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ID
1314481
Banca
VUNESP
Órgão
FUNDAÇÃO CASA
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.

     Remião era um homem calado, hostil mesmo. Tinha emprego,  era vigilante noturno de um cemitério bem distante da sua casa,  mas não tinha amigos nem parentes com os quais conversasse.

Mas Remião tinha esposa. Uma mulher chamada Margarida,  que era exatamente ao contrário dele: alegre, que vivia sempre  rodeada de amigos e de parentes.
     Os amigos e familiares de Margarida ficaram consternados.  Esse cara vai arruinar sua vida, diziam-lhe, ele é um bicho do  mato. Mas ela estava apaixonada e resolveu arriscar. Casaram e  viveram juntos durante 25 anos. Foi uma existência solitária. Ela  trabalhava de dia, ele, de noite. Nos fins de semana ficavam em  casa. Ele tinha uma ocupação muito estranha: colecionava frases  que copiava dos túmulos, os epitáfios. Não conviviam com outras  pessoas.
     Um dia, Remião não voltou para casa. Telefonaram do cemitério em que ele trabalhava: ele tinha sido encontrado caído sobre  um túmulo, morto. Margarida chorou de dor diante daquela triste  fatalidade cruel e inesperada, mas seus parentes ficaram contentes.  “Graças a Deus a sorte livrou você daquele cara”, diziam. O fato,  porém, era que Margarida não podia esquecer o falecido. E quando chegava o dia de finados, corria para o cemitério com um ramo  de flores. Ficava horas, ali, chorando sem parar.
     Mas, no último dia de finados, algo surpreendente ocorreu.  Quando Margarida chegou ao cemitério, já havia um ramo de  flores sobre o túmulo de Remião. Quem o tinha colocado ali? Ela  perguntou ao zelador do cemitério. Ninguém sabia. Claro que  poderia ter sido um engano de alguém, mas era outra coisa que  Margarida imaginava. Pensava em uma bela mulher vestida de  preto, chorando e colocando o buquê ali. Quem seria essa mulher? 
     Para essa indagação, Margarida não tem resposta. Isso a  atormentará para sempre, até que a morte a separe de sua dúvida  e a leve à verdade. Os mortos sabem de coisas que os vivos desconhecem.

                                                                       (Moacyr Scliar, Folha de S.Paulo, 02.11.2009. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o trecho – ... daquela triste fatalidade cruel e inesperada,… (5.º parágrafo) – está escrito corretamente no plural.

Alternativas
Comentários
  • Manda tudo pro plural e já era... Alternativa C

     

    Continue, continue... Não Desista!

  • Coloca tudo no plural...

    GABA C

    ...daquelas tristes fatalidades cruéis e inesperadas …

     

  • Assinale a alternativa em que o trecho está escrito corretamente no plural.

    Gabarito C

    daquelas tristes fatalidades cruéis e inesperadas

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