O mercado de trabalho também apresenta altas possibilidades de risco moral. Isso porque, após a contratação de um empregado por parte de uma empresa, este empregado pode fazer “corpo mole” no trabalho, o que caracteriza o risco moral. Para mitigar esse risco, as empresas podem oferecer altos salários ou instituir salários de eficiência. No primeiro caso (altos salários), a idéia é que se o empregado ganhar um bom salário, fizer corpo mole e for demitido, ele irá sentir muita falta do salário (é melhor ficar sem um salário de R$ 2.000,00 do que ficar sem um salário de R$ 10.000,00). No segundo caso (salário de eficiência), a empresa estipula uma parte do salário vinculada ao desempenho do empregado, fazendo com que ele não fique acomodado.
Direção Concursos - Jetro Coutinho e Paulo Ferreira
Gab. C
Esse modelo [salário de eficiência] funciona da seguinte maneira: se uma empresa paga a seus trabalhadores o salário de equilíbrio de mercado w*, eles têm estímulo para atuar de forma displicente. Mesmo que sejam descobertos e demitidos (o que pode não ocorrer), eles podem logo ser contratados por outra empresa pela mesma remuneração.
Uma vez que a ameaça de demissão não impõe um custo aos trabalhadores, eles não encontram incentivo para ser produtivos. Como estímulo para que a negligência não ocorra, a empresa deve oferecer uma remuneração mais alta a seus trabalhadores. Com um nível mais alto de remuneração, os profissionais que forem demitidos por negligência terão de se defrontar com uma redução de salário, caso sejam contratados por outra empresa pelo salário w*.
Se a diferença entre os salários for grande o suficiente, os trabalhadores serão induzidos a uma maior produtividade e a empresa não se defrontará com o problema da negligência. O nível de remuneração em que a displicência deixa de ocorrer se chama salário de eficiência.
Fonte: Microeconomia. Robert S. Pindyck, Daniel L. Rubinfeld; – 8. ed. – São Paulo, 2013. – p.647