O governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, renunciou ao mandato nesta terça-feira, 23, e responsabilizou o DEM, partido do qual pediu desfiliação antes de deixar o cargo, pela sua decisão. Segundo ele, o pedido da Executiva da legenda para que todos seus filiados deixassem o governo do DF após a prisão do governador, José Roberto Arruda, somado a indisposição dos outros partidos em fazer parte de um governo de "coalizão" foram determinantes para sua renúncia.
Acuado por denúncias de envolvimento no escândalo de arrecadação e distribuição de propinas a aliados do governo do DF que ficou conhecido como "mensalão do DEM", ele vinha sendo pressionado pela cúpula da legenda para desligar-se do partido ou renunciar. De acordo com sua assessoria, Paulo Octávio não atenderá a imprensa.
Letra C.
c) Certo. Na época, segundo a Justiça, José Roberto Arruda tentou subornar o jornalista Edson Sombra para que ele mentisse em depoimento à PF, o que acabou levando-o à prisão, depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou um pedido da Polícia Federal em 2010.
A PF chegou ao esquema após um depoimento do próprio jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Edson Sombra. Ele afirmou à Polícia Federal que recebeu, das mãos de Geraldo Naves (famoso jornalista em Brasília), um bilhete supostamente escrito por Arruda em que o então governador afastado "pedia ajuda".
O bilhete dizia que Naves estava autorizado a intermediar uma negociação de suborno para que o depoimento à PF fosse forjado. A pedido de Sombra, o ex-parlamentar foi substituído pelo então secretário de governo, Wellington Moraes. Depois, a interlocução foi assumida pelo ex-funcionário da CEB Antonio Bento da Silva.
A operação Caixa de Pandora foi deflagrada no ano de 2009, após delação premiada do ex-secretário de Relações Institucionais do governo do DF, Durval Barbosa. Segundo ele, deputados da base aliada, empresários e integrantes da gestão de José Roberto Arruda (então filiado ao DEM, hoje no PR) montaram um esquema de propina para garantir apoio às decisões do governo.
Para denunciar o esquema, Barbosa gravou reuniões da equipe de campanha de Arruda e de outros citados, ainda em 2006, quando os acordos teriam sido firmados.
Atualmente, passados 12 (doze) anos, os réus das ações penais seguem questionando a validade e a autenticidade dos áudios produzidos.
Questão comentada pelo Profª. Rebecca Guimarães