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ID
1236547
Banca
FCC
Órgão
DPE-RS
Ano
2013
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Determinada Municipalidade recebeu reiteradas denúncias de pais de alunos sobre irregularidades em alimentos vendidos na cantina de uma escola particular, em virtude de indisposições repetidas experimentadas por seus filhos. Instaurado procedimento, na primeira fiscalização foi constatada a existência de grande número de alimentos com data de validade expirada. Diante da situação, e considerando o histórico das denúncias que instruem o processo, os fiscais podem

Alternativas
Comentários
  • Gostaria de saber porque a letra A está errada e a letra E correta.

  • Natália Dijigow, salvo engano, o erro da alternativa 'A' reside na afirmação de que a imposição de multa, bem como a suspensão da licença de funcionamento do estabelecimento, dependeriam de prévio exaurimento do processo administrativo, o que não se coadunaria com os atributos da autoexecutoriedade (que permite à administração modificar imediatamente a ordem jurídica pelos próprios atos ou instrumentos) e da coercibilidade (imposição dos atos estatais sobre os indivíduos; jus imperii) de que dispõe o poder de polícia. 

    .

    Obs.: Embora a imposição da multa pela administração independa de qualquer manifestação prévia do Poder Judiciário, a execução (cobrança forçada) da quantia correspondente deve, sim, ser realizada judicialmente (Direito Administrativo Descomplicado, Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino).

    .

    Espero ter ajudado! Se eu não estiver certo, por favor, me corrijam. Forte abraço e bora nessa!

  • A - ERRADO - AO CONSTAR A IRREGULARIDADE NA CANTINA, O AGENTE POSSUI A COMPETÊNCIA - DIANTE DO ATRIBUTO A AUTOEXECUTORIEDADE - PARA APLICAR MULTA (exigibilidade) E INTERDITAR O LOCAL (executoriedade). PARA DEPOIS ABRIR O PROCESSO ADMINISTRATIVO DANDO O DIREITO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. 

    B - ERRADO - É SÓ A CANTINA QUE SERÁ INTERDITADA, NADA IRÁ IMPEDIR - DEPOIS DA INTERDIÇÃO DESTA - O FUNCIONAMENTO DAS SALAS DE AULA, OU SEJA, NÃO PREJUDICARÁ A ATIVIDADE-FIM DO ESTABELECIMENTO.

    C - ERRADO - SEM COMENTÁRIOS... OS ALUNOS DESSA ESCOLA ''PARTICULAR'' QUE SE VIREM COM O ALIMENTO, POIS A ATIVIDADE QUE A CANTINA EXERCIA APENAS COMPLEMENTAVA A INSTITUIÇÃO DE ENSINO, OU SEJA, NÃO É ESSENCIAL AO OBJETIVO CONCEDIDO PELO ESTADO. 

    D - ERRADO - EM RESPEITO AO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, NÃO SE PODE ABRIR MÃO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA EM PROCESSO ADMINISTRATIVO.

    E - GABARITO.
  • Gabarito E,


    Para aplicar multa não precisa da prévia defesa, o que ja tornaria a questão A errada.



    Sobre a possibilidade de imediata interdição do estabelecimento, em regra geral pode, no entanto, no caso, como ja houve a apreensão das mercadorias vencidas, precisaria ter maiores elementos, sob pena de ofender aos princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade.


    Foco, Força e Fé.

    Abraço


  • A Administração Pública é dotada de poderes administrativos para consecução do interesse público, ou seja, proteger o cidadão.

     

    Um exemplo parecido de poder de polícia foi, recentemente, a interdição de frigoríficos na operação Carne Fraca da Polícia Federal.

     

    Vida longa e próspera, C.H.

  • A presente questão cogita de caso envolvendo o exercício do poder de polícia, pela Administração Pública, em especial no que tange às possíveis sanções e medidas cautelares franqueadas às autoridades competentes, diante de irregularidades constatadas na comercialização de alimentos.

