SóProvas


ID
1206952
Banca
NUCEPE
Órgão
PC-PI
Ano
2014
Provas
Disciplina
Direito Processual Penal

Segundo Grinover (2013), “Etimologicamente, interceptar (de inter e capio) tem o sentido de “deter na passagem” e, consequentemente, de impedir que algo chegue ao lugar a que se dirigia. Em sentido lato, define-se “interceptação telefônica” como qualquer ato de interferência nas comunicações telefônicas alheias, quer com a finalidade de impedi-las, quer com a finalidade de delas tomar conhecimento”. Ainda segundo a autora, o telefone, como meio de comunicação verbal e à distância, tornou-se um instrumento insubstituível nas relações usuais da vida contemporânea, fazendo com que o campo das comunicações telefônicas seja aquele em que o fenômeno das interceptações ilícitas toma dimensões preocupantes, por ser o setor onde a violação do direito à intimidade pode mais facilmente se manifestar, sem o conhecimento do titular do direito. 


À luz destas considerações e da Lei nº 9.296/96 que regula a interceptação de comunicações telefônicas, assinale a alternativa CORRETA.

Alternativas
Comentários

  • Lei 9296/96 ( Interceptação telefônica )  

    a)  Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.

      Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática.

     *OBS: Não há óbice , através de autorização do juiz criminal, da utilização da interceptação no proc. administrativo

    (prova emprestada).

    b) Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.

      § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.

      § 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.

     c) A regra é esta. Todavia, a banca de forma obscura pediu a exceção, qual seja:

      - Interceptação telefônica e crime punido com detenção: descoberta fortuita - STF - AI 626.214 AGR - DJ 08.10.2010.

    A Segunda Turma do STF, ao negar provimento ao Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 626214/MG (DJ 08.10.2010), manteve decisão do Ministro Joaquim Barbosa, para considerar compatível com o art. 5º, incisos XII e LVI, da CF o uso de prova obtida fortuitamente por meio de interceptação telefônica, ainda que o crime descoberto seja punido com detenção. Dessa forma, reiterou entendimento já adotado pela Corte no HC nº 83515 (DJ 04.03.2005).

    d)   Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da        Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

          Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

    e)(CERTA também)

     Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

     II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;


  • Questão anulada pela Banca.

    http://nucepe.uespi.br/downloads/resultado_recurso_delegado_civil2014.pdf

  • Creio que eles queriam a incorreta e se equivocaram na redação. KKK uma piada essa UESPI

  • Se bem que, há 3 corretas e 2 erradas. Então, foi mal formulada mesmo kk

  • Que desorganização!


  • Pela leitura da lei, apenas a alternativa "b" está correta, porém a alternativa "e", dependendo do modo de interpretação, também poderia ser. Isso pois a lei 9.296/96 menciona três hipóteses que não serão admitidas a interceptação de comunicações telefônicas, conforme artigo 2° e incisos:

    Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

    I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

    II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

    III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

    Então, ao meu ver, não seriam admitidos a interceptação telefônica "só" nesse caso, conforme alternativa "e". Assim, a alternativa mais correta seria a "b", pois está nos exatos termos da lei.

  • Questões B, C e E CORRETAS!

    Com todo respeito a quem passou nesse concurso, mas definitivamente o fator SORTE foi preponderante ao fator CONHECIMENTO. Uma prova em que foram anuladas 10 QUESTÕES (mais de 10% da prova!) só pode ser brincadeira. A meu ver, a prova deveria ter sido aplicada novamente.