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ID
1284256
Banca
FCC
Órgão
TRT - 1ª REGIÃO (RJ)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                  Os direitos “nossos” e os “deles”

     Não é incomum que julguemos o que chamamos “nossos” direitos superiores aos direitos do “outro”. Tanto no nível mais pessoal das relações como nos fatos sociais costuma ocorrer essa discrepância, com as consequências de sempre: soluções injustas.

     Durante um júri, em que defendia um escravo que havia matado o seu senhor, Luís Gama (1830 - 1882), advogado, jornalista e escritor mestiço, abolicionista que chegou a ser escravo por alguns anos, proferiu uma frase que se tornou célebre, numa sessão de julgamento: "O escravo que mata o senhor, seja em que circunstância for, mata sempre em legítima defesa". A frase causou tumulto e acabou por suspender a sessão do júri, despertando tremenda polêmica à época. Na verdade, continua provocando.      

     Dissesse alguém isso hoje, em alguma circunstância análoga, seria aplaudido por uns e acusado por outros de demonizar o “proprietário”. Como se vê, também a demonização tem duas mãos: os partidários de quem subjuga acabam por demonizar a reação do subjugado. Tais fatos e tais polêmicas, sobre tais direitos, nem deveriam existir, mas existem; será que terão fim? 

     O grande pensador e militante italiano Antonio Gramsci (1891-1937), que passou muitos anos na prisão por conta de suas ideias socialistas, propunha, em algum lugar de sua obra, que diante do dilema de uma escolha nossa conduta subsequente deve se reger pela avaliação objetiva das circunstâncias para então responder à seguinte pergunta: “Quem sofre?” Para Gramsci, o sofrimento humano é um parâmetro que não se pode perder de vista na avaliação das decisões pessoais ou políticas. 


                         (Abelardo Trancoso, inédito)

No último parágrafo, deve-se entender que a preocupação de Antonio Gramsci implica, na iminência de uma decisão difícil,

Alternativas
Comentários
  • No texto encontramos: 

    "diante do dilema de uma escolha nossa conduta subsequente deve se reger pela avaliação objetiva das circunstâncias para então responder à seguinte pergunta: “Quem sofre?” Para Gramsci, o sofrimento humano é um parâmetro que não se pode perder de vista na avaliação das decisões pessoais ou políticas."

    Questão:

    ...deve-se entender que a preocupação de Antonio Gramsci implica: promover uma análise objetiva que leve em conta o padecimento de quem será afetado pela decisão.

  • Padecimento s.m. 1 ato ou resultado de padecer; dor, sofrimento (físico ou moral) 2 alteração das condições biológicas normais; doença, enfermidade. ETIM padecer + -mento. SIN/VAR ver sinonímia de desgosto. ANT ver antonímia de desgosto. 


    Fonte: Dicionário Houaiss da língua portuguesa / Antônio Houaiss e Mauro de Salles Villar, elaborado pelo Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. 1 ed. - Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

  • Resolvi por lógica.

    A) considerar inocente aquele que fez sofrer motivado por uma intenção politicamente justa. Falso, O autor não menciona isso.

    B) absolver quem se arrepende de seus atos, tendo já passado pelo sofrimento da culpa e da penitência.  FALSO, o autor não fala disso.

    C) promover uma análise objetiva que leve em conta o padecimento de quem será afetado pela decisão. CORRETO, Quem será afetado, quem vai sofrer? Exatamente o que ele tentar mostrar.

    D) aceitar a existência de um fator emocional, mas ainda assim adotar o critério mais pragmático possível. FALSO, o autor não fala disso.

    E) suspender a análise objetiva da ocorrência e levar em conta tão somente os impulsos pessoais.  Falso, o autor não fala disso.

  •  O grande pensador e militante italiano Antonio Gramsci (1891-1937), que passou muitos anos na prisão por conta de suas ideias socialistas, propunha, em algum lugar de sua obra, que diante do dilema de uma escolha nossa conduta subsequente deve se reger pela avaliação objetiva das circunstâncias para então responder à seguinte pergunta: “Quem sofre?” 


    letra c :  promover uma análise objetiva que leve em conta o padecimento de quem será afetado pela decisão.

    Espero ter ajudado.

  • Essas questões são mais chatas que a da CESPE, mas tenho respondido graças a DEUS.

  • Do próprio texto: "avaliação objetiva": "Quem sofre?"

  • Errei a questão porque interpretei a pergunta como se a preocupação desse pensador fosse a letra "e" (suspender a análise objetiva e levar em consideração os impulsos pessoais). E a alternativa "C" interpretei como uma orientação do pensador de que devemos analisar objetivamente quem será afetado com a decisão e depois se perguntar quem sofre.