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ID
1241443
Banca
FCC
Órgão
TRF - 4ª REGIÃO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder a questão considere o texto abaixo.


No campo da técnica e da ciência, nossa época produz milagres todos os dias. Mas o progresso moderno tem amiúde um custo destrutivo, por exemplo, em danos irreparáveis à natureza, e nem sempre contribui para reduzir a pobreza.

A pós-modernidade destruiu o mito de que as humanidades humanizam. Não é indubitável aquilo em que acreditam tantos filósofos otimistas, ou seja, que uma educação liberal, ao alcance de todos, garantiria um futuro de liberdade e igualdade de oportunidades nas democracias modernas. George Steiner, por exemplo, afirma que “bibliotecas, museus, universidades, centros de investigação por meio dos quais se transmitem as humanidades e as ciências podem prosperar nas proximidades dos campos de concentração”. “O que o elevado humanismo fez de bom para as massas oprimidas da comunidade? Que utilidade teve a cultura quando chegou a barbárie?

Numerosos trabalhos procuraram definir as características da cultura no contexto da globalização e da extraordinária revolução tecnológica. Um deles é o de Gilles Lipovetski e Jean Serroy, A cultura-mundo. Nele, defende-se a ideia de uma cultura global − a cultura-mundo − que vem criando, pela primeira vez na história, denominadores culturais dos quais participam indivíduos dos cinco continentes, aproximando-os e igualando-os apesar das diferentes tradições e línguas que lhes são próprias. 

Essa “cultura de massas” nasce com o predomínio da imagem e do som sobre a palavra, ou seja, com a tela. A indústria cinematográfica, sobretudo a partir de Hollywood, “globaliza” os filmes, levando-os a todos os países, a todas as camadas sociais. Esse processo se acelerou com a criação das redes sociais e a universalização da internet. 

Tal cultura planetária teria, ainda, desenvolvido um individualismo extremo em todo o globo. Contudo, a publicidade e as modas que lançam e impõem os produtos culturais em nossos tempos são um obstáculo a indivíduos independentes. 

O que não está claro é se essa cultura-mundo é cultura em sentido estrito, ou se nos referimos a coisas completamente diferentes quando falamos, por um lado, de uma ópera de Wagner e, por outro, dos filmes de Hitchcock e de John Ford. 

A meu ver, a diferença essencial entre a cultura do passado e o entretenimento de hoje é que os produtos daquela pretendiam transcender o tempo presente, continuar vivos nas gerações futuras, ao passo que os produtos deste são fabricados para serem consumidos no momento e desaparecer. Cultura é diversão, e o que não é divertido não é cultura.                

                               

(Adaptado de: VARGAS LLOSA, M. A civilização do espetáculo.
Rio de Janeiro, Objetiva, 2013, formato ebook)

Possuem os mesmos tipos de complemento os verbos grifados em:

Alternativas
Comentários
  • A) a forma verbal “produz” tem como complemento (objeto direto) “milagres”, portanto “produzir” está empregado como transitivo direto; já a forma verbal “humanizam”, apesar de originalmente o verbo “humanizar” ser transitivo direto (quem humaniza humaniza algo ou alguém), está empregada na condição de verbo intransitivo, porque não há objeto. 

    B) os verbos “nascer” (na forma “nasce”) e “ser” (na forma “é”) são, respectivamente, intransitivo e de ligação, não apresentando, portanto igual tipo de complemento. 

    C) CORRETA “destruir”, no segmento “destruiu o mito...”, e “produzir”, no segmento “produz milagres”, estão ambos empregados como transitivos diretos, sendo seus complementos (objetos diretos), respectivamente, “o mito” e “milagres”. 

    D) o verbo “nascer”, no segmento “Essa cultura de massas nasce”, trata-se de verbo intransitivo, não possuindo complemento; já o verbo “contribuir”, no segmento “contribui para...”, está empregado como transitivo indireto, sendo seu complemento (objeto indireto) “para reduzir a pobreza” (primeiro parágrafo). 

    E) o verbo “prosperar” é intransitivo, não apresentando complemento, e “destruir”, no segmento “destruiu o mito”, é transitivo direto, sendo seu objeto direto “o mito”.

    Bons estudos!!


  • Objeto direto

  • Produz - vtd  complemento OD / quem humaniza humaniza a alguém VTI - OI ERRADA 

    NASCE - VI / É - VL  ERRADA 

    DESTRUIU - VTD / PRODUZ - VTD CORRETA

     NASCE - VI / CONTRIBUI - VTI 

    PROSPERAR - VTI / DESTRUIU VTD 

  • Retificando o comentario da Laiane, que so tem um errinho. Prosperar eh VI, nao VTI, 'nas proximidades' eh circunstancia, ou seja, adj adv, nao eh OI.

  • Letra c
     “destruir” e “produzir” estão  empregados como transitivo direto, sendo seus complementos, respectivamente, “o mito” e “milagres” .

  • perguntem para o verbo "O QUE" o "QUEM" na maioria das vezes dar certo

    resp. "C"

  • Texto difícil, precisei ler duas vezes...

  • Graças a Deus essa matéria está entrando \o/ respondi direto sem ler o texto, Obrigada Zambelli. 

  • Por que na alternativa D a preposição que acompanha o verbo (NASCER COM) não o torna transitivo INdireto?

  • LETRA C .

  • RAFAELA CARDOSO: a preposição "COM" não é OI, mas Adjunto Adverbial de Companhia. 

    Veja essa frase: 

    Irei viajar com meus irmãos. 

    O verbo viajar é VI. A preposição "com" tem valor semântico de "companhia". 

    Voltemos à frase em questão: 

    Essa cultura de massas nasce com o predomínio da imagem e do som sobre a palavra etc. 

    Da mesma forma que o exemplo, o verbo nasce é VI. Já, a preposição "com" tem valor semântico de companhia: nasce junto com o predomínio da imagem etc. 

    Espero ter ajudado!

     

  • Yucca ótima explicação!

  • Respondi certo em 21/05/2019!