SóProvas


ID
1266130
Banca
FUNCAB
Órgão
PRF
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1
                                                        A era do automóvel

        E, subitamente, é a era do Automóvel, O monstro transformador irrompeu, bufando, por entre os descombros da cidade velha, e como nas mágicas e na natureza, aspérrima educadora, tudo transformou com aparências novas e novas aspirações.[...]
        [...] Ruas arrasaram-se, avenidas surgiram, os impostos aduaneiros caíram, e triunfal e desabrido o automóvel entrou,arrastando desvaíradamente uma catadupa de automóveis, Agora, nós vivemos positivamente nos momentos do automóvel, em que o chauffeur é rei, é soberano, é tirano.
        Vivemos inteiramente presos ao Automóvel. O Automóvel ritmiza a vida vertiginosa, a ânsia das velocidades, o desvario de chegar ao fim, os nossos sentimentos de moral, de estética, de prazer, de economia, de amor.
        [...] Passamos como um raio, de óculos enfumaçados por causa da poeira. Não vemos as árvores. São as árvores que olham para nós com inveja. Assim o Automóvel acabou com aquela modesta felicidade nossa de bater palmas aos trechos de floresta, [...] A natureza recolhe-se humilhada. Em compensação temos palácios, altos palácios nascidos do fumo de gasolina dos primeiros automóveis e a febre do grande devora-nos. Febre insopitável e benfazeja! Não se lhe pode resistir.[...]
                        (João do Rio, In: GOMES, Renato Cordeiro (Org.) Rio de Janeiro: Agir, 2005 p. 57-60.)

Vocabulário:
benfazejo: que é bem-vindo
catadupa: jorro, derramamento grande
desabrido: rude, violento
insopitável: incontrolável


Texto 2
                                                   Falta de educação e velocidade

        Os anjos da morte estão cansados de nos recolher, a nós que nos matamos ou somos assassinados no tráfego das estradas, cidades, esquinas deste país. Os anjos da morte estão exaustos de pegar restos de vidas botadas fora. [...] Os anjos da morte suspiram por todo esse desperdício.
        [...]
        Outro dia observei na televisão um motorista, apanhado a quase 200 por hora, sendo entrevistado ainda dentro do carro. Fiquei impressionada com seu sorriso idiota, o arzinho arrogante, o jeito desafiador com que encarou a câmera num silêncio ofendido, quando perguntado sobre as razões da sua insanidade. Todo o seu ar era de quem estava coberto de razão: a lei e a segurança dos outros e a dele próprio nada valiam diante da sua onipotência.
        Atenção: os jovens são - em geral, mas não sempre - mais arrojados, mais imprudentes, têm menos experiência na direção. Portanto, são mais inclinados a acidentes, bobos ou fatais, em que a gente mata e morre. Mas há um número, impressionante de adultos - mais homens do que mulheres, diga-se de passagem, porque talvez sejam biologicamente mais agressivos - cometendo loucuras ao dirigir, avançando o sinal, quase empurrando o veículo da frente com seu para-choque, não cedendo passagem, ultrapassando em locais absurdos sem a menor segurança, bebendo antes de dirigir, enfim, usando o carro como um punhal hostil ou um falo frustrado.
        [...]
        Precisamos em quase tudo de autoridade e respeito, para que haja uma reforma generalizada, passando da desordem e do caos a algum tipo de segurança e bem-estar. Os motoristas americanos e europeus impressionam pela educação. Não por serem bonzinhos ou melhores do que nós, mas porque temem a lei, a punição, a cassação da carteira, a prisão, por coisas que aqui entre nós são consideradas apenas “normais", meros detalhes, “todo mundo faz assim".
        Autoridade justa, mas muito rigorosa, é o que talvez nos deixe mais lúcidos e mais bem-educados: em casa, na escola, na rua, na estrada, no bar, no clube, dentro do nosso carro. E os fatigados anjos da morte poderão, se não entrar em férias, ao menos relaxar um pouco.
                                                                                 (Lya Luft. Revista Veja, n° 2048, 20/02/2008.)

Observe as frases:

I. “todo mundo faz assim”.
II. “Todo o mundo faz assim” .

Sobre elas, pode-se afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Gabarito:B

    Nas frases seguintes, a diferença é clara: Lia todo livro que encontrasse. Li todo o livro.


    No primeiro caso, o pronome indefinido TODO + substantivo traz a ideia de "qualquer", "cada", por isso o sentido é o de que o cidadão lia "qualquer" livro que encontrasse.


    Por exemplo, a frase "Todo ser humano tem alma" representa o conjunto dos seres em questão, daí podermos dizer que o uso do singular (TODO = qualquer) tem valor de plural (TODO = totalidade), o que Bechara chama de "totalidade distributivamente de um conjunto plural".


    No segundo caso, o adjetivo TODO + O + substantivo tem o sentido de "inteiro", "completo"; assim, o sujeito leu o livro "inteiro". Está implicada uma ideia de integralidade, daí o artigo ser obrigatório.


    Mais informações: http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/21/artigo158400-1.asp

  • PERFEITA SUA EXPLICAÇÃO DANI

  • GABARITO: "B"

     

    ALTERNATIVA "A" INCORRETA - “todo o mundo” generaliza, não particulariza.

     

    ALTERNATIVA "C" INCORRETA - Há especificidades para cada uso: “todo o mundo” é mais frequentemente usada para expressar a ideia de inteireza, ou seja, para significar o mundo inteiro e “todo mundo” significa todas as pessoas.”

     

    ALTERNATIVA "D" INCORRETA - o uso do artigo antes da palavra mundo atribui ideia de inteireza, o mundo inteiro.

     

    ALTERNATIVA "E" INCORRETA - Não há exigência de nenhum, o uso do artigo atende ao contexto e ao significado do que se pretende atribuir

  • ALÔ GUERREIROS

    EX 1: -------> EIS UM PROBLEMA QUE OCORREM EM TODO PAIS

    TODO +S/ ARTIGO SIGNIFICA TOTALIDADE

    TODOS OS PAÍSES DO PLANETA

    EX: 2: ------->EIS UM PROBLEMA QUE OCORREM EM TODO O PAIS

    TODO +C/ ARTIGO SIGNIFICA INTEIREZA

    TODO O PAIS COMPLETO

    EX: BRASIL

    #ESTUDAGUERREIRA

    FÉ NO PAI QUE SUA APROVAÇÃO SAI