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ID
1187464
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-SP
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                A ética da fila

        SÃO PAULO - Escritórios da avenida Faria Lima, em São Paulo, estão contratando flanelinhas para estacionar os carros de seus profissionais nas ruas das imediações. O custo mensal fica bem abaixo do de um estacionamento regular. Imaginando que os guardadores não violem nenhuma lei nem regra de trânsito, utilizar seus serviços seria o equivalente de pagar alguém para ficar na fila em seu lugar. Isso é ético?
        Como não resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo grandes problemas nesse tipo de acerto. Ele não prejudica ninguém e deixa pelo menos duas pessoas mais felizes (quem evitou a espera e o sujeito que recebeu para ficar parado). Mas é claro que nem todo o mundo pensa assim.
        Michael Sandel, em “O que o Dinheiro Não Compra”, levanta bons argumentos contra a prática. Para o professor de Harvard, dublês de fila, ao forçar que o critério de distribuição de vagas deixe de ser a ordem de chegada para tornar-se monetário, acabam corrompendo as instituições.
        Diferentes bens são repartidos segundo diferentes regras. Num leilão, o que vale é o maior lance, mas no cinema prepondera a fila. Universidades tendem a oferecer vagas com base no mérito, já prontos-socorros ordenam tudo pela gravidade. O problema com o dinheiro é que ele é eficiente demais. Sempre que entra por alguma fresta, logo se sobrepõe a critérios alternativos e o resultado final é uma sociedade na qual as diferenças entre ricos e pobres se tornam cada vez mais acentuadas.
        Não discordo do diagnóstico, mas vejo dificuldades. Para começar, os argumentos de Sandel também recomendam a proibição da prostituição e da barriga de aluguel, por exemplo, que me parecem atividades legítimas. Mais importante, para opor-se à destruição de valores ocasionada pela monetização, em muitos casos é preciso eleger um padrão universal a ser preservado, o que exige a criação de uma espécie de moral oficial - e isso é para lá de problemático.

                                                (Hélio Schwartsman, A ética da fila. Folha de S.Paulo, 28.04.2013)


Ao citar Michael Sandel, o autor reproduz desse professor uma ideia contrária à

Alternativas
Comentários
  • "Mas é claro que nem todo o mundo pensa assim. Michael Sandel (...) levanta bons argumentos contra a prática. Para o professor de Harvard, dublês de fila, ao forçar que o critério de distribuição de vagas deixe de ser a ordem de chegada para tornar-se monetário, acabam corrompendo as instituições."

    Letra B

  • Gab.: (B)

    Penso que a primeira parte esta correta, ja a segunda errada, pois o autor nao discorda de Sandel, isso fica evidente quando diz: ''Não discordo do diagnóstico, mas vejo dificuldades.'' (l.15). Desta forma, ele (o autor) nao discorda, somente ve dificuldades em implementar as ideias do professor.

  • Fiquei em dúvida nessa questão, pois penso que a segunda afirmativa está incorreta, já que o autor diz  ''Não discordo do diagnóstico, mas vejo dificuldades.''. Desse modo, penso que a alternativa A seria a mais adequada. Se alguém puder me ajudar a compreender, agradeço!

  • Comentário.

    Michael Sandel é contra a pratica de venda de filas ou dublês de fila, pois para esse o critério deixaria de ser distribuição de vagas conforme a ordem de chegada para se tornar monetário. O autor vai de encontro (contrário) a esse posicionamento.

    Portanto, conclui-se que Sandel e o autor possuem pensamento ou ideias opostas.

    Partindo da breve explicação acima podemos eliminar as seguintes alternativas “C”, “D”, “E”, já que Sandel é contrário a venda de lugares nas filas.

    O erro da alternativa “A” encontra ao final da assertiva, pois o autor do texto Não concorda com o posicionamento de Sandel.

     

    Gabarito: “B”Parte inferior do formulário

  • Assertiva b

    comercialização de uma prática que consiste no pagamento a uma pessoa para que ela fique em seu lugar em uma fila. O autor do texto discorda desse posicionamento de Sandel.