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ID
1333342
Banca
FUNCAB
Órgão
PRODAM-AM
Ano
2014
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

O trabalho com família na atualidade vem adquirindo centralidade no conjunto das políticas sociais. Nesse contexto, o reforço da abordagem familiar requer dos assistentes sociais:

Alternativas
Comentários
  • As diferentes configurações familiares (como as famílias monoparentais, as famílias chefiadas por mulheres, as famílias sem descendência ou compostas por casais homossexuais); as particularidades de composição familiar dos grupos sociais de comunidades tradicionais (como indígenas, quilombolas, ribeirinhos, fronteiriços); as mudanças de papéis familiares decorrentes do desemprego masculino adulto, a forte presença de avós, o protagonismo juvenil, a gravidez na adolescência; entre outras, compõem uma diversidade de situações a serem consideradas nos programas de atendimento às famílias no âmbito do SUAS. Mioto (2001) afirma que “a família deve ser compreendida como espaço de pessoas, empenhadas umas com as outras; com relações familiares também construídas em relação com outras esferas, Estado, mercado, associações, movimentos”. Para a autora há perspectivas distintas de conceber a família, que têm desdobramentos nas políticas públicas e no trabalho social e, muitas vezes, se misturam na prática profissional. Mioto (2001) considera que a família é um ”espaço a ser cuidado”, sendo fundamental reconhecer a natureza e qualidade das relações na sua dinâmica interna e as determinações externas. Nessa perspectiva, o objetivo do trabalho social com a família é o seu apoio e fortalecimento, sendo necessárias proposições e articulações em relação à política social, agindo em conjunto com as próprias famílias e realizando avaliações dos resultados, impacto se modificações ocorridas em seu cotidiano. Há que se observar, entretanto, que a centralidade das famílias em programas públicos traz o risco de retrocessos conservadores, como as concepções estereotipadas e idealizadas de família, que apontam a solução dos problemas como competência das próprias famílias e desconsideram sua condição de fragilidade e vulnerabilidade diante da ausência de respostas públicas às suas demandas sociais. Nessa direção, as políticas públicas e o trabalho social podem assumir uma postura disciplinadora, controladora e instrumental, focalizando as famílias em situações-limites e não em seus processos cotidianos, com riscos de reforço a atomização, vitimização e responsabilização, prevalecendo assim respostas residuais e pontuais.

     

    Por Marluce Barros

  • O trabalho com famílias possui centralidade em algumas políticas sociais brasileiras como a aquelas que compões a Seguridade Social, como a Saúde e a Assistência Social. Este tipo de trabalho exige do profissional capacitação técnica e especializada devendo ser executado primordialmente por profissionais de nível superior. Demanda, ainda, capacidade técnica-operativa, teórico-metodológica e ética-política de forma que seja realizado um trabalho com qualidade. Os assistentes sociais ao atuar com as famílias devem se atentar para não retomar aos viés conservadores e evocar essa herança da profissão que já foi negada e superada. Assim, deve-se evitar análises superficiais e que busquem enquadrar famílias e indivíduos num modelo ideal, desconsiderando a totalidade social que envolve e é o pano de fundo de todo esse processo. Portanto, no trabalho social com famílias deve analisá-las a partir de uma reflexão crítica, considerando as transformações societárias e no mundo do trabalho que rebatem diretamente nos seus indivíduos reforçando, muitas vezes, suas fragilidade e implicando em situações de violações. Além disso, a família não é sempre núcleo protetivo e harmonioso possuindo também conflitos em seu interior.  Seus novos arranjos e configurações e suas novas formas de sobrevivência também trazem novas necessidades, por isso, é necessário conhecê-las antes de intervir. Após essa breve exposição, iremos comentar cada alternativa:
    a) esta alternativa está incorreta pois os assistentes sociais não devem retomar aos referenciais neotomistas presentes na gênese da profissão e que já foram superados;
    b) esta alternativa está incorreta pois deve-se analisar a família e suas necessidades e conflitos a partir da totalidade social, do contexto societário, não relegando somente a elas e seus indivíduos a responsabilidade sobre suas condições de vida e de trabalho;
    c) está incorreta pois o trabalho com família pressupõe fortalecê-las e também conscientizá-las politicamente e não enquadrá-las ou discipliná-las. Disciplinar remete as origens conservadoras da profissão que foram superadas.
    d) está correta pois deve-se ter esse cuidado, como já mencionado, buscando compreender a família a partir de conhecimentos críticos e reflexivos;
    e) está incorreta pois a reatualização do conservadorismo foi um dos eixos do processo de renovação do Serviço Social brasileiro entre as décadas de 1960 e 1970 e foi um viés conservador da profissão;


    RESPOSTA: D


  • d)

    um cuidado para evitar a produção de regressões conservadoras.