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ID
1314025
Banca
FCC
Órgão
METRÔ-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

    O criador da mais conhecida e celebrada canção sertaneja, Tristeza do Jeca (1918), não era, como se poderia esperar, um sofredor habitante do campo, mas o dentista, escrivão de polícia e dono de loja Angelino Oliveira. Gravada por “caipiras” e “sertanejos”, nos “bons tempos do cururu autêntico”, assim como nos “tempos modernos da música ‘americanizada’ dos rodeios”, Tristeza do Jeca é o grande exemplo da notável, embora pouco conhecida, fluidez que marca a transição entre os meios rural e urbano, pelo menos em termos de música brasileira.

    Num tempo em que homem só cantava em tom maior e voz grave, o Jeca surge humilde e sem vergonha alguma da sua “falta de masculinidade”, choroso, melancólico, lamentando não poder voltar ao passado e, assim, “cada toada representa uma saudade”. O Jeca de Oliveira não se interessa pelo meio rural da miséria, das catástrofes naturais, mas pelo íntimo e sentimental, e foi nesse seu tom que a música, caipira ou sertaneja, ganhou forma.

    “A canção popular conserva profunda nostalgia da roça. Moderna, sofisticada e citadina, essa música foi e é igualmente roceira, matuta, acanhada, rústica e sem trato com a área urbana, de tal forma que, em todas essas composições, haja sempre a voz exemplar do migrante, a qual se faz ouvir para registrar uma situação de desenraizamento, de dependência e falta”, analisa a cientista política Heloísa Starling.

    Acrescenta o antropólogo Allan de Paula Oliveira: “foi entre 1902 e 1960 que a música sertaneja surgiu como um campo específico no interior da MPB. Mas, se num período inicial, até 1930, ‘sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produzidas no interior do país, tendo como referência o Nordeste, a partir dos anos de 1930, 'sertanejo' passou a significar o caipira do Centro-Sul. E, pouco mais tarde, de São Paulo. Assim, se Jararaca e Ratinho, ícones da passagem do
sertanejo nordestino para o ‘caipira’, trabalhavam no Rio, as duplas dos anos 1940, como Tonico e Tinoco, trabalhariam em São Paulo”.


                                                                          (Adaptado de: HAAG, Carlos. “Saudades do Jeca no século XXI”. In: Revista Fapesp, outubro de 2009, p. 80-5.)

Com respeito à pontuação, considere as afirmações abaixo.

I. Pode-se suprimir a vírgula colocada imediatamente após “esperar”, no segmento “não era, como se poderia esperar, um sofredor habitante do campo” (1º parágrafo), sem prejuízo para o sentido original e a correção.

II. As vírgulas colocadas imediatamente após “sertanejos” e “rodeios” no segmento “Gravada por ‘caipiras’ e ‘sertanejos’, nos ‘bons tempos do cururu autêntico’, assim como nos ‘tempos modernos da música americanizada dos rodeios’, Tristeza do Jeca...” (1º parágrafo) podem ser substituídas por travessões, mantendo-se o sentido original e a correção.

III. Sem que se faça outra alteração, os dois-pontos, no segmento “Acrescenta o antropólogo Allan de Paula Oliveira: ‘foi entre 1902 e 1960 que a música sertaneja...’” (último parágrafo), podem ser corretamente substituídos pela conjunção “que”.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • Alguém poderia me explicar a resposta certa?


  • I - A primeira não se pode retirar a virgula pois a frase entre virgulas está deslocada. Reescrevendo ficaria assim: "não era um sofredor habitante do campo como se poderia esperar"

    II - A virgula pode ser substituída por travessão, pois as palavras solicitadas tem o sentido de explicação na frase.

    III - O uso do "que" pode ser tanto para pessoas, como para objetos e pode ser trocado na frase por "o qual", neste caso então manteria a correção gramatical.

  • Errei por ter pensado que por afirmar ser conjunção acataria em erro,

    porque pode ser trocado por "a qual" se for pronome relativo.

    realmente não entendi...

  • III - Pode ser substituido pela conjunção "que" por ser uma conjunção integrante que inicia oração subordinada substantiva (ISSO)

    "Acrescenta o antropólogo Allan de Paula Oliveira QUE foi entre 1902 e 1960 (...) acrescenta o antrropólogo allan de Paula Oliveira ISSO.

    Não concordo com alguns comentários que dizem ser pronome relativo que pode ser trocado por "o qual". fica até estranho. Corrijam-me se eu estiver errado.

  • I - temos um aposto explicativo que deve ser separado por vírgulas 

    II - As vírgulas , nesse caso , podem ser substituídas por travessão ou parêntese ( CORRETA)

    III - o "que" é uma conjunção integrante ( pode ser substituído por ISSO)  (CORRETA)

    Acrescenta o antropólogo Allan de Paula Oliveira ISSO

    GABARITO : C


    SUAR NO TREINO PARA NÃO SANGRAR NA LUTA!

  • Gab C

    I - errado, não pode separar predicativo do sujeito, bastando saber disso elimina a) b) e)

    III - certo, Acrescenta o antropólogo Allan de Paula Oliveira: ‘foi entre 1902 e 1960 que a música sertaneja... isso é objeto direto, não é aposto.

    Ordem:

    A antropólogo Allan de Paula Oliveira acrescenta que foi entre 1902 e 1960 . . .

  • Errei porque pensei que a palavra " acrescenta deveria ir para o pretérito perfeito.