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ID
1250650
Banca
FCC
Órgão
TRF - 4ª REGIÃO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Vaidade do humanismo

        A vaidade, desde sua etimologia latina vanitas, aponta para o vazio, para o sentimento que habita o vão. Mas é possível tratar dela com mais condescendência do que os moralistas rigorosos que costumam condená-la inapelavelmente. Pode-se compreendê-la como uma contingência humana que talvez seja preciso antes reconhecer com naturalidade do que descartar como um vício abominável. Como se sabe, a vaidade está em todos nós em graus e com naturezas diferentes, e há uma vaidade que devemos aceitar: aquela que corresponde não a um mérito abstrato da pessoa, a um dom da natureza que nos tornasse filhos prediletos do céu, mas a algum trabalho que efetivamente tenhamos realizado, a uma razão objetiva que enraíza a vaidade no mesmo chão que foi marcado pelo nosso melhor
esforço, pelo nosso trabalho de humanistas.
        Na condição de humanistas, temos interesse pelo estudo das formações sociais, dos direitos constituídos e do papel dos indivíduos, pela liberdade do pensamento filosófico que se pensa a si mesmo para pensar o mundo, pela arte literária que projeta e dá forma em linguagem simbólica aos desejos mais íntimos; por todas as formas, enfim, de conhecimento que ainda tomam o homem como medida das coisas. Talvez nosso principal desafio, neste tempo de vertiginoso avanço tecnológico,
esteja em fazer da tecnologia uma aliada preciosa em nossa busca do conhecimento real, da beleza consistente e de um mundo mais justo - todas estas dimensões de maior peso do que qualquer virtualidade. O grande professor e intelectual palestino Edward Said, num livro cujo título já é inspiração para uma plataforma de trabalho - Humanismo e crítica democrática - afirma a certa altura: “como humanistas, é da linguagem que partimos”; “o ato de ler é o ato de colocar-se na posição do autor, para quem escrever é uma série de decisões e escolhas expressas em palavras”. Nesse sentido, toda leitura é o compartilhamento do sujeito leitor com o sujeito escritor - compartilhamento justificado não necessariamente poradesão a um ponto de vista, mas pelo interesse no reconhecimento e na avaliação do ponto de vista do outro. Que seja este um nosso compromisso fundamental. Que seja esta a nossa vaidade de humanistas. 

(Derval Mendes Sapucaia, inédito)

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar em número com o elemento sublinhado na frase:

Alternativas
Comentários
  •  a) A quantos outros vícios não se (curvar) quem costuma julgar a vaidade como o mais abominável de todos?R: quem costuma julgar a vaidade não se curva....
     b) Vaidades, (haver) muitas delas pelo mundo; poucas são, no entanto, as que se justificam.           R: verbo haver no sentido de existir é impessoal, não flexiona.
     c) Todo aquele que (abominar) as fraquezas humanas deveria buscar discerni-las e qualificá-las, antes de as julgar.   R: todo aquele que abomina as fraquezas humanas....
    d) Aos avanços tecnológicos (poder) seguir-se uma sensata parceria com outras atividades de que o homem é capaz.  R: uma sensata parceria pode seguir aos avanções tecnológicos...
    e) Em que (consistir), em nossa época, práticas efetivamente humanistas, que nos definam pelo que essencialmente somos?  R: Práticas efetivamente humanistas consistem...


  • a) A quantos outros vícios não se (curvar) quem costuma julgar a vaidade como o mais abominável de todos?

    QUEM  NÃO SE CURVA = QUEM COSTUMA JULGAR

     

    b)Vaidades, (haver) muitas delas pelo mundo; poucas são, no entanto, as que se justificam.

    HAVER = EXISTIR

    VERBO IMPESSOAL

    SEMPRE NA 3º PESSOA DO SINGULAR

     

    c) Todo aquele que (abominar) as fraquezas humanas deveria buscar discerni-las e qualificá-las, antes de as julgar.

    QUEM ABOMINA = TODO AQUELE QUE

    QUE = NO SUJEITO = O VERBO CONCORDA COM O ANTECEDENTE

     

    d) Aos avanços tecnológicos (poder) seguir-se uma sensata parceria com outras atividades de que o homem é capaz.

    AVANÇOS ESTÁ PREPOSICIONADO

     

    e)Em que (consistir), em nossa época, práticas efetivamente humanistas, que nos definam pelo que essencialmente somos?

  • GAB E

  • Vaidades, haverá muitas delas pelo mundo; poucas são, no entanto, as que se justificam.

    3ª PS

    E: PRÁTICAS...CONSISTEM.

  • se um dia eu ficar por uma questão desse tipo com certeza eu irei recorrer, pois a norma culta do português não admite essa bagunça com as palavras, esse tipo de questão inventada pela FCC deveria ser proibida, pois isso não existe em nem uma escola, e nem um nivel de escolaridade no Brasil