SóProvas


ID
1272220
Banca
FGV
Órgão
AL-BA
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                    Sai a energia limpa, entra o pré-sal 


     Vivemos um tempo em que o fantasma do apagão assombra o já inseguro, pouco competitivo e bamboleante setor industrial brasileiro. Pouco a pouco esse fantasma começa também a assustar os incautos cidadãos comuns de nosso país.

     Por um lado, o Brasil possui uma das matrizes elétricas consideradas uma das mais limpas do mundo. Entre 80% e 90%da nossa geração elétrica vêm de fontes renováveis. Segundo o Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – da Agência Nacional de Águas – o país tem cerca de mil empreendimentos hidrelétricos, sendo que mais de 400 deles são pequenas centrais hidrelétricas.

     Por outro lado, se olharmos nossa matriz energética como um todo, veremos que estamos muito longe de sermos exemplo na área de energias limpas.Mais de 52% da energia que move o Brasil vêm do petróleo e seus derivados, empurrando a energia hidrelétrica para um modesto terceiro lugar, com apenas 13% do total, ficando também atrás da energia gerada através da cana (álcool +biomassa, com 19,3%).

     Se você vivia no país antes de 2007, deve ter lido ou ouvido falar que o Estado brasileiro estava investindo pesadamente em biocombustíveis e em fontes energéticas renováveis e limpas.Pelo discurso oficial, o Brasil se tornaria a potência energética limpa do terceiro milênio e um país exportador dessas tecnologias.

     Mas em 2007, Deus – talvez por ser brasileiro – resolveu dar uma mãozinha e nos deu de presente o pré‐sal, rapidamente vendido (sem trocadilhos) como a redenção de todos os nossos problemas. O que se viu a partir daí foi uma verdadeira batalha política entre os estados “com pré‐sal” e os estados “sem pré‐sal”pelos royalties do tesouro recém‐descoberto.

     A face menos perceptível desse fenômeno foi que, como mágica, sumiram os projetos de desenvolvimento tecnológico e de inovação para aprimoramento e popularização de fontes energéticas limpas.

     (....) É muito triste constatar que vivemos em um país de discursos, sem nenhum planejamento estratégico para a área de energia e, pior, que o Brasil fez uma clara opção pelo caminho da poluição e da ineficiência energética.

     Quanto ao fantasma do apagão, justiça seja feita, o Estado brasileiro tem feito sua parte para espantá‐lo definitivamente.Mas, como não há planejamento, faz isso como pode, rezando todos os dias – e com muita fé – para que São Pedro mande o único antídoto que pode, de fato, impedir que esse espectro da falta de planejamento provoque um colapso energético no país: a chuva.

          

                             (José Roberto Borghetti Antonio OstrenskyO Globo, 27/03/2014) 

Segundo o texto, a consequência negativa mais importante do surgimento do pré-sal foi

Alternativas
Comentários
  • Sai a energia limpa, entra o pré-sal (substituição da matriz energética)

  • Se observamos bem e, talvez até relermos o texto, veremos que se trata de um texto confuso. O pré sal não substituirá a matriz energética. Substituiria se a energia gerada pelas hidrelétricas se tornasse menor frente a queima de combustíveis fósseis. Se a luz de nossas casas fosse graças a queima de petróleo. O texto confunde matriz energética - toda energia disponibilizada para uma nação - com outras fontes de energia que faz parte dessa matriz. 
    O texto é confuso, o que faz com que essa questão seja confusa. 

  • A FGV é a banca mais mala que existe no Brasil! O texto deixa explícito no que tange a discussão política interna quando diz: " O que se viu a partir daí foi uma verdadeira batalha política entre os estados". Essa banca quer pegar você meu camarada e quebrar suas pernas...

  • No parágrafo  sétimo (das linhas 32 até 35), o autor demonstra que desse fenômeno (a descoberta do pré-sal) surgirão consequências negativas, não tão aparentes num primeiro olhar, que são: o não investimento  em projetos tecnológicos e a inovação em fontes energéticas renováveis, limpas.

  • Por outro lado, se olharmos nossa matriz energética como

    um todo, veremos que estamos muito longe de sermos exemplo

    na área de energias limpas.

    Mais de 52% da energia que move o Brasil vêm do petróleo e

    seus derivados, empurrando a energia hidrelétrica para um

    modesto terceiro lugar, com apenas 13% do total, ficando

    também atrás da energia gerada através da cana (álcool +

    biomassa, com 19,3%)


    Se mais da metade da matriz já era composta por petróleo e o pré-sal também é para exploração de petróleo, que substituição é essa?


    Como sempre as questões da FGV são muito capciosas. 

  • Conjugando estes trechos do texto, dá para entender o gabarito: C.


    Se você vivia no país antes de 2007, deve ter lido ou ouvido falar que o Estado brasileiro estava investindo pesadamente em biocombustíveis e em fontes energéticas renováveis e limpas.


