Também cai na armadilhada do examinador, por distração não inferi o que pedia o enunciado. Qual seria o ponto de partida, para se compreender o que tem sido, no desenvolvimento teórico e empírico e na trajetória do Serviço Social, senão a sua inserção na produção ou reprodução das relações sociais. Em outras palavras, a sua caracterização técnico profissional do trabalho coletivo.
É, sobretudo, com Iamamoto que será feita está análise acerca da tecnificação do trabalho do assistente social.
As condições que peculiarizam o exercício profissional são uma concretização da dinâmica das relações sociais vigentes na sociedade, em determinadas conjunturas históricas. Como as classes sociais fundamentais e suas personagens só existem em relação, pela mútua mediação entre elas, a atuação do Assistente Social é necessariamente polarizada pelos interesses de tais classes, tendendo a ser cooptada por aqueles que têm uma posição dominante. Reproduz também, pela mesma atividade, interesses contrapostos que convivem em tensão. Responde tanto a demandas do capital como do trabalho e só pode fortalecer um ou outro polo pela mediação de seu oposto. Participa tanto dos mecanismos de dominação e exploração como, ao mesmo tempo e pela mesma atividade, da resposta às necessidades de sobrevivência da classe trabalhadora e da reprodução do antagonismo nesses interesses sociais, reforçando as contradições que constituem o móvel básico da história.
A partir dessa compreensão é que se pode estabelecer uma estratégia profissional e política, para fortalecer as metas do capital ou do trabalho, mas não se pode excluí-las do contexto da prática profissional, visto que as classes só existem inter-relacionadas. É esta inclusive, que viabiliza a possibilidade de o profissional colocar-se no horizonte dos interesses das classes trabalhadoras. Este o ponto de partida da análise, a qual deverá demonstrar, no seu desenvolvimento teórico e empírico, o que tem sido a força dominante na trajetória da prática histórica do Serviço Social: atender, prioritariamente, uma demanda do capital ou do trabalho, tendo por suposto que estas forças contraditórias não se excluem do contexto profissional. A perspectiva analítica está voltada, pois, para efetuar a reconstrução da profissão na ótica das relações de classes, em que as personagens sociais envolvidas na prática profissional, face às quais o Assistente Social exerce uma função mediadora, são encaradas mais além de meras individualidades. As personagens sociais que entram na relação profissional são consideradas, simultaneamente, enquanto seres sociais e particulares, e em cujo modo de ser, de atuar e de ver o mundo estão contidas as determinações sociais derivadas da posição que ocupam no processo de produção e no jogo do poder.
Ver : Relações sociais e serviço social no Brasil : esboço de uma interpretação histórico-metodológica- Marilda Villela Iamamoto, Raul de Carvalho.
Sobre a letra A: O assistente social atua na defesa intransigente da classe trabalhadora, firmado no projeto ético político profissional, então é errôneo afirmar que este profissional deverá escolher entre a demanda do capital ou do trabalhador, a defesa será sempre em favor da classe trabalhadora, vejamos as considerações de Iamamoto. “Cumpre-lhe destacar nessas contradições as possibilidades de sua superação, incorporando não só as demandas atualmente colocadas e não entendidas, mas, ainda, as demandas emergentes e a constituição de novos valores” (PAIVA e SALLES, 1996, p. 159). Ao debruçar-se sobre o dever ser, a reflexão ética não é neutra: é sempre compromissada com valores que dizem respeito a determinadas projeções sociais, que têm protagonistas histórico-sociais efetivos. A efetivação desses princípios remete à luta, no campo democrático-popular, pela construção de uma nova ordem societária.
http://www.abepss.org.br/uploads/anexos/o-servico-social-na-cena-contemporanea-201608060403123057450.pdf
A resposta C é a correta, conforme explicita Iamamoto (1990) "...A partir dessa compreensão é que se pode estabelecer uma estratégia profissional e política, para fortalecer as metas do capital ou do trabalho, mas não se pode excluí-las do contexto da prática profissional, visto que as classes só existem inter-relacionadas. É esta inclusive, que viabiliza a possibilidade de o profissional colocar-se no horizonte dos interesses das classes trabalhadoras. Este o ponto de partida da análise, a qual deverá demonstrar, no seu desenvolvimento teórico e empírico, o que tem sido a força dominante na trajetória da prática histórica do Serviço Social: atender, prioritariamente, uma demanda do capital ou do trabalho, tendo por suposto que estas forças contraditórias não se excluem do contexto profissional. A perspectiva analítica está voltada, pois, para efetuar a reconstrução da profissão na ótica das relações de classes, em que as personagens sociais envolvidas na prática profissional, face às quais o Assistente Social exerce uma função mediadora, são encaradas mais além de meras individualidades. As personagens sociais que entram na relação profissional são consideradas, simultaneamente, enquanto seres sociais e particulares, e em cujo modo de ser, de atuar e de ver o mundo estão contidas as determinações sociais derivadas da posição que ocupam no processo de produção e no jogo do poder.
Fonte; http://www.elder.byethost4.com/iamamoto.html?i=1