SóProvas


ID
1186630
Banca
Aroeira
Órgão
PC-TO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 3

A realidade, só a realidade

Para ser qualificada de grande, uma obra de arte precisa estabelecer conexões profundas com as pessoas. Ao analisar o papel das tragédias teatrais, por exemplo, o filósofo grego Aristóteles concluiu que elas acabavam por purificar os espectadores quando lhes causavam sentimentos de terror e compaixão. Isso porque, depois de experimentá-los, as pessoas sairiam aliviadas, purgadas dos próprios pesadelos. Aristóteles chamou a isso catarse. O tipo de conexão proporcionado por Tropa de Elite, do diretor José Padilha, é de outra ordem. Trata-se de um grande filme justamente pelo contrário: ele não concede válvulas de escape ao retratar como a criminalidade degradou o país de alto a baixo. O pesadelo real ganha ainda mais nitidez. A sociedade brasileira, pelo jeito, ansiava por esse tapa na cara dado pelo capitão Nascimento, o policial interpretado magistralmente por Wagner Moura. Lançado há apenas duas semanas, Tropa de Elite já é o filme mais visto e comentado da história do cinema brasileiro. As salas de exibição lotam em todas as sessões e estima-se que mais de 11 milhões de pessoas tenham assistido ao filme em DVDs piratas que inundaram os camelôs de várias capitais do país (veja reportagem). Gírias policiais reproduzidas no filme e trechos de diálogos entre os personagens - como "pegou geral" e "01 pede pra sair" - tornaram-se bordões repetidos nas mais diversas situações.

O assunto da obra do diretor José Padilha é a guerra diuturna que a polícia carioca move contra os traficantes de drogas encastelados nos morros favelizados da cidade. Mais especificamente o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), a tropa de elite do título. O tráfico de drogas, o nervo mais exposto de um país em desordem e refém do medo (veja o quadro), é tema comum na cinematografia nacional recente. A diferença é que esse filme o aborda pondo os pingos nos is. Bandidos são bandidos, e não "vítimas da questão social". Há policiais corruptos, mas também muitos que são honestos. Se existem traficantes de cocaína e maconha, é porque há milhares de consumidores que os bancam. Muitos desses consumidores, aliás, são aqueles mesmos que fazem "passeatas pela paz" e compactuam com a bandidagem para abrir ONGs em favelas. Por último, a brutalidade de alguns policiais pode ser explicada pelo grau de penúria e abandono que o estado lhes reserva. [...]

Ditas de maneira tão simples, essas verdades parecem de uma obviedade ululante. E são. Mas o Brasil, infelizmente, é um país de idéias fora do lugar por causa da afecção ideológica esquerdista que inverte papéis, transformando criminosos em mocinhos e mocinhos em criminosos. Aqui, a "questão social" é justificativa para roubos, assassinatos e toda sorte de crime e contravenção - mesmo quando praticados por quadrilhas especializadas, compostas por integrantes que nada têm de coitadinhos.

Na semana passada, a pedido de VEJA, o instituto Vox Populi realizou uma pesquisa para medir o impacto de Tropa de Elite nos espectadores. Os resultados indicam por que o filme é arrebatador. Na opinião de 72% dos entrevistados, os criminosos que aparecem no filme são tratados como merecem. Quase 80% deles concordam que a polícia é apresentada com fidelidade - ou seja, tem uma banda podre e uma banda boa. Tropa de Elite agrada também por abordar a responsabilidade dos usuários de drogas sem meias palavras. O capitão Nascimento diz que o "playboy" que fuma um cigarro de maconha é o responsável pela morte de um traficante abatido pelo Bope. A afirmação encontra eco na população. Para 85% dos espectadores, o raciocínio do capitão Nascimento está correto. O policial vivido por Wagner Moura ganhou enorme popularidade, mas isso não significa que todas as pessoas enxerguem num Rambo a solução para problema tão complexo como o da criminalidade. Na opinião de 53% dos entrevistados, o capitão é um herói, mas 43% rejeitam essa idéia, embora o vejam com relativa simpatia. As características do personagem ajudam a explicar tal divisão. Nascimento é um ser humano devastado. Sofre de síndrome do pânico, consome vorazmente remédios de tarja preta e suas explosões freqüentemente resultam em ações que extrapolam o manual do Bope.


