SóProvas


ID
1358644
Banca
FCC
Órgão
TRT - 3ª Região (MG)
Ano
2005
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Na inventada época em que se amarrava cachorro com lingüiça,lutei e consegui emprego de jornalista na redação de um matutino paulistano. A palavra lutar é correta. Tive de passar por uma prova de conhecimentos que nem de longe se comparava às exigências que hoje se fazem para oferecer trabalho com honestidade. O aprendizado era feito de descobertas e novidades; havia prazer e emoção no enfronhar-me no ofício que viria a ocupar boa parte de minha vida. Só num único e mesmo jornal permaneci mais de vinte anos. Esse período permitiu conviver com numerosos colegas cujos destinos se cruzavam, tomavam caminhos paralelos ou simplesmente alteravam o curso.
      Algumas figuras se tornaram sombras, nunca mais ouvi falar, a não ser vagamente. Se a memória pudesse ser reavivada para livrar-se do azinhavre do tempo, tentaria recuperar a história do desaparecimento do capitão Vânio, companheiro de redação. Fiquei sabendo por alto, morreu nas masmorras do Chile, defendendo uma causa política, com suas idéias heróicas. Nunca soube com exatidão como foi o fim daquele oficial que parecia suave anjo de voz tranqüila.
      Amenizando o passado, poderia também evocar a lembrança de outro colega, mais voltado para as conquistas do capitalismo prático, que largou o jornalismo e o trocou por uma agência de publicidade - onde os salários poderiam ser menos virtuosos, porém mais compensadores. E nesse meritório ramo desenvolveu grande capacidade criativa. O resultado mais notável foi uma frase que ajudou a vender a rodo a então ainda tímida cerveja Níger. A frase, parentemente simples, cativava inteligências e paladares: Níger - nem doce nem amarga. Foi um sucesso estrondoso. Eu próprio, movido pela curiosidade do bordão, me tornei freguês do achado publicitário, se bem que nunca fui de abandonar as “loirinhas bem geladas”. A Níger era escura. Ou, se preferem, mulata. Questão de gosto, de paladar.
(Lourenço Diaféria. Almanaque Brasil de Cultura Popular,julho de 2004)

Observa-se, no 2º parágrafo do texto,

Alternativas
Comentários
  • Gab. letra A.

    Sinceramente, o examinador viajou na maionese, parece-me muito subjetiva a intepretação de que exista oposição neste parágrafo.

  • Alguns membros da banca de português da FCC não batem bem da cabeça. Eles interpretam de modo que somente eles entendem. Eles têm que ter bom senso e colocar a questão de modo que outras pessoas possam ter o mesmo entendimento. Estou cansado de ver professores de português corrigindo as provas da FCC em desconformidade com o gabarito.

  • Até vejo essa oposição na A, mas por que a D estaria errada?

  • Achei que a D seria a correta... ? 

     

  • sinceramente a questão é muito subjetiva, pois ao defender sua causa politica com suas ideias heroícas (a pessoa pode defender com uma voz tranquila ou vociferando aos 4 cantos do mundo), mesmo estando em uma masmorra.

    por isso ainda penso que a alternativa mais coerente é a D.

  • por que a D estaria errada?

  • Na minha interpretação a letra D não está correta, pois o autor, embora possua dúvida quanto a nunca saber com exatidão o fim do oficial, não possui dúvida quanto a nunca mais ouvir falar das figuras que conviviam consigo. Ou seja, ele tem certeza que nunca mais ouviu falar, só não sabe o paradeiro de seus antigos companheiros de profissão.

  • Vale ressaltar que a "fundação" só e criado por lei quando é de direito público!

  • Concordo plenamente com os comentários dos colegas,muito subjetiva a questão,me parece que a assertiva D se encaixa melhor.
  • Não há dúvida quando o mesmo diz que nunca mais ouviu falar. Isso é uma afirmação.