México - Caso do Campo Algodoneiro
Em novembro de 2001, os corpos de Claudia Ivette González, de 20
anos, Esmeralda Herrera Monreal, de 15, e Laura Berenice Ramos Monárrez,
de 17 anos foram encontrados no campo algodoneiro, na Cidade Juárez.
Elas desapareceram entre 22 de setembro e 29 de outubro de 2001. Dias
depois, outros cinco cadáveres foram encontrados no mesmo local que deu
nome ao caso.
Outra vítima do feminicídio na região foi Susana Chávez, ativista que
exigia a investigação dos frequentes assassinatos de mulheres na
região. Com a frase "Nem uma morta mais", Susana havia se transformado
em um símbolo da luta contra o feminicídio.
Desde então, entidades como a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos da OEA cobram providências das autoridades mexicanas. Dezenas de
outras entidades também já se pronunciaram contra a impunidade, a
corrupção e a falta de estado de direito que só faz aumentar a
ocorrência dos crimes contra mulheres.
Desde 1993, mulheres e organizações sociais denunciam a violência
contra a população feminina de Cidade Juárez. De janeiro a abril deste
ano, a organização 'Justiça para nossas filhas' registrou 140 casos de
homicídios de mulheres no estado de Chihuahua, superando em 13% o
registrado no mesmo período do ano passado. Se esses números continuarem
aumentando, a cifra deste ano pode superar o recorde histórico de 446
homicídios registrados no ano passado em Chihuahua. A Cidade Juárez
continua liderando a lista de feminicídios em Chihuahua.
Apesar da implementação do plano "Todos somos Juárez" e da forte
presença de militares nas ruas, os crimes de gênero continuam
aumentando. De acordo com os registros, a maioria das mulheres é
assassinada com armas de fogo.
As ativistas acusam que a violência contra as mulheres em Cidade
Juárez se agravou com a presença do Exército. Também acusam o governo de
querer encobrir esta realidade com a desculpa de que a violência na
região é consequência do crime organizado e do tráfico de drogas.
No mês passado, a Procuradoria Geral do Estado de Chihuahua anunciou
que faria modificações no protocolo ALBA, programa utilizado para a
busca de mulheres e crianças desaparecidas, para atender a sentença
emitida pela CoIDH sobre o caso do 'Campo Algodoneiro'. No novo formato,
todos os casos de pessoas desaparecidas devem ser investigados
igualmente, e não apenas se a vítima estiver ausente em uma área de alto
risco, como estabelece o programa vigente desde 2004.
Fonte: http://www.adital.com.br/site/noticia_imp.asp?lang=PT&img=S&cod=57047