Existem duas teses opostas que tratam da gênese do Serviço Social:
I - a perspectiva endogenista => caracteriza o Serviço Social como uma profissão evoluída das primeiras formas de ajuda, isto é, como se essa fosse uma evolução, tecnificação e profissionalização da filantropia, da caridade e da benemerência. Essa tese não considera a historicidade da profissão, a influência de cada contexto histórico, político, social e econômico que rebateram na profissão, inclusive, fomentando sua origem. Segundo a tese endogenista, a profissão de Serviço Social basicamente se constitui como uma continuidade das ações de caridade e a organização e sistematização dessas práticas.
II - a perspectiva histórico-crítica => compreende a profissionalização do Serviço Social como a ruptura com as práticas anteriores de ajuda, filantropia e caridade. Além disso, essa tese aponta a relação intrínseca entre o desenvolvimento capitalista e a profissionalização do Serviço Social, ao ingresso no cenário político da classe trabalhadora e o necessário reconhecimento por parte do Estado de intervir na questão social via políticas sociais (lócus privilegiado de atuação do assistente social). Pode-se afirmar que na atualidade apesar do Serviço Social ter rompido com o conservadorismo na profissão, com as práticas filantrópicas e moralizantes, os profissionais são ainda requisitados por seus empregadores para desenvolver ações educativas, no sentido de enquadramento dos trabalhadores, minimização de conflitos entre classes, contribuindo para o aumento da produção, dentre outras. No entanto, o assistente social com sua formação crítica pode construir alternativas e favorecer o outro pólo, o dos trabalhadores.
a) INCORRETA - a perspectiva endogenista considera que as bases da profissão do assistente social não estão relacionadas às primeiras formas de ajuda.
b) INCORRETA - a perspectiva histórico-crítica entende que há uma continuidade entre a natureza do Serviço Social e as práticas de filantropia, com características diferentes.
c) INCORRETA - a perspectiva histórico-crítica entende que há uma continuidade entre a natureza do Serviço Social e as práticas de filantropia, com características diferentes.
d) INCORRETA - na perspectiva endogenista, a origem do Serviço Social não está relacionada com a evolução, organização e profissionalização das formas anteriores de ajuda, vinculadas à caridade e à filantropia.
e) CORRETA - na perspectiva histórico-crítica a natureza do Serviço Social é distinta das formas anteriores de ajuda, com características semelhantes.
_______________________________________________________________________________________________________
Outra questão acerca dessa temática.
Ano: 2018 Banca: UFMG Órgão: UFMG Prova: Assistente Social
Carlos Montaño no livro “A natureza do Serviço Social”, apresenta duas teses sobre a natureza do Serviço Social: a perspectiva endogenista e a perspectiva histórico-crítica. Com base nessas tendências, relacione a primeira coluna com a segunda.
1- PERSPECTIVA ENDOGENISTA
2- PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA
Na PERSPECTIVA ENDOGENISTA a relação do Serviço Social com a história e a sociedade é adjetiva, circunstancial, acidental. Há uma clara visão de externalidade, de exterioridade, na consideração do social para a análise da história profissional.
Na PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA entende o surgimento da profissão do assistente social como um produto da síntese dos projetos político-econômicos que operam no desenvolvimento histórico, onde se reproduz material e ideologicamente a fração de classe hegemônica, quando, no contexto do capitalismo na sua idade monopolista, o Estado toma para si as respostas à “questão social”.
Na PERSPECTIVA ENDOGENISTA o surgimento do Serviço Social está diretamente vinculado às opções particulares, mesmo que pessoais ou coletivas, dos sujeitos filantropo-profissionais, em fazer evoluir as ações que já desenvolviam de forma assistemática, desorganizada e voluntariamente.
Na PERSPECTIVA ENDOGENISTA numa visão mais estrutural, essa perspectiva identifica a origem do Serviço Social ainda na Idade Média, distinguindo dois tipos de ações assistenciais que convergem para o terreno de gênese da profissão: a caridade e a filantropia.
PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA o Serviço Social tem um papel a cumprir dentro da ordem social e econômica, na prestação de serviços: ao assistente social lhe é demandado participar da reprodução tanto da força de trabalho, das relações sociais, quanto da ideologia dominante.
Assinale a opção que apresenta a sequência CORRETA:
a)1, 2, 1, 1, 2.
b)2, 1, 1, 1, 2.
c)1, 2, 2, 2, 1.
d)2, 2, 2, 1, 2.
Questão tranquila, apenas para te ajudar a fixar o conteúdo.
(A) a perspectiva endogenista considera que as bases da profissão do assistente social não estão relacionadas às primeiras formas de ajuda.
Errado. Como nós vimos é exatamente isso que ela pensa, que as origens do Serviço Social está ligadas as primeiras formas de ajuda.
(B) a perspectiva histórico-crítica entende que há uma continuidade entre a natureza do Serviço Social e as práticas de filantropia, com características diferentes.
Errado. Não mesmo. O marxismo inscreve a leitura do Serviço Social no contexto da sociedade capitalista. Nada de filantropia.
(c) na perspectiva endogenista, a origem do Serviço Social não está relacionada com a evolução, organização e profissionalização das formas anteriores de ajuda, vinculadas à caridade e à filantropia.
Errado. A justificava é a mesma da letra “a”. Aliás, o item fez um copiar colar e adicionou mais um sinônimo.
(D) na perspectiva histórico-crítica a natureza do Serviço Social é distinta das formas anteriores de ajuda, com características semelhantes.
Certo. É isso mesmo, no entendimento na perspectiva histórico-crítica o Serviço Social não é entendido como uma evolução da ajuda.
RESPOSTA: LETRA D