SóProvas


ID
1301809
Banca
Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ
Órgão
Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                É preciso ir além da Lei Seca no trânsito

     A aprovação da Lei 11.705, em junho de 2008, que modificou (e tornou mais rígido) o Código de Trânsito Brasileiro, com a adoção da chamada Lei Seca, representou um passo importante para conter a violência nas ruas e estradas do país, responsável por um flagelo que se mede, a cada ano, em milhares de mortos e feridos (e, como extensão das tragédias em si, na desgraça que atinge as famílias das vítimas de acidentes). Num primeiro momento, principalmente nas regiões que adotaram ações diretas de fiscalização, como as blitzes contra a mistura de álcool e direção, os índices sofreram quedas acentuadas, voltaram a crescer e retomaram a curva descendente nos dois últimos anos. Mas, em geral, os números de mortos, feridos e de acidentes ainda são elevados.

     Relatório da Polícia Rodoviária Federal com os índices registrados nas estradas sob sua jurisdição em 2013 mostra o tamanho da tragédia. Foram 8.375 óbitos, ou 23 pessoas por dia a perder a vida, e 103 mil feridos em quase 186 mil acidentes. A PRF estima que, somados os registros em vias urbanas e estradas estaduais, o total de mortos tenha alcançado 50 mil somente no ano passado, quase tanto quanto o número de soldados americanos que tombaram em toda a Guerra do Vietnã.

     Isso corresponde a algo entre 20 a 25 mortos por cada grupo de cem mil habitantes, bem distante da relação registrada em países nos quais a guerra do trânsito parece ter sido contida em limites aceitáveis, sete óbitos por grupo de cem mil. Mesmo que em 2013 tenha sido consignada uma queda nos índices de violência nas estradas, como captou o relatório da PRF, o Brasil ainda está longe de atingir a meta estabelecida pelas Nações Unidas para o país, de, até 2020, reduzir à metade a estatística sobre mortos/feridos/acidentes.

    A evidência de que mesmo com a Lei Seca em vigor o país não consiga reduzir drasticamente os registros do flagelo das estradas não significa que a legislação seja ineficiente. Ao contrário, não fosse o endurecimento do CTB, por certo a curva de tragédias seria ascendente - portanto, com números ainda mais apavorantes que os atuais. A questão reside, entre outras razões, no fato de, por leniência, descaso ou inapetência do poder público por ações de fiscalização mais rígida, esperar-se que os efeitos da Lei 11.705, por si só, sejam bastantes para conter grande parte dos abusos no trânsito. As estatísticas mostram que não são. A Lei Seca pode ter atingido seu limite de eficácia.

     O comportamento do brasileiro ao volante, em grande medida, ainda é de desrespeito a normas e desapreço pela vida alheia. Não por acaso, as infrações mais comuns são excesso de velocidade, ultra-passagens temerárias e outras nas quais estão implícitos riscos assumidos, álcool à parte. Uma cultura inapropriada, que, para ser revertida, implica punições sistemáticas, fiscalização permanente e ações educativas - um desafio de que não se pode desviar para reduzir a níveis aceitáveis os atuais indicadores de uma carnificina que o país precisa enfrentar e acabar.

                                                                                                    O Globo - Editorial - 19/01/14

Disponível em http://oglobo.globo.com/opiniao/e-preciso-ir-alem- da-lei-seca-no-transito-11333839#ixzz2qe4kA2eq

“... esperar-se que os efeitos da Lei 11.705, por si só, sejam bastantes para conter grande parte dos abusos...” – 4º parágrafo. Está correta, de acordo com as normas gramaticais, a flexão da palavra em destaque; o que também se verifica em:

Alternativas
Comentários
  • Bastante parece invariável, mas há usos em que a flexão plural será obrigatória. Bastante vem do verbo bastar, por isso, o sentido original nos remete a algo como suficiente. Outro uso é como sinônimo de muito. Com isso, estabelecemos as trocas: bastante = suficiente ou bastante = muito.

    A lição prática é: quando as trocas variam, bastante também varia.

    Eles já obtiveram lições bastantes (= suficientes)
    Eles viram o filme bastantes (= muitas) vezes.
    Eles estavam bastante (= muito) alegres.

    Essa riqueza de possibilidades reflete sua extensa classificação:
    – adjetivo: Já há provas bastantes para incriminá-lo (= provas suficientes)
    – advérbio: Compraram coisas bastante bonitas (= muito bonitas).
    – pronome indefinido: Vimos bastantes coisas (= muitas coisas).
    – substantivo: Os animais já comeram o bastante (= o suficiente).


  • FLEXIONAR BASTANTE NÃO É MAIS PROBLEMA

    TROCA-LO POR MUITO OU SUFICIENTE

    AÍ ESTÁ O ESQUEMA 

    SE ESTES MUDAREM

    BASTANTE SEGUE E "REMA"...

  • Gab. C

    São perdidas bastantes vidas devido ao comportamento inadequado ao volante.


  • A palavra "bastante" pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Quando adjetivo, admite flexão de número e concorda com o nome a que se refere. Nesse caso, pode ser substituída por muitos(as) ou por suficientes. Quando advérbio, o termo não deve ser flexionado. Como dica prática, nesse caso, ele pode ser substituido por muito (singular).

    Substituindo bastante(s) por muito(s):


     a) A polícia rodoviária federal apresenta bastante (muitoSdados consistentes.

     b) Havia bastante (muitaS) sugestões para solucionar o problema

     c) São perdidas bastanteS (muitaSvidas devido ao comportamento inadequado ao volante.

     d) Os responsáveis pela política de trânsito demonstram-se bastantes (muitOpreocupados.


  • temos bastante = muito e bastante = suficiente
    regra prática: quando as trocas variam, bastante também varia.

    Ex: eles já obtiveram lições bastantes (=suficientes).
    eles viram o filmes bastantes (=muitas) vezes
    Eles estavam bastante (=muito) alegres.

    fonte: exame

  • fácil.

  • GABARITO C

     

    Pessoal, regrinhas simples:

     

    BASTANTES (adjetivo) = MUITOS / MUITAS

    BASTANTE (advérbio) = MUITO 

     

    Substituiu por MUITOS e coube, pronto, marque sem medo !! Vejam que na última alternativa temos " BASTANTES preocupado", tem como falarmos que alguém estava MUITOS preocupado?? Claro que não, por esse motivo nosso advérbio não flexiona.

     

     

    bons estudos

  • só substituir por muito ou muitos.. simples e facil