SóProvas


ID
120016
Banca
FCC
Órgão
SERGAS
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O pequeno engenheiro

Ou muito me engano, ou era esse mesmo o nome de um brinquedo do meu tempo de criança. Terá conseguido sobreviver à onda das engenhocas eletrônicas de hoje? Lembrome bem dele: uma caixa de madeira, bonita, com tampa de encaixe corrediça; dentro, um grande número de pecinhas também de madeira, coloridas, de diferentes formas e dimensões. Em algumas delas estavam desenhados um relógio, uma janela, tijolinhos... O conjunto possibilitava (e mesmo inspirava) diversos tipos de edificação: castelos, torres, pontes, edifícios, estações etc.
Não se tratava exatamente de uma prova de habilidade motora: não era grande a dificuldade de erguer um pequeno muro ou de dar sustentação a uma torre. Tratava-se, antes, de usar a imaginação, construir e preencher espaços, compor cenários, como quem arma a ambientação de um palco onde se desenvolverá uma história. Havia, implícita, a par da necessidade de tudo ter que parar em pé, a preocupação estética: insistir no critério da simetria ou permitir variações de padrão? Fantasiar formas ou ater-se à imitação das já bastante conhecidas? Não exagero ao dizer que tudo isso fazia de cada um de nós, para além de um pequeno engenheiro, um pequeno arquiteto, um escultor mirim, um precoce cenógrafo, um artista plástico pesquisando linguagem...
De qualquer modo, esse brinquedo não me levou, na idade adulta, à engenharia, nem ao ramo de construções, nem me fez artista plástico. Ficou na memória, perdido entre outros brinquedos que dispensavam baterias, tomadas elétricas, manuais de instrução e termo de garantia. Sem dúvida havia algum encanto no trenzinho elétrico, que corria obediente pelos trilhos. A meninada ficava olhando, olhando, a princípio interessada, mas logo alguém perguntava: ? Vamos brincar? Ser espectador era pouco: o corpo precisava entrar no jogo. Nem que fosse para habitar, imaginariamente, a torre de um castelo colorido, erguido há pouco com as mãos de um pequeno engenheiro que se entretinha facilmente com suas peças de madeira.


(Oduvaldo Monteiro, inédito)

A pontuação está inteiramente adequada na seguinte frase:

Alternativas
Comentários
  • Correção

    a) É possível que os meninos de hoje venham a se espantar, ao tomarem conhecimento do tipo de brinquedo que entusiasmava as crianças, digamos, de meados do século passado.

     b) Antigamente, as crianças entusiasmavam-se, ao contrário das de hoje, com brinquedos simples, simplórios mesmo , que, no entanto, estimulavam a imaginação.

    c) A pontuação está adequada:  Não há dúvida de que os brinquedos de hoje, mormente os eletrônicos, contam, ao contrário dos de antigamente, com atrativos bem sofisticados, que espantariam os meninos de outrora.

    d) Talvez, por contarem com mais espaço  para brincar, os meninos de outros tempos preferiam muitas vezes os folguedos de rua, a ficar entretidos com alguma engenhoca sofisticada.

    e) A variedade das pecinhas com seus diferentes desenhos não era exagerada, permitindo , no entanto, que muitos cenários fossem montados, assim como igrejas, torres, etc.

  • a)  nao se separa sujeito do predicado

    b) adjunto adverbial deslocado deve vir isolado por virgulas.

    c) ok

    d) nao se separa orações principais e subsordinadas com virgula.

    e)nao se separa sujeito do predicado