    Mas em 2007, Deus – talvez por ser brasileiro – resolveu dar uma mãozinha e nos deu de presente o présal, rapidamente vendido (sem trocadilhos) como a redenção de todos os nossos problemas. 


    A face menos perceptível desse fenômeno foi que, como mágica, sumiram os projetos de desenvolvimento tecnológico e de inovação para aprimoramento e popularização de fontes energéticas limpas.


    Ou seja, com isso, houve uma substituição da matriz energética.

  • Segundo o próprio título do texto, a consequência negativa mais importante do surgimento de pré-sal foi a substituição da matriz energética: Sai a energia limpa, entra o pré-sal.

    Gabarito C.
  • O gabarito não faz sentido. 

    A matriz energética nunca foi substituída. Isso está no próprio texto. A alternativa C estaria correta se estivesse escrito: "evitou que a matriz energética fosse finalmente substituída". 

    Aí sim.

    Como não foi isso que foi escrito, a alternativa correta é a E. A descoberta do pré-sal só deixou claro que os discursos sobre biocombustíveis eram só discursos, papo para boi dormir.

  • Concordo com o João. A matriz energética nunca foi substituída. A energia limpa a que se refere o título, era apenas um projeto do governo, que, como fora descoberto o pré-sal, foi abandonado.
    A matriz continua a mesma, nada foi mudado, apenas os projetos e os "mal planejamentos" para o futuro, ao invés de investir em energias limpas, vamos investir na energia suja, pré-sal.

    Das alternativas, a única que pode ser uma resposta é a b). Não que esse tenha sido o maior problema causado, porém é o único problema em si, relacionado nas alternativas.
    Fgv...

  • O pessoal fragmentando o texto pra forçar a C como certa, sendo que tem dois parágrafos (7 e 8) que dão na cara de que o descaso com os biocombustíveis foi a consequência mais negativa.

    A face menos perceptível desse fenômeno foi que, como mágica, sumiram os projetos de desenvolvimento tecnológico e de inovação para aprimoramento e popularização de fontes energéticas limpas.

         (....) É muito triste constatar que vivemos em um país de discursos, sem nenhum planejamento estratégico para a área de energia e, pior, que o Brasil fez uma clara opção pelo caminho da poluição e da ineficiência energética.

    sumiram os projetos = descaso
    fontes energéticas limpas = biocombustíveis

  • Colegas, a banca FGV sempre dá enfase nos juizos de valores (quando o autor expressa sua opinião por meio de adjetivos de cunho opinativo como 'bonito' ou 'feio').

    O autor ao expressar na frase "A face menos preceptível (aqui entra o juizo de valor) desse fenômeno foi que, como mágica, sumiram os projetos de desenvolvimento tecnológico e de inovação para aprimoramento e popularização de fontes energéticas limpas." 
    Eu também assinalei a alternativa errada (a discussão da política interna), pois acreditei que "O que se viu a partir daí foi uma verdadeira batalha política entre os estados “com pré‐sal” e os estados “sem pré‐sal”pelos royalties do tesouro recém‐descoberto." era a consequência negativa MAIS importante, porém ao reler, percebe-se que de fato se trata de uma das consequências, mas não é a MAIS IMPORTANTE.
  • Mais de 52% da energia que move o Brasil vêm do petróleo e seus derivados, empurrando a energia hidrelétrica para um modesto terceiro lugar, com apenas 13% do total, ficando também atrás da energia gerada através da cana (álcool +biomassa, com 19,3%).


    Onde há substituição de matriz energética se a prioridade sempre foi e continuou sendo o petróleo?! Não há justificativa que me faça mudar de opinião e achar essa resposta uma bela sacanagem. Anular seria o mínimo.
  • Não tem como nós inferirmos que houve substituição da matriz energética. Note o segundo e o último parágrafo.

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    Por um lado, o Brasil possui uma das matrizes elétricas consideradas uma das mais limpas do mundo. Entre 80% e 90%da nossa geração elétrica vêm de fontes renováveis. Segundo o Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – da Agência Nacional de Águas – o país tem cerca de mil empreendimentos hidrelétricos, sendo que mais de 400 deles são pequenas centrais hidrelétricas.

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    Quanto ao fantasma do apagão, justiça seja feita, o Estado brasileiro tem feito sua parte para espantá‐lo definitivamente. Mas, como não há planejamento, faz isso como pode, rezando todos os dias – e com muita fé – para que São Pedro mande o único antídoto que pode, de fato, impedir que esse espectro da falta de planejamento provoque um colapso energético no país: a chuva.

     

  • Matriz Energética é diferente de Biocombustível.

    Matriz Energética # Biocombustível

    O biocombustível é um derivado de uma matriz energética. Acredito que a casca de banana da letra E está exatamente aí, tornando a letra C a mais correta.

    Título do texto: "Sai energia limpa, entra pré-sal". Sugere uma substituição também.