Leia  o  texto  de  Lya  Luft,  Pensar  é  Transgredir,  a  seguir  e  identifique,  nas  alternativas    abaixo,  a  ideia  transmitida pela autora ao empregar a expressão “ pegar o touro pelos chifres “  
  “Não  lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos  —  para  não  morrermos  soterrados  na  poeira  da  banalidade  embora  pareça  que  ainda  estamos  vivos.   Mas compreendi, num  lampejo: então é  isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais  fútil nem demais acomodada.     
 Algumas vezes é preciso pegar o  touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a  vida não  tem de ser sorvida como uma  taça que se esvazia, mas como o  jarro que se renova a cada gole  bebido. Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. Apalpar, no nevoeiro de quem somos,  algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero  me  tornar  ou  já  fui. Muita  inquietação  por  baixo  das  águas  do  cotidiano. Mais  cômodo  seria  ficar  com  o  travesseiro sobre a cabeça e adotar o  lema  reconfortante:"Parar pra pensar, nem pensar!" O problema é  que  quando  menos  se  espera  ele  chega,  o  sorrateiro  pensamento  que  nos  faz  parar  (...)  Sem  ter  programado, a gente para pra  pensar  (...) Hora de  tirar os disfarces, aposentar as máscaras e  reavaliar:  reavaliar-se. Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.  Somos  demasiado  frívolos:  buscamos  o  atordoamento  das mil  distrações,  corremos  de  um  lado  a  outro  achando  que  somos  grandes  cumpridores  de  tarefas. Quando  o  primeiro  dever  seria  de  vez  em  quando  parar e analisar: quem a gente é, o que  fazemos com a nossa vida, o  tempo, os amores  (...) Mas pensar  não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em  torno, e quem sabe finalmente respirar. Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso  pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm  significado  como  fases  de  um  processo.  Se  nos  escondermos  num  canto  escuro  abafando  nossos  questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o  prato das  inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. Os ganhos ou os danos  dependem da  perspectiva  e possibilidades de  quem vai  tecendo a  sua história. O mundo em  si não  tem  sentido  sem  o  nosso  olhar  que  lhe  atribui  identidade,  sem  o  nosso  pensamento  que  lhe  confere  alguma  ordem. Viver, como  talvez morrer, é  recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida,  mas  elaborada.  Eventualmente  reprogramada.  Conscientemente  executada.  Muitas  vezes,  ousada.   (...)Para viver de verdade, pensando e  repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser  amado;  e  amar;  e  amar-se.  Ter  esperança;  qualquer  esperança. Questionar  o  que  nos  é  imposto,  sem  rebeldias  insensatas  mas  sem  demasiada  sensatez.  Saborear  o  bom, mas  aqui  e  ali  enfrentar  o  ruim.  Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem  renunciar a si mesmo e à possível  dignidade.  Sonhar,  porque  se  desistimos  disso  apaga-se  a  última  claridade  e  nada mais  valerá  a  pena.  Escapar,  na  liberdade  do  pensamento,  desse  espírito  de manada  que  trabalha  obstinadamente  para  nos  enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal  se conseguiu fazer.” 
Ainda com  relação ao  texto acima, seu  título é  uma  síntese  do  texto,  fundamental  para  sua  interpretação. Baseado na análise de “Pensar é  transgredir”, título e texto, assinale a alternativa  correta: