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ID
1345381
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                  Ciência e arte

     “The Age of Insight" é um livro impressionante. Eric Kandel é um neurocientista de primeira. Já fora agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina em 2000 por seus trabalhos sobre a fisiologia da memória. Mas, em vez de escrever sobre axônios e dendritos, preferiu debruçar-se sobre a arte, mais especificamente sobre o modernismo vienense, e o resultado é uma obra de fôlego, tanto do ponto de vista da estética como da ciência.

     Kandel, ele próprio um vienense expatriado, fala com propriedade do ambiente cultural que reinava na capital austríaca na virada do século 20. Uma das teses do autor é a de que, assim como a física de Newton inspirou o iluminismo, a biologia de Darwin está na base do modernismo.

    Kandel destrincha escritos de Sigmund Freud e Arthur Schnitzler e as pinturas de Gustav Klimt, Oskar Kokoschka e Egon Schiele, para mostrar como as ideias inicialmente surgidas na Escola Médica de Viena acabaram engendrando um movimento artístico cujas influências perduram até hoje - e não apenas na arte.

    Freud e Schnitzler beberam dessa biologia médica para forjar as noções de inconsciente e sexualidade em seus contornos modernos. Klimt, Kokoschka e Schiele deram tradução pictórica a esses conceitos. Mas Kandel não se limita a contar essa história. Ele também escarafuncha nossos cérebros para revelar os mecanismos neuronais da visão e da percepção que esses pintores exploraram tão bem, ainda que não tivessem tanta clareza sobre seu funcionamento.

    E que não temam os puristas. As análises de Kandel, apesar de recheadas de boa ciência, lembram mais escritos de grandes historiadores da arte como Gombrich e Panofsky do que as anódinas descrições técnicas dos periódicos científicos. Kandel consegue com felicidade juntar arte, história e ciência numa obra. É um daqueles raros livros que mostram que ciências e humanidades são perfeitamente conciliáveis.

                                                                                 (Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 06.10.2013)

Considere as seguintes passagens do texto:

• Kandel destrincha escritos de Sigmund Freud e Arthur Schnitzler e as pinturas de Gustav Klimt, Oskar Kokoschka e Egon Schiele... (terceiro parágrafo)

• Ele também escarafuncha nossos cérebros... (quarto parágrafo)

Com o emprego dos termos destacados, Hélio Schwartsman afirma que Eric Kandel apresenta análises

Alternativas
Comentários
  • GABARITO (e)

    Pormenorizar

    v.t.d. e v.i. Demonstrar (alguma coisa) de maneira detalhada; fazer uma descrição minuciosa; esmiuçar: o bandido descreveu o crime ao policial, pormenorizando as situações que se conseguia lembrar; fez um texto simples, sem pormenorizar.

    ___________________________________________________________________________________


    Superficial
    Fig. Que não vai ao fundo das coisas; leviano: espírito superficial.
    Incompleto, sem profundidade: conhecimento superficial.


    Refutável
    adj.m. e adj.f. Suscetível de refutação; que pode ser contestado.


    Rudimentar
    adj. Refere-se aos rudimentos, noções básicas ou elementares sobre alguma coisa; básico ou primitivo: pensamento rudimentar.
    Grosseiro; desprovido de refinamento: casa rudimentar.
    Modesto; sem complexidade; que é simples: a vida rudimentar da fazenda.
    Que não apresenta evolução moral, intelectual nem psicológica: político rudimentar; país rudimentar.
    Resumido; que possui somente o essencial: método rudimentar.


  • Assertiva E

    pormenorizadas.