SóProvas


ID
117859
Banca
FCC
Órgão
TRE-CE
Ano
2002
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A idéia de que o povo é bom e que deve, por conseguinte, ser o titular da soberania política, provém, sem dúvida, de Rousseau. Mas o pensamento do grande filósofo sobre esse ponto era muito mais complexo e profundo do que podem supor alguns de seus ingênuos seguidores.
Do fato de que o homem é sempre bom, e que a sociedade o corrompe, não se seguia logicamente, no pensamento de Rousseau, a conclusão de que as deliberações do povo fossem sempre boas. "Cada um procura o seu bem, mas nem sempre o enxerga. O povo nunca é corrompido, mas é freqüentemente enganado, e é então que ele parece querer o mal" - advertia o filósofo.
É aí que se insere a sua famosa distinção entre vontade geral e vontade de todos. Aquela "só diz respeito ao interesse comum; a outra, ao interesse privado, sendo apenas a soma de vontades particulares". Para Rousseau, nada garantiria que a vontade geral predominasse sempre sobre as vontades particulares. Ao contrário, ele tinha mesmo da vida em sociedade uma visão essencialmente pessimista. Sustentava que os povos são virtuosos apenas na sua infância e juventude. Depois, corrompem-se irremediavelmente.
Não há, pois, maior contra-senso interpretativo do que afirmar que o princípio da soberania absoluta do povo tem origem em Rousseau. Na verdade, ele, que sempre foi um moralista, preocupado antes de tudo com a reforma dos costumes, descria completamente de qualquer remédio jurídico para os males da humanidade.



(Fábio Konder Comparato)

É preciso corrigir a forma sublinhada na frase:

Alternativas
Comentários
  • Sim, a vontade geral quase nunca sobrepuja as vontades particulares, mas por quê? :)
  • POR QUE = Pelo qual, por qual razão, por qual motivo.(motivo)Ex. "Ó mar, por que não apagas,(..)"POR QUÊ = Final de frase ou seguido de pausa forte. Ex: "Mas por quê?- quis ele saber."PORQUE = Uma vez que, visto que, pois ou para que. Ex: "Eu canto porque o instante existe(...)"PORQUÊ= Sinônimo de O motivo, A razão. É substantivo e sempre aparece antecedido de um determinante. Ex: " Desconheço O porquê de sua recusa."
  • USOS DO PORQUE:

     

    PORQUE= substitui-se por pois, é usado em respostas e explicações.

    Ex: Sou um perdedor porque as mulheres não me dão atenção.

     

    POR QUE= caráter interrogativo, usado no começo ou para estabelecer relação com termo anterior (caso da alternativa E).

    Ex: Por que minha ex me deixou?

     

    POR QUÊ= caráter interrogativo, usado no final.

    Ex: Minha ex me deixou. Por quê?

     

    Porquê= causa, razão.

    Ex: Minha ex me deixou e nem disse o porquê.

  • Essas questões de 2002 não voltam mais, que pena rsrs....
  • Emprego de “porquês

    Por que (separado e sem acento)

    1) Expressão adverbial interrogativa de causa (ou explicação), podendo aparecer em interrogações diretas e indiretas. Nesse caso, pode estar explícito ou não o termo “motivo” (“razão”). Veja.

    Por que razão o homem maltrata a natureza?

    Por que o homem maltrata a natureza?

    Ninguém sabe por que razão o homem maltrata a natureza.

    Ninguém sabe por que o homem maltrata a natureza.

    2) Expressão relativa com função anafórica. Nesse caso, equivale a uma das seguintes expressões: pelo qual, pelos quais, pela qual, pelas quais.

    A estrada por que vim é tranquila. (por que = pela qual)

    O fax por que enviei a texto é antigo. (por que = pelo qual)

    Obs.1: Também se usa “por que” quando a palavra “que” funciona como pronome indefinido adjetivo (equivalendo a “qual”). Nesse caso, “por que” equivale a “por qual”.

    Você sabe por que caminho ela está vindo?

    Obs. 2: Cuidado. Por vezes o segmento “por que” corresponde à seguinte morfologia: a preposição “por” é exigida por um termo anterior; e “que” é conjunção integrante. Veja:

    Minha luta por que você supere isso é grande.

    Por quê (separado e com acento) 

    Também tem valor adverbial interrogativo. O acento ocorre diante de pausas fortes. Veja:

    O homem maltrata a natureza por quê?

    O homem maltrata a natureza, mas ninguém sabe por quê.

    Ninguém sabe por quê, mas o homem maltrata a natureza.

    Ela admitiu o homicídio, mas explicar por quê será difícil.

    Porque (junto e sem acento)

    Trata-se sempre de conjunção: seja explicativa, seja causal, seja final.

    Não chore, porque me daria pena.

    Não chorei porque não tive vontade.

    Não chorarei porque não demonstre fragilidade.

    Você se assustou porque eu gritei?

    Porquê (junto e com acento)

    Trata-se de substantivo.

    Ninguém sabe o porquê, mas o homem maltrata a natureza.