Vale ressaltar alguns conceitos relacionados às vozes
verbais, que nada mais são do que aqueles comportamentais adquiridos
pelo verbo, ou seja:
Voz ativa - o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo.
Voz passiva- o sujeito recebe, sofre a ação praticada pelo verbo.
Voz reflexiva- o sujeito é agente e paciente de forma simultânea.
Tornando práticas tais noções, constatemos:
Os alunos realizaram a pesquisa – voz ativa
A pesquisa foi realizada pelos alunos - voz passiva analítica (formada
por um verbo auxiliar + um principal expresso numa das formas nominais –
particípio).
Realizaram-se a pesquisa – voz passiva sintética
Voltemos nossa atenção para essa última, na qual observamos que o
verbo, uma vez se classificando como transitivo direto (realizaram),
aparece acompanhado do pronome oblíquo “se”.
Dessa forma, cabe ressaltar que em se tratando da função sintática, esse pronome assume a função de partícula apassivadora.
Estima-se em mais de 2 bilhões de reais o valor da madeira de lei ainda submersa em Tucuruí.
Vamos à análise? Primeiro, perguntemos ao verbo quem é o sujeito!
Quem estima? Alguém estima algo.
Agora, a transitividade. Perguntemos ao verbo o que se estima. Estima-se o quê? Estima-se o o valor da madeira de lei ainda submersa em Tucuruí. O verbo estimar é um verbo transitivo direto e por isso pede um objeto direto como complemento. Neste caso, "o valor da madeira de lei ainda submersa em Tucuruí" é o OBJETO DIRETO
Deve-se atentar para a presença do "se". Pelo simples fato da existência do "se", no enunciado, o objeto direto "o valor da madeira de lei ainda submersa em Tucuruí" deixa de ser objeto direto e passa a ser o SUJEITO DA ORAÇÃO. No caso, sujeito paciente. O "se" então é uma PARTÍCULA APASSIVADORA.