explicação para esta aproximação e, consequente, legitimação da nuclearização indiana por parte dos Estados Unidos deve-se a dois fatores:

    1. os Estados Unidos calcularam que não  teriam como reverter a nuclearização da Índia e que, portanto, caberia explorá-la da

    melhor forma possível. 

    2. perante a relativa fragilidade em razão do colapso soviético e do crescimento chinês, os Estados Unidos pretendem trazer a Índia para os esquemas estratégicos de seus país diante da alteração da correlação de forças na Ásia e no mundo pós-Guerra Fria. 

    DISPUTAS TERRITORIAIS ENTRE CHINA E ÍNDIA

    Dois territórios montanhosos localizados na Cordilheira do Himalaia, na fronteira entre China e Índia estão em disputa. 

    A primeira porção de terra disputada é Aksai Chin, território de tamanho equivalente ao da Suíça, que a Índia afirma ser parte da Caxemira e a China garante fazer parte da região de Xinjiang. 

    A segunda área pleiteada por ambos é a região de Arunachal Pradesh, quase do tamanho da Áustria, chamada pelos chineses de Tibete do Sul. 

    Em ambos os casos, o fato de chineses e indianos travarem uma guerra por seu controle causa espanto – as duas regiões são altíssimas e inóspitas, com poucos recursos naturais e escassos terrenos habitáveis. O que, então, os levou à guerra? 


  • Gabarito: ERRADO

     

    "A política externa indiana é tradicionalmente universalista, tendo exercido papel de liderança no G-77 e no Movimento dos Não Alinhados desde a década de 1960. Com o fim da Guerra Fria e com a gradativa ascensão indiana à condição de potência emergente, essa postura se manteve, complementada por um crescente ativismo multilateral - que passa pela contribuição com as Operações de Paz da ONU e pelo recurso ao Órgão de Solução de Controvérsias da OMC - e pela busca de diversas alianças estratégicas, como o Fórum IBAS (2003), Parceria Estratégica Índia-União Europeia (2004), Acordo Nuclear Índia-Estados Unidos (2006) e o agrupamento BRIC (2006), além de acordos comerciais com Mercosul e ASEAN." 

     

    Livro: Como Passar Concursos da Diplomacia e Chancelaria 1.600 Questões

  • Com a investidura de Narendra Modi no cargo de primeiroministro, em seguida à vitória eleitoral do Bharatiya Janata Party, em 2014, a Índia ingressou em uma fase particularmente assertiva de sua atuação exterior, em que busca reposicionar-se no plano internacional à luz de interesses econômicos e de segurança. Para o governo Modi, a Índia vinha desempenhando uma função de contrapeso, em vez de perseguir o papel de liderança que lhe caberia, na Ásia e no mundo. Sob essa perspectiva, tornam-se mais inteligíveis novas ênfases observadas no relacionamento da Índia com regiões e países essenciais para que se desenvolva e se legitime como potência de primeira ordem. A redefinição dos contornos da política externa indiana, ao longo destes três anos, é um processo de resultados ainda incertos, mas que tem avançado a passos rápidos e merece ser acompanhado pelo Brasil.

  • Nenhum país busca simplificar seu perfil geopolítico e sua agenda de negociações.