RESPOSTA "B"
Existe uma correlação entre o clima negativo produzido por demissões e a queda de desempenho dos trabalhadores. Demissões criam ESTRESSE não apenas naqueles que são desligados, como nos que conseguem permanecer, a chamada "síndrome dos sobreviventes”.
É um erro acreditar que modelos de gestão que privilegiam o medo podem servir de combustível para motivação e desempenho. Evidências demonstram o contrário: trabalhadores expostos a ESTRESSE prolongado no trabalho correm duas vezes mais risco de ter um ataque cardíaco do que trabalhadores não-estressados.
Em empresas onde foram implementados cortes significativos, pode existir uma certa tendência a acreditar que os sobreviventes não precisam de atenção por considerar que "eles têm sorte de não terem sido demitidos”.
Diante deste contexto estressante, aumenta a probabilidade de os executivos passarem a fazer avaliações e a tomar decisões de maneira enviesada. Isso fica ainda mais evidente quando os gestores insistem em priorizar determinados “números “ e metas de vendas.
Ajudar os sobreviventes a atravessar o período de crise, significa compreender que eles precisam de muito mais do que um gestor competente. É necessário desenvolver e cultivar uma atitude humanista, uma ética da empatia e do cuidado.
É importante lembrar que o estresse gerado pelas demissões também pode afetar os profissionais responsáveis por implementá-las. Tempos depois de transcorridas as demissões, transtornos emocionais ainda podem persistir em tanto no "chão de fábrica" quanto nos que ocupam cargos gerenciais.
Embora saibamos que demissões sejam um recurso freqüentemente utilizado durante tempos econômicos difíceis, seria prudente que estivéssemos mais atentos ao impacto dessa estratégia sobre a produtividade e a saúde emocional de toda a empresa.
http://sensisaude.com.br/a-etica-do-cuidado-em-tempos-de-recessao-dr-fabio-martins/