Quimioprofilaxia
da tuberculose
A isoniazida é a droga de
eleição para a quimioprofilaxia porque, após três horas de sua administração, a
concentração inibitória mínima no sangue, para os bacilos tuberculosos, é de 50
a 90 vezes maior que a necessária para matá-los. Além disso, ela tem forte poder
bactericida associado à ação esterilizante. É a droga com menos efeitos
colaterais indesejáveis e a de menor custo.
A
quimioprofilaxia deve ser aplicada em pessoas infectadas pelo M. tuberculosis,
com a administração da isoniazida na dosagem de 10mg/kg de peso, com total
máximo de 300mg diariamente, durante seis meses.
Indicações da
quimioprofilaxia
a)Recém-nascidos coabitantes de
foco tuberculoso ativo. A isoniazida é administrada por três meses e,
após esse período, faz-se a prova tuberculínica. Se a criança for reatora, a
quimioprofilaxia deve ser mantida por mais três meses; senão, interrompe-se o
uso da isoniazida e vacina-se com BCG.
b)Crianças
menores de 15 anos, sem sinais compatíveis com tuberculose ativa, contato de
tuberculosos bacilíferos, não vacinadas com BCG e reatores à tuberculina de 10
e mais m; crianças vacinadas com BCG, mas com resposta à tuberculina igual ou
superior a 15mm.
c)Indivíduos com
viragem tuberculínica recente (até 12 meses), isto é, que tiveram um aumento na
resposta tuberculínica de, no mínimo, 10mm.
d)População
indígena;
e)Imunodeprimidos
por uso de drogas ou por doenças imunodepressoras e contatos intradomiciliares
de tuberculosos, sob criteriosa decisão médica.
f)Reatores
fortes à tuberculina, sem sinais de tuberculose ativa, mas com condições
clínicas associadas a alto risco de desenvolvê-la, como:
• Alcoolismo.
•Diabetes
melitus insulinodependente.
• Nefropatias
graves.
• Sarcoidose.
• Linfomas.
•Pacientes
com uso prolongado de corticoesteróides em dose de imunodepressão.
•Pacientes
submetidos à quimioterapia antineoplásica.
•Pacientes
submetidos a tratamento com imunodepressores.
•Portadores
de imagens radiográficas compatível com tuberculose inativa
sem história de quimioterapia prévia. g)Co-infectados HIV e M. tuberculosis.
FONTE: Tuberculose Guia de Vigilância Epidemiológica, 2002, p 40.
Recém-nascido expostos a casos de TB pulmonar podem ser infectados pelo M. tuberculosis (MTB) e desenvolver formas graves da doença. Nessas situações, recomenda-se a prevenção da infecção.
Não vacinar o RN com a BCG ao nascer.
- Iniciar a isoniazida (H) por 3 meses e, após esse período, faz-se a prova tuberculínica (PT);
- Se o resultado da PT for ≥ 5mm, a H deve ser mantida por mais 3 meses, completando 6 meses de tratamento e o RN não deverá ser vacinado para BCG, uma vez que já apresenta resposta imune ao bacilo da tuberculose;
-Caso resultado da PT < 5mm, a H deve ser interrompida e a vacinação para BCG efetuada.
-Caso o RN tenha sido inadvertidamente vacinado, recomenda-se o uso de H por 6 meses e não está indicada a realização da PT;
- Avaliar individualmente a necessidade de revacinar para BCG após esse período, já que a H é bactericida e pode interferir na resposta imune aos bacilos da BCG efetuada.