O Texto 3 apresenta marcas das transformações recentes na padronização da língua portuguesa, como se vê na grafia das palavras:

Alternativas
Comentários
  • segundo a nova regra ortográfica:

    ideia - paroxítonas terminadas em ditongo perdem a acentuação

    frequentemente: o trema foi abolido da língua portuguesa

  • Essa pergunta é meio vaga. Se era para representar a padronização da língua portuguesa não poderia ser a alternativa correta as palavras que estão fora do padrão.

  • Eu fico imaginando o tamanho da inteligência do cara que faz uma questão dessas, deve comer capim. Prova para DELEGADO.

    Matei a questão pensando em quais palavras mudaram, mas se for levar em conta o enunciado, é impossível resolver.

    Será que foi obra de algum corretor ortográfico?

  • Pessoal,

    sinceramente, alguém entendeu o enunciado dessa questão? respondi porque lembrei da exclusão do trema e do acento agudo em ideia, mas foi puro chute...


  • Acho que  a pergunta foi mal elaborada, errei porque não entendi  o enunciado.


  • Totalmente mal formulada. A pergunta passa a ideia de que quer ver grafias de acordo com a nova regra, ou seja, "marcas da transformação recente na padronização da língua", todavia, a opção correta é justamente a que apresenta palavras com a escrita antiga.

  • Paroxítonas terminadas em ditongo não perderam a acentuação, pois se estivesse correta essa afirmação as palavras: (Família, escritório, incêndio) não seria mais acentuadas porque são paroxítonas terminadas em ditongo. Houve na verdade uma reformulação na regra em que ditongos ABERTOS(ei e oi) não são mais acentuadas em paroxítonas. No segundo caso o uso do trema foi abolido.

    Bons estudos! 

  • Ditongos abertos ÉI(s) , ÓI(s) E ÉU(s) quando na sílaba tônica de uma paroxítona não mais apresentarão acento.

  • Esse [e o tipo de quest'a q só qm vai acertar é o vagabundo q comprar o gabarito. Lixo de enunciado!

  • Sabemos que idéia não é mais idéia, mas o "caput" impediu o acerto.

  • IDEIA.

    FREGUENTEMENTE.

  • Se o Texto 3 apresentava marcas das transformações recentes na padronização da língua portuguesa, como se vê na grafia das palavras abaixo, era pra ter uma alternativa com palavras alteradas pela reforma e não palavras com a grafia antiga. Todos que erraram pensaram se tratar de pegadinha e não a alternativa correta. EXAMINADOR FAZ A QUESTÃO QUERENDO SER FODÃO E ACABA PREJUDICANDO O CANDIDATO.

     

  • Enunciado ridículo. 

  • Essa Questão é fora de sentido.Essa dai derruba qualquer um

  • "O Texto 3 apresenta marcas das transformações recentes na padronização da língua portuguesa" espera-se encontrar algo novo, recente...

    "como se vê na grafia das palavras:" ai você espera encontrar algo "recente" na grafia das palavras abaixo...

    A banca coloca duas palavras (idéia, freqüentemente) que tem a grafia ultrapassadas... é coloca o gabarito como correta?

    Comando da questão bem pobre... típico de banca sem expresssão....

    Ficaria melhor...: O Texto 3 apresenta palavras que possuem grafias desatualizadas conforme o novo acordo ortográfico, como se observa na grafia das palavras:

     

  • Alternativa correta: letra "d" 

    ▪ ldeia = deixaram de ser acentuados os ditongos abertos em palavras paroxítonas; 

    ▪ Frequentemente = o trema deixou de ser usado. 

    Fonte: Revisaço de Língua Portuguesa – Duda Nogueira 

  • D.

    A questão tem a redação meio confusa, mas é só você analisar o que não consta mais na lingua portuguesa. Conclusão=D.

  • Nem precisa ler o texto...

  • Comando da questão sem sentido, difícil de descobrir o que se espera como gabarito

  • Uma questão com uma redação muito mal elaborada. O elaborador não foi claro em seu texto.

  • Existe aquele momento o qual faz o guerreiro pensar, será que tem algum sentido saber uma questão dessa para poder servir em um unidade de operações. Examinador covarde! Enquanto isso milhares de brasileiros com aptidões para o serviço operacional são jogados fora por uma mera imbecilidade como está.

  • Não precisa ler o texto para responder a questão, mas é interessante e vale a leitura!