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ID
1197679
Banca
FCC
Órgão
TJ-PA
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 17 a 20 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Acerca de Montaigne


     Montaigne, o influente filósofo francês do século XVI, foi um conservador, mas nada teve de rígido ou estreito, muito menos de dogmático. Por temperamento, foi bem o contrário de um revolucionário; certamente faltaram-lhe a fé e a energia de um homem de ação, o idealismo ardente e a vontade. Seu conservadorismo aproxima-se, sob certos aspectos, do que no século XIX viria a ser chamado de liberalismo.
     Na concepção política de Montaigne, o indivíduo deve ser deixado livre dentro do quadro das leis, e a autoridade do Estado deve ser a mais leve possível. Para o filósofo, o melhor governo será o que menos se fizer sentir; assegurará a ordem pública sem invadir a vida privada e sem pretender orientar os espíritos. Montaigne não escolheu as instituições sob as quais viveu, mas resolveu respeitá-las, a elas obedecendo fielmente, como achava correto num bom cidadão e súdito leal. Que não lhe pedissem mais do que o exigido pelo equilíbrio da razão e pela clareza da consciência.


(Adaptado da introdução aos Ensaios, de Montaigne. Trad. de Sergio Milliet. S. Paulo: Abril, Os Pensadores, 1972.)

Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:

Alternativas
Comentários
  • a) Como sugere o autor do texto, encontra-se (encontram-se) em Montaigne raízes de um pensamento liberal, vindo a se constituir propriamente no século XIX.

    b) Ainda quando não admitisse (admitia) interferência do Estado na vida privada, de modo algo paradoxal, Montaigne obedecia lealmente a essas leis.

    c) Se Montaigne não foi responsável pelas instituições vijentes (vigentes), por outro lado também as acatava, como súdito bom e fiel que prezava ser.

    d) O aspecto liberal do pensamento de Montaigne revela-se, sobretudo, quando defende a esfera individual e os valores da vida privada.

    e) Montaigne pronuncia-se contra as restrições, quando as mesmas (elas, estas, qualquer pronome referente a restrições - mesmas não é pronome!) ocorrem na vida privada, com exigências contrárias à razão de sua consciência.