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ID
12484
Banca
FCC
Órgão
TRF - 2ª REGIÃO
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Instruções: As questões de números 1 a 15 referem-se ao texto
seguinte.

A eterna juventude

Conforme a lenda, haveria em algum lugar a Fonte da
Juventude, cujas águas garantiriam pleno rejuvenescimento a
quem delas bebesse. A tal fonte nunca foi encontrada, mas os
homens estão dando um jeito de promover a expansão dos
anos de "juventude" para limites jamais vistos. A adolescência
começa mais cedo - veja-se o comportamento de "mocinhos" e
"mocinhas" de dez ou onze anos - e promete não terminar
nunca. Num comercial de TV, uma vovó fala com desenvoltura
a gíria de um surfista. As academias e as clínicas de cirurgia
plástica nunca fizeram tanto sucesso. Muitos velhos fazem
questão de se proclamar jovens, e uma tintura de cabelo é
indicada aos homens encanecidos como um meio de fazer
voltar a "cor natural".
Esse obsessivo culto da juventude não se explica por
uma razão única, mas tem nas leis do mercado um sólido
esteio. Tornou-se um produto rentável, que se multiplica
incalculavelmente e vai da moda à indústria química, dos
hábitos de consumo à cultura de entretenimento, dos salões de
beleza à lipoaspiração, das editoras às farmácias. Resulta daí
uma espécie de código comportamental, uma ética subliminar,
um jeito novo de viver. O mercado, sempre oportunista, torna-se
extraordinariamente amplo, quando os consumidores das mais
diferentes idades são abrangidos pelo denominador comum do
"ser jovem". A juventude não é mais uma fase da vida: é um
tempo que se imagina poder prolongar indefinidamente.
São várias as conseqüências dessa idolatria: a
decantada "experiência dos mais velhos" vai para o baú de
inutilidades, os que se recusam a aderir ao padrão triunfante da
mocidade são estigmatizados e excluídos, a velhice se torna
sinônimo de improdutividade e objeto de caricatura. Prefere-se
a máscara grotesca do botox às rugas que os anos trouxeram, o
motociclista sessentão se faz passar por jovem, metido no
capacete espetacular e na roupa de couro com tachas de metal.
É natural que se tenha medo de envelhecer, de adoecer,
de definhar, de morrer. Mas não é natural que reajamos à lei da
natureza com tamanha carga de artifícios. Diziam os antigos
gregos que uma forma sábia de vida está na permanente preparação
para a morte, pois só assim se valoriza de fato o presente
que se vive. Pode-se perguntar se, vivendo nesta ilusão da
eterna juventude, os homens não estão se esquecendo de
experimentar a plenitude própria de cada momento de sua
existência, a dinâmica natural de sua vida interior.

(Bráulio Canuto)

Está adequada a correlação entre tempos e os modos verbais na frase:

Alternativas
Comentários
  • a) Há em algum lugar a Fonte da Juventude, cujas águas garantirão pleno rejuvenescimento a quem delas VIER a beber. b) Seria natural que tivéssemos medo de envelhecer, mas não que reagíssemos à lei da natureza com tantos artifícios. (CERTA) c) Caso se quisesse valorizar o presente que se vive, uma forma sábia de vida PODERIA SER a permanente preparação para a morte. d) Terão sido várias as conseqüências dessa idolatria, entre elas a de que a "experiência dos mais velhos" TERÁ IDO para o baú de inutilidades. e) Tornara-se um produto rentável, que se MULTIPLICAVA incalculavelmente e IA da moda à indústria química.
  • Correlação Verbal entre Pret. Imperf. Subj x Fut. Pret Ind.

    Seria natural que tivéssemos medo de envelhecer, mas não que reagíssemos à lei da natureza com tantos artifícios.

  • Correlações verbais

    a) em algum lugar a Fonte da Juventude, cujas águas garantirão pleno rejuvenescimento a quem delas (viria) venha a beber.

      Presente do indicativo () à Presente do subjuntivo (venha). (e vice-versa)

    b) Seria natural que tivéssemos medo de envelhecer, mas não que reagíssemos à lei da natureza com tantos artifícios. (CORRETA).

        Futuro do pretérito do indicativo(seria) à Pretérito imperfeito do subjuntivo(reagíssemos)

    c) Caso se quisesse valorizar o presente que se vive, uma forma sábia de vida (poderá) poderia ser a permanente preparação para a morte.

        Pretérito imperfeito do subjuntivo(quisesse) a futuro do pretérito do indicativo(poderia)

    d) Terão sido várias as conseqüências dessa idolatria, entre elas a de que a "experiência dos mais velhos" (iria) TERÁ IDO para o baú de inutilidades.

        
    Futuro do presente do indicativo (terão) futuro do presente do indicativo(terá)

    e) Tornara-se um produto rentável, que se multiplicava incalculavelmente e ia da moda à indústria química.

         Pretérito perfeito do indicativo à Pretérito imperfeito do indicativo (multiplicava/ia)

         TORNARA (pret. mais-que-perfeito). Do pretérito perfeito derivam-se o pretérito mais-que-perfeito do indicativo,o futuro do subjuntivo e o pretérito     imperfeito do subjuntivo. Formam-se pelo tema do pretérito perfeito que é obtido conjugando esse tempo na 2ª pessoa singular, eliminando a desinência ste . Ex.: Tu tornaste ste - torna
                   Tu colheste ste - colhe
                   Tu feriste ste - fere
    Acrescenta-se ao verbo as desinências referentes a cada um dos três tempos derivados:

    Pretérito mais-que-perfeito do indicativo  ra, ras, ramos, reis, ram
    Futuro do subjuntivo  r, res, r, rmos, rdes, rem
    Pretérito imperfeito do subjuntivo  sse, sses, sse, ssemos, sseis, ssem

     

  • GABARITO LETRA B 

     

    CORRELAÇÃO VERBAL 

     

    FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO + PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO 

  • Lembra de regra Hipótese + certeza = errada