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Integradas ao projeto desenvolvimentista da modernização conservadora, nos anos 1950 e meados dos anos 1960, e posteriormente com a ampliação das políticas sociais sob a ditadura militar, a ajuda psicossocial individualizada e a participação consolidam-se como perfis pedagógicos da prática profissional vinculados a estratégias educativas subalternizantes e respondem fundamentalmente à necessidade de ideologização da assistência aos pobres, a partir dos parâmetros de uma racionalidade técnica e administrativa difundida pelo regime militar (OLIVEIRA; TEIXEIRA, 1986). Nesse contexto, as práticas educativas tendem a dissimular as formas de reprodução do trabalhador nos limites precários da política social, portanto, deslocadas das relações salariais. Esses limites são impostos pela necessidade de reprodução do capital e do seu controle sobre o trabalho, bem como pela necessidade da manutenção desse mesmo trabalhador e sua família em permanente estado de necessidade em relação aos meios de sua subsistência física.
Ver Abreu & Cardoso - Mobilização social e práticas educativas.
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"´...O nosso objetivo é desenvolver uma reflexão sobre os fundamentos das práticas educativas, particularizando as dimensões técnico-operativas e ético-políticas da mobilização social e da organização em suas expressões, em diferentes espaços sócio-ocupacionais da prática dos assistentes sociais, na sociedade brasileira. Historicamente, as práticas educativas desenvolvidas pelos assistentes sociais vinculam-se, predominantemente, à necessidade de controle exercido pelas classes dominantes, quanto à obtenção da adesão e do consentimento do conjunto da sociedade aos processos de produção e reprodução social consubstanciados na exploração econômica e na dominação político-ideológica sobre o trabalho. Em contraposição a essa tendência, evidencia-se, nas três últimas décadas, no desenvolvimento profissional no contexto brasileiro, a construção de práticas educativas consubstanciadas no estabelecimento de vínculos e compromissos com a perspectiva societária das classes subalternas, fundadas nas conquistas emancipatórias da classe trabalhadora e de toda a humanidade – base do projeto ético-político profissional alternativo do Serviço Social, consolidado, nos anos de 1980 e 1990."
http://xa.yimg.com/kq/groups/22603673/1254101499/name/Texto-base_7.pdf
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[...] profissão de cunho educativo, inscrita, predominantemente, nos processos de organização/reorganização/afirmação da cultura dominante – subalternizante e mistificadora das relações sociais – contribuindo para o estabelecimento de mediações entre o padrão de satisfação das necessidades sociais, definido a partir dos interesses do capital, e o controle social sobre a classe trabalhadora. Todavia, cabe ressaltar que, nas três últimas décadas, em contraposição a essa tendência dominante registra-se, no âmbito do amplo movimento de reconceituação do Serviço Social na sociedade brasileira, o avanço do processo de vinculação do projeto profissional que se consolida, nos anos 1980, às lutas sociais da classe trabalhadora e de outros segmentos sociais[....]. (ABREU, 2004, p. 44).
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gabarito letra: A