SóProvas


ID
1300459
Banca
FGV
Órgão
SEDUC-AM
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                  Rico ou pobre? 


     Diz-se do Brasil que é país rico quando cobra impostos, mas  pobre na qualidade dos serviços oferecidos pelos governos à  população. De cada R$ 100,00 da renda nacional, o Estado  brasileiro arrecada R$ 37,00. Somos tão “ricos” quanto o Reino  Unido nesse quesito. 
 
     O Brasil é apenas remediado, no entanto, na forma de cobrar  os impostos. Ao taxar renda, lucros e ganhos de capital, obtém  R$ 7,00 de cada centena de reais da renda nacional. Os britânicos  arrecadam R$ 13,00. 

     Um meio de fazer justiça social é favorecer esse tipo de  imposto, porque abate diretamente os ganhos de pessoas e  empresas. Tanto melhor se o fisco taxar proporcionalmente mais  a quem ganha mais.

     Deveríamos ampliar a fatia dos impostos diretos sobre a  renda no bolo da arrecadação, além de tornar a sua aplicação  mais proporcional aos ganhos. A esquerda acerta no mérito desse  debate, embora escorregue com frequência na aritmética e  exagere no alcance da medida. 

     Taxar tanto e taxar bem são objetivos incompatíveis num país  tão desigual como o Brasil. A elite é pequena para entregar aos  governos R$ 2 trilhões anuais – os PIB's somados de Argentina e  Colômbia-, necessários para as despesas públicas. 

     Recursos nesse volume apenas se conseguem pela taxação,  em larga escala e indireta, da maioria mal remediada da  população. O vetor redistributivo no Brasil, portanto, repousa  bem mais na calibragem do gasto público que na da tributação.

     O país tem canalizado parte vultosa desses gastos  distributivos para idosos e pensionistas. O Estado despende  R$ 12,00, de cada R$ 100,00 da renda nacional, com beneficiários  da Previdência e dos sistemas de pensão de servidores públicos. 

     Chegou a hora de repactuar essa divisão em benefício dos  mais jovens, por meio do aumento privilegiado da despesa  pública na educação. Para tanto, a fatia do gasto previdenciário  precisa recuar.
 
                                                                                                   (Vinicius Mota, Folha de São Paulo)

Segundo o texto, para melhorar a cobrança de impostos, a providência que tem mais
alcance social é

Alternativas
Comentários
  • ...Recursos nesse volume apenas se conseguem pela taxação...

  • "Um meio de fazer justiça social é favorecer esse tipo de  imposto, porque abate diretamente os ganhos de pessoas e  empresas. Tanto melhor se o fisco taxar proporcionalmente mais  a quem ganha mais."

  • Não seria erro de redução a letra B? Pra início de conversa, o texto não fala apenas de "ganhos de capital", mas de "taxar renda, lucros e ganhos de capital". Se ater apenas aos "ganhos de capital" é valorizar parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade.

    Segundo o autor, "deveríamos ampliar a fatia dos impostos diretos sobre a renda no bolo da arrecadação, além de tornar a sua aplicação mais proporcional aos ganhos". Isso se parece muito mais com "modificar a forma de cobrar impostos" (letra A) do que simplesmente "taxar de forma mais alta os ganhos de capital" (letra B).

  • Importante perceber que o enunciado fala a providência que tem mais alcance social, assim, o texto se refere a um desequilíbrio, uma vez que "recursos nesse volume apenas se conseguem pela taxação,  em larga escala e indireta, da maioria mal remediada da  população", sendo que a camada mal remediada é a mais pobre, daí o porquê da necessidade de uma medida de maior alcance social, pois dá forma como está, os mal remediados (ou mais pobres) estão contribuindo (em larga escala e de forma indireta) desproporcionalmente aos seus ganhos. Se a taxação sobre os ganhos de capital fosse aumentada, quem não tem capital (ou seja, os pobres) não contribuiriam em larga escala para a grande quantidade de recursos arrecadados. Descarta-se a letra A, pois a taxação sobre os ganhos de capital é a saída existente (e por isso não precisa ser modificada a forma de cobrar, mas aperfeiçoada), e mais ainda, modificar não garantiria, necessariamente, maior alcance social, pois há duas possibilidades: a modificação abaixando (o que prejudica o alcance social) ou aumentando, só neste último caso tem-se a solução.

  • A maioria ficou em dúvida em relação às alternativas A e B, agora parem ! Vamos pensar...... Ele diz que "PROVIDENCIA" que tem mais alcance social, ou seja, qual a FORMA tem mais alcance....Perceberam a diferença? 

    Na alternativa A seria " O QUE DEVE SER FEITO" e a alternativa B a FORMA de como fazer essa modificação...

     

    Bom, eu pensei dessa forma e cheguei ao gabarito.

  • O Brasil é apenas remediado, no entanto, na forma de cobrar  os impostos. Ao taxar renda, lucros e ganhos de capital, obtém  R$ 7,00 de cada centena de reais da renda nacional. Os britânicos  arrecadam R$ 13,00. 

    Um meio de fazer justiça social é favorecer esse tipo de  imposto, porque abate diretamente os ganhos de pessoas e  empresas. Tanto melhor se o fisco taxar proporcionalmente mais  a quem ganha mais.

    Gabarito B.

    Note que para você fazer essa justiça social - taxar de forma mais alta os ganhos de capital - você terá, necessariamente, que modificar a forma de cobrar impostos.

    Na minha opinião caberia tanto a A ou B.