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ID
133435
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
MPS
Ano
2010
Provas
Disciplina
Administração Pública
Assuntos

Com referência aos modelos de administração pública, julgue os
seguintes itens.

Raymundo Faoro, em sua clássica obra Os Donos do Poder, ao confrontar o Estado patrimonial com o feudal, já se referia ao sistema patrimonial como aquele que, ao contrário dos direitos, dos privilégios e das obrigações fixamente determinados do feudalismo, prende os servidores em uma rede patriarcal, na qual eles representam a extensão da casa do soberano.

Alternativas
Comentários
  • O Brasil viveu um periodo conhecido como Estado Patrimonial, onde o sistema os direitos, os privilégios eram construidos com base na nobreza  que prendia os servidores em uma rede patriarcal, na qual eles representam a extensão da casa do soberano, assim como nos feudos.

  • Nessa questão o CESPE copiou a literalidade do livro de Raymundo Faoro,transcrevo trecho abaixo:

    "...ao contrário dos direitos, privilégios e obrigações fixamente determinados do feudalismo, prende os servidores numa rede patriarcal, na qual eles representam a extensão da casa do soberano. Mais um passo, e a categoria dos auxiliares do príncipe comporá uma nobreza própria, ao lado e, muitas vezes, superior à nobreza territorial.Há, sobretudo, o aparecimento de um órgão centralizador, dirigente, que conduz as operações comerciais, como empresa sua: o príncipe. Nenhuma exploração industrial e comercial está isenta de seu controle - guarda, todavia, para seu comando imediato os setores mais lucrativos, que concede,privilegia e autoriza à burguesia nascente, presa, desde o berço, às rédeas douradas da Coroa...."

    Bons estudos!!

  • GABARITO:C

     

    patrimonialismo é a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado. Foi comum em praticamente todos os absolutismos.


    O monarca gastava as rendas pessoais e as rendas obtidas pelo governo de forma indistinta, ora para assuntos que interessassem apenas a seu uso pessoal (compra de roupas, por exemplo), ora para assuntos de governo (como a construção de uma estrada). Como o termo sugere, o Estado acaba se tornando um patrimônio de seu governante.


    Tal postura se instaurou na Europa pelos germanos que invadiram Roma. Os romanos tinham por característica a república, forma onde os interesses pessoais ficavam subjugados aos da república. Os bárbaros, que aos poucos foram dando forma ao império decadente, tinham o patrimonialismo como característica, onde o reino e suas riquezas eram transmitidas hereditariamente, de forma que os sucessores usufruiam dos benefícios do cargo, sem pudor em gastar o tesouro do reino em benefício próprio ou de uma minoria, sem prévia autorização de um senado.

  • Eu entendi a parte que a questão caracteriza o Estado Patrimonial como certa, só não entendi essa diferenciação do feudalismo para o patrimonialismo no trecho: "se referia ao sistema patrimonial como aquele que, ao contrário dos direitos, dos privilégios e das obrigações fixamente determinados do feudalismo". 

  • Redondo....

  • Ao grupo que dominava o poder durante o Estado patrimonialista, Raymundo Faoro denominou de Estamento Burocrático.

    O indivíduo que exerce autoridade nesse sistema não era apenas um superior hierárquico, mas, sim, um "senhor" e os seus subordinados são mais que funcionários, eram "servidores", dentre estes estavam os nobres, os empregados domésticos, os clientes e os escravos. Os inferiores hierárquicos dedicavam à autoridade, mais do que seus serviços. Ofereciam a ela suas vidas em trocas de cargos, benesses, honrarias, privilégios e favoritismo.

    A administração política é tratada pela autoridade como assunto pessoal, assim como as riquezas auferidas pelo tesouro estatal provenientes da arrecadação de impostos. Percebe-se, assim, que Administração Pública era utilizada como instrumento de usurpação de poder. A res principis não se diferenciava da res publica, ou seja, os governantes não viam limites entre suas posses e a coisa pública.

    A conta dessa desordem entre o que seria público e o que seria o privado, a corrupção e o nepotismo tornaram-se características inerentes a esse sistema da gestão pública. O foco do referido sistema deixou de ser a defesa da coisa pública e a prestação de serviços à população e passou a ser questões que privilegiavam a vontade de poucos. Os cargos públicos eram distribuídos a inúteis nobres letrados respeitando critérios de status, parentesco e favoritismo

    ➥ Fonte: Prof. Heron Lemos - Estudo Dirigido para UFC – Vol 01 (Adm. Pública)

  • Não entendi esta parte: "ao contrário dos direitos, dos privilégios e das obrigações fixamente determinados do feudalismo"