    Analisemos, pois, as alternativas propostas, à procura da correta:

    a) Errado:

    O equívoco desta opção repousa em afirmar que a imposição de multa, bem como a suspensão da licença do estabelecimento, somente poderiam ser adotadas ao final do respectivo processo administrativo.

    A rigor, tais providências poderiam ser tomadas desde logo. No caso da multa, é claro que somente se tornaria definitiva, ou seja, exigível, ao final do citado processo, e desde que fosse mantida pelas autoridades julgadoras competentes. Em relação à suspensão da licença de funcionamento, cuida-se de providência com nítido caráter cautelar, vale dizer, com vistas a evitar que novos danos sejam causados à saúde dos alunos, enquanto não se conclui o mencionado processo. A medida se revela, portanto, plenamente razoável e necessária à tutela do interesse público, não podendo aguardar a conclusão de procedimento administrativo para que seja implementada.

    b) Errado:

    Nada impede a interdição do estabelecimento, diante das irregularidades apuradas. O fato de se tratar de uma escola privada não tem qualquer relevância para se adotar, ou não, a medida em questão. Afinal, o exercício do poder de polícia destina-se, fundamentalmente, aos particulares, em vista da supremacia geral inerente ao referido poder administrativo. É válido acentuar que a providência de interditar estabelecimentos conta com expresso amparo na Lei 9.472/99, que instituiu a ANVISA, como se depreende do teor de seu art. 7º, XIV:

    "Art. 7º  Compete à Agência proceder à implementação e à execução do disposto nos incisos II a VII do art. 2º desta Lei, devendo:

    (...)

    XIV - interditar, como medida de vigilância sanitária, os locais de fabricação, controle, importação, armazenamento, distribuição e venda de produtos e de prestação de serviços relativos à saúde, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde;"


    c) Errado:

    Remeto o leitor aos comentários empreendidos na alternativa anterior, no tocante à plena possibilidade de interdição do estabelecimento que comercializava os produtos impróprios ao consumo.

    d) Errado:

    É claro que a aplicação de qualquer penalidade não prescinde da regular observância do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, por meio do competente processo administrativo, sob pena de invalidade das sanções adotadas. Cuida-se, como se sabe muito bem, de garantia fundamental prevista no art. 5º, LIV e LV, CRFB/88.

    e) Certo:

    A presente opção está devidamente amparada nos comentários anteriormente feitos. Todas as providências citadas seriam plenamente possíveis, bastando, contudo, que se observasse o contraditório e a ampla defesa, em regular procedimento administrativo.


    Gabarito do professor: E


  • Analisemos, pois, as alternativas propostas, à procura da correta:

    a) Errado:

    O equívoco desta opção repousa em afirmar que a imposição de multa, bem como a suspensão da licença do estabelecimento, somente poderiam ser adotadas ao final do respectivo processo administrativo. 

    A rigor, tais providências poderiam ser tomadas desde logo. No caso da multa, é claro que somente se tornaria definitiva, ou seja, exigível, ao final do citado processo, e desde que fosse mantida pelas autoridades julgadoras competentes. Em relação à suspensão da licença de funcionamento, cuida-se de providência com nítido caráter cautelar, vale dizer, com vistas a evitar que novos danos sejam causados à saúde dos alunos, enquanto não se conclui o mencionado processo. A medida se revela, portanto, plenamente razoável e necessária à tutela do interesse público, não podendo aguardar a conclusão de procedimento administrativo para que seja implementada.

    b) Errado:

    Nada impede a interdição do estabelecimento, diante das irregularidades apuradas. O fato de se tratar de uma escola privada não tem qualquer relevância para se adotar, ou não, a medida em questão. Afinal, o exercício do poder de polícia destina-se, fundamentalmente, aos particulares, em vista da supremacia geral inerente ao referido poder administrativo. É válido acentuar que a providência de interditar estabelecimentos conta com expresso amparo na Lei 9.472/99, que instituiu a ANVISA, como se depreende do teor de seu art. 7º, XIV:

    "Art. 7º  Compete à Agência proceder à implementação e à execução do disposto nos incisos II a VII do art. 2º desta Lei, devendo:

    (...)

    XIV - interditar, como medida de vigilância sanitária, os locais de fabricação, controle, importação, armazenamento, distribuição e venda de produtos e de prestação de serviços relativos à saúde, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde;"

    c) Errado:

    Remeto o leitor aos comentários empreendidos na alternativa anterior, no tocante à plena possibilidade de interdição do estabelecimento que comercializava os produtos impróprios ao consumo.

    d) Errado:

    É claro que a aplicação de qualquer penalidade não prescinde da regular observância do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, por meio do competente processo administrativo, sob pena de invalidade das sanções adotadas. Cuida-se, como se sabe muito bem, de garantia fundamental prevista no art. 5º, LIV e LV, CRFB/88.

    e) Certo:

    A presente opção está devidamente amparada nos comentários anteriormente feitos. Todas as providências citadas seriam plenamente possíveis, bastando, contudo, que se observasse o contraditório e a ampla defesa, em regular procedimento administrativo.

    Gabarito do professor: E

  • Analisemos, pois, as alternativas propostas, à procura da correta:

    a) Errado:

    O equívoco desta opção repousa em afirmar que a imposição de multa, bem como a suspensão da licença do estabelecimento, somente poderiam ser adotadas ao final do respectivo processo administrativo. 

    A rigor, tais providências poderiam ser tomadas desde logo. No caso da multa, é claro que somente se tornaria definitiva, ou seja, exigível, ao final do citado processo, e desde que fosse mantida pelas autoridades julgadoras competentes. Em relação à suspensão da licença de funcionamento, cuida-se de providência com nítido caráter cautelar, vale dizer, com vistas a evitar que novos danos sejam causados à saúde dos alunos, enquanto não se conclui o mencionado processo. A medida se revela, portanto, plenamente razoável e necessária à tutela do interesse público, não podendo aguardar a conclusão de procedimento administrativo para que seja implementada.

    b) Errado:

    Nada impede a interdição do estabelecimento, diante das irregularidades apuradas. O fato de se tratar de uma escola privada não tem qualquer relevância para se adotar, ou não, a medida em questão. Afinal, o exercício do poder de polícia destina-se, fundamentalmente, aos particulares, em vista da supremacia geral inerente ao referido poder administrativo. É válido acentuar que a providência de interditar estabelecimentos conta com expresso amparo na Lei 9.472/99, que instituiu a ANVISA, como se depreende do teor de seu art. 7º, XIV:

    "Art. 7º  Compete à Agência proceder à implementação e à execução do disposto nos incisos II a VII do art. 2º desta Lei, devendo:

    (...)

    XIV - interditar, como medida de vigilância sanitária, os locais de fabricação, controle, importação, armazenamento, distribuição e venda de produtos e de prestação de serviços relativos à saúde, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde;"

    c) Errado:

    Remeto o leitor aos comentários empreendidos na alternativa anterior, no tocante à plena possibilidade de interdição do estabelecimento que comercializava os produtos impróprios ao consumo.

    d) Errado:

    É claro que a aplicação de qualquer penalidade não prescinde da regular observância do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, por meio do competente processo administrativo, sob pena de invalidade das sanções adotadas. Cuida-se, como se sabe muito bem, de garantia fundamental prevista no art. 5º, LIV e LV, CRFB/88.

    e) Certo:

    A presente opção está devidamente amparada nos comentários anteriormente feitos. Todas as providências citadas seriam plenamente possíveis, bastando, contudo, que se observasse o contraditório e a ampla defesa, em regular procedimento administrativo.

    Gabarito do professor: E