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ID
130972
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
SERPRO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

Utilizando o hipertexto e funcionando no ambiente das
redes telemáticas, o jornalismo online passa a apresentar
características diferenciadoras em relação aos formatos
precedentes do texto jornalístico.

L. Mielniczuk e M. Palácios. Considerações para um estudo sobre o formato da
notícia da web: o link como elemento paratextual. Brasília, 2002, p.130.

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens a
seguir, relacionados aos temas emergentes da comunicação, como
as novas mídias e o webjornalismo.

O hipertexto (também chamado de paratexto) constitui o processo básico para outros dispositivos e elementos do jornalismo online indispensáveis à interatividade do leitor com os portais de notícias, tais como intratextualidade, descentralização e multivocalidade.

Alternativas
Comentários
  • Resposta: Certo

    Hipertexto é o termo que remete a um texto em formato digital, ao qual agrega-se outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos, palavras, imagens ou sons, cujo acesso se dá por meio de referências específicas denominadas hiperlinks, ou simplesmente links.

    Esses links ocorrem na forma de termos destacados no corpo de texto principal, ícones gráficos ou imagens e têm a função de interconectar os diversos conjuntos de informação, oferecendo acesso sob demanda as informações que estendem ou complementam o texto principal.

    O conceito de "linkar" ou de "ligar" textos foi criado por Ted Nelson nos anos 1960 e teve como influência o pensador francês Roland Barthes, que concebeu em seu livro S/Z o conceito de "Lexia", que seria a ligação de textos com outros textos.

    O sistema de hipertexto mais conhecido atualmente é a World Wide Web, no entanto a Internet não é o único suporte onde este modelo de organização da informação e produção textual se manifesta.

  • Discordo da resposta no sentido de que Hipertexto não deve ser chamado de paratexto já que o último significa "uma zona de fronteira, que estipula os contornos do texto e que o institui como obra. Este não é apenas um elemento de fronteira geográfica, de transição do dentro para fora, mas também uma mudança de estatuto, já que institui o texto com obra e o inscreve no circuito de comunicação. Os seus elementos constituintes (título, nome de autor, epígrafe, notas de rodapé, entre outros) têm uma capacidade performativa e uma função pragmática, orientando os modos de aceder ao texto e criando protocolos de leitura." Paratexto e hipertexto não são semelhantes, e sim complementares. Ass: Lis Grassi
  • Oi, Diogo,

    Entendo suas colocações, mas o autor do texto citado considera o link como elemento paratextual. Está no título de seu livro.
    Não adianta "brigar" muito com a questão. Tem que ir pela opinião do autor citado.
  • Para Landow (1995; 1997), o hipertexto possui as seguintes características: 

     
    INTERTEXTUALIDADE – O hipertexto seria, essencialmente, um sistema intertextual, enfatizando uma intertextualidade que ficaria limitada nos textos em livros. As referências feitas a outros textos é potencializada no hipertexto através do recurso do link, que realiza as conexões entres os blocos de textos (Mielniczuck & Palácios, 2001, p.4).

     

    MULTIVOCALIDADE – está associada à idéia de polifonia de Bakhtin, que sustenta a possibilidade de coexistência de diversas vozes na narrativa literária. ‘em termos de hipertextualidade, ele aponta para uma qualidade importante deste meio de informação: o hipertexto não permite uma única voz tirânica. Mas sim, a voz sempre é a que emana da experiência combinada do enfoque do momento, da lexia 8 que um está lendo e da narrativa em perpétua formação segundo o próprio trajeto da leitura’ (Landow, 1995, p.23). 

     

    DESCENTRALIZAÇÃO – Esta característica refere-se ao fato de que, ao contrário dos textos impressos que propõem um centro, oferecem uma ordem para a leitura (que pode ou não ser obedecida pelo leitor), o hipertexto enquanto uma malha de blocos de textos interconectados oferece a possibilidade de movimentos de descentramento e recentramento contínuos. É o leitor, através dos seus caminhos de leitura, que vai elegendo temporariamente os sucessivos centros.

     

    RIZOMA - É um conceito desenvolvido por Deleuze e Guatarri, no livro intitulado Mil Platôs. Os autores utilizam a metáfora de um tipo de vegetação aquática, que se desenvolve na superfície da água, não possuindo tronco ou caule, ela é totalmente ramificada. Segundo Landow (1997) o rizoma opõe-se a idéia de hierarquia, pois ao contrário da estrutura de uma árvore, um rizoma, em tese, pode conectar qualquer ponto a qualquer outro ponto, oferecendo muitos começos e muitos fins.

     

    INTRATEXTUALIDADE - Esta característica é citada por Landow (1995, p. 53) e refere-se às ligações internas estabelecidas entre léxias dentro do mesmo sistema ou site (Mielniczuck & Palácios, 2001, p.4).

     

    Fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/92386057756255571630091063164916947334.pdf

  • Concordo com o colega Diogo. Paratexto e hipertexto são conceitos diferentes, embora complementares. O que a colega Rosana falou é verdade, devemos mesmo seguir o entendimento de cada autor sobre o assunto. Porém os próprios autores, no próprio artigo citado nessa mesma questão da Cespe, tem um entendimento contrário a essa afirmação da banca. Segundo Mielniczuk e Palacios, "Os paratextos seriam os textos que acompanham, envolvem, delimitam o texto principal. Corresponderiam a uma zona de transição e de transação entre o texto (para o autor, especificamente o livro) e o leitor " (Mielniczuk e Palacios p. 7)

    Fonte: Considerações para um estudo sobre o formato da notícia na Web: o link como elemento paratextual; Luciana Mielniczuk e Marcos Palacios

    E não dá nem pra dizer que a questão está desatualizada nem nada. A questão já deveria ter sido considerada errada e anulada na época.