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ID
1252453
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
SEDF
Ano
2014
Provas
Disciplina
História
Assuntos

“Já o bom historiador se parece com o ogro da lenda. Onde fareja carne humana, sabe que ali está a sua caça.”

                  Marc Bloch. “A história, os homens e o tempo”, Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001, [primeira edição 1949], p. 54.

O trecho acima é parte do último livro do famoso historiador francês, conhecido como um dos mais criativos e importantes do século XX. Escrita em circunstâncias especiais, a obra pode ser lida como uma espécie de testamento acadêmico de Marc Bloch. O texto, contudo, não chegou a ser finalizado, pois Bloch, que era
judeu, estava preso e fora torturado pela Gestapo — polícia secreta alemã —, sendo fuzilado perto de Lyon no dia 16 de julho de 1944.

Tendo as informações acima como referência inicial, julgue o item subsequente.

Em um momento em que ideologias como o nazismo e o fascismo estavam fortemente disseminadas, a comparação que Bloch faz, no trecho citado, exprime uma teoria da história de vocação essencialmente humanista.

Alternativas
Comentários
  • Quem pode explicar???

  • Interpretação de texto ou história? Escrever sobre caça, em plena perseguição a judeus como ele, onde há humanismo? 

  • Creio que a questão quer dizer que Bloch dava enfoque ao lado humano da história e não ao político-militar. Será?

  • O homem como protagonista.

  • Humanismo, voltemos ao período do Renascimento, é característica de por o homem no centro, dar destaque ao papel do homem, principalmente como indivíduo. Então, quando Bloch (não conheço a obra dele, mas achei a analogia formidável) diz que o historiador sabe onde está sua "caça" (objeto de estudo) quando "cheira a carne humana", é porque a história está sendo estudada com um visão centrada no homem, com o homem fonte da história, uma visão humanista, portanto.

     

    obs: Lembremos que o fascismo e o nazismo posicionavam o coletivo sobre o indivíduo, o que pode ser notado com a repressão à individualidade, desde o uso de fardas (camisas pardas nazistas e os camisas-negras de Mussolini), até a centralização da figura do Estado em um indivíduo (ele representa o "nós", e o "nós" é o mais importante). Isso faz com que a visão humanista de Bloch contraste com a visão fascista de mundo.

  • Eu errei por achar, devido ao contexto ao qual o trecho foi escrito onde um judeu históriador estava em meio ao holocausto, que "carne humana" eram judeus mortos, logo não haveria nada de humano nisso. Viajei na batata, a questão também. Fala sério. Isso é mais filosofia que história. Péssima questão.

  • A pegadinha da banca foi deixar o trecho de Bloch em que ele parece descrever uma cena selvagemente canibalística.

    Esta violência gastronômica, de se "farejar a carne humana", não é, contudo, em sentido denotativo. Ao revés, como metáfora, simboliza o foco que o cientista social de História (o historiador) deve ter em mente, na visão humanista: o homem.

  • A banca foi maldosa. O texto subsequente confunde por misturar a carnificina que foi o pós Grande Guerra, e ao fazer isso tenta convencer o inscrito a achar que o trecho citado é feito de maneira denotativa, mas não é. E sim de maneira conotativa e interpretativ em que o autor compara dois seres sutilmente. Certamente se não houvesse o texto ou se sequer fosse numa prova de literatura acertarímos bricando.

    GAB. CERTO.

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