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ID
1246321
Banca
VUNESP
Órgão
MPE-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.

Chuvas com lembranças

      Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que
nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, às
tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e
cada gota que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céu
cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como deseja-
riam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...)
      Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também,
no céu um sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta
gente estará suspirando por um raio de sol!
      Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham
cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram
pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos
exercícios!
      Chuvas de viagens: tempestade na Mantiqueira, quando nem
os ponteiros do para-brisa dão vencimento à água; quando
apenas se vê, na noite, a paisagem súbita e fosfórea mostrada pelos
relâmpagos.
      Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes:
a de 1811, que com o desabamento de uma parte do Morro do
Castelo soterrou várias pessoas, arrastou pontes, destruiu
caminhos e causou tal pânico em toda a cidade que durante sete dias
as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os sacerdotes
e o povo a pedirem a misericórdia divina.
      Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas
igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem
pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente!
      Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que
nem as borboletas percebem. Os meninos esperam em vão pelas
poças d’água onde pulariam contentes. Tudo é apenas calor e
céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantas
coisas liam, outrora...
      “São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito,
entre a cruz e a água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”

(Cecília Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado)

No período – … nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar… – (1.º parágrafo), a conjunção “e” expressa sentido de

Alternativas
Comentários
  • O uso da vírgula antes do "e" nos indica que o sujeito da segunda frase é o mesmo da primeira, portanto, remontando a uma ideia de adição (ou complemento) entre as frases.

    Todavia, na minha opinião também há um sentido de conclusão: "não percebeu, portanto continuou pousando". Mas não havia esta opção na prova.

  • "e" = adição,soma (Aditivas)

  • Resposta correta:

    E) Adição.

    Dá a ideia de que há informação extra sendo acrescentada.

  • Eu entendi ao contrário, ou seja, não entendi a questão.

    Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que 
    nem as borboletas ainda perceberam, E continuam a pousar, às 
    tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e 
    cada gota que cai logo se evapora. 

    Reescrevi a frase desta forma: 

    Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que 
    nem as borboletas ainda perceberam, MAS continuam a pousar, às 
    tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e 
    cada gota que cai logo se evapora. 

  • Na minha humilde opinião a questão tem também sentido de Conclusão(PORTANTO) e Adversidade (MAS).

    .

  • Cuidado com os valores do E. Ele pode indicar, adição, consequência ou conclusão, adversidade, oposição.

    Eu acho que a assertiva mais correta seria a letra A. Por que o fato das borboletas não perceberem, e continuarem a pousar, tem um valor mais apropriadamente semântico de Oposição e não de adição por qual é apontada no gabarito.

    Bons estudos.


  • As borboletas ainda não perceberam a chuva E continuam pousando. Adição. 

    Caso a frase dissesse que "As borboletas perceberam, E / MAS continuam a pousar", aí sim seria ideia de oposição.

  •  Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que 
    nem as borboletas ainda perceberam, E continuam a pousar:

    é claro o sentido de adição da oração se nós substituirmos o E por nem(=e não), nesse caso utilizamos a regra do "nem" em nosso favor. 

  • alguem sabe o porquê de nao ser a alternativa A ?

  • "...nem as borboletas ainda perceberam, E continuam a pousar..."

    As borboletas    (ainda nem perceberam)   +   (continuam a pousar)
     
    As borboletas fizeram  (isso)  +  (isso)
  • ALTERNATIVA CERTA - E

    (pingos) Tão leves e raros que 
    nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar de jasmim em jasmim às 
    tontas. ( NÃO PERCEBERAM + CONTINUARAM A POUSAR = adição de ações)

  • Errei a questão pois marquei a letra A...Meu raciocínio foi o seguinte :  aprendi que quando apresentar vírgula, pode ser por conta da oposição ou por conta da ideia de adição, mas neste último caso os sujeitos das orações tem que ser diferentes( ao contrário do que já foi dito aqui )... Como entendi que os sujeitos são iguais, marquei   a A, oposição. Então, se o gabarito é a letra E, Adição, os sujeitos obrigatoriamente tem que ser diferentes...Agora é entender, porque os sujeitos são diferentes, não consegui visualizar isso não....

  • Eu acho que só teria a ideia de oposição se as borboletas tivessem percebido os pingos de chuva E continuassem a pousar.

    gabarito letra E

  • Perfeito Leandro Araújo. Essa é a compreensão correta da questão.

  • E = ALÉM DE

  • Questão de RLM

  • Quanto a vírgula:

     

    "Modernamente falando é facultativa, porque o sujeito do verbo continuar é o mesmo do verbo perceber. São orações coordenadas aditivas com o mesmo sujeito. Antes, lá atrás, era até proibido usar essa vírgula, mas hoje é uma vírgula facultativa por uma questão enfática. Não há problema algum." - Prof. Alexandre Soares. 

     

    "Vírgula estilística. O autor quis marcar uma pausa. Nenhuma regra gramatical abona tal vírgula. No entanto, a serviço da clareza e do ritmo frasal, a vírgula foi usada" - Prof. Fernando Pestana.

     

  • Assertiva E

    a conjunção “e” expressa sentido de adição.