SóProvas


ID
1392130
Banca
FCC
Órgão
Câmara Municipal de São Paulo - SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Reféns da palavra

Durante muito tempo, os gregos desconfiaram da palavra escrita como a linguagem cifrada de um mundo obscuro que só levava à danação, diferentemente do que se aprende “de cor”, ou com o coração, como está na etimologia. Homero, o inventor da literatura ocidental, era maior porque também nunca escrevera nada e suas estrofes inaugurais tinham sido transmitidas oralmente, de coração em coração.

Meu convívio forçado com o computador, sua conveniência, seus mistérios e seus perigos, me faz pensar muito sobre a precariedade da palavra. Pois um pré-eletrônico como eu está sempre na iminência de ver textos inteiros desaparecerem sem deixar vestígio na tela. O computador nos transforma todos em reféns sem fuga possível da palavra e pode acabar, num segundo, com um dia inteiro de trabalho da pobre musa dos cronistas em trânsito. Ao mesmo tempo, nos transformou na primeira geração da História que tem toda a memória do mundo ao alcance de um dedo.

O computador resgata a memória como mestre da História ou, ao contrário, nos exime de ter memória própria, e decreta o domínio definitivo da escrita sobre quem a pratica? Sei lá. É melhor acabar aqui antes que este texto desapareça.

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. Diálogos impossíveis. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. p. 58)

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o elemento sublinhado na seguinte frase:

Alternativas
Comentários
  • 1º se acha o sujeito da frase. O verbo deve necessariamente concordar com o sujeito.

    A) O verbo "resgatam" concorda com "memórias" (se resgatam memórias - é o sujeito da frase) 

    B) O verbo "desconfia" concorda com "oralidade" (desconfie tanto da oralidade - sujeito). "Razões" não é o sujeito da frase.

    C) O verbo "devotar" concorda com "confiança" (não se devota a mesma confiança - sujeito). "Dados" não é o sujeito da frase

    D) O verbo "implica" concorda "preservação" (a preservação implica EM algum prejuízo - e não "alguma") "Dados" não é o sujeito da frase

    Gabarito A

  • Questão pessimamente formulada.

  • Não entendi a questão. alguém me explica?

  • Marjory Baxter, voce falou, na letra B, que o verbo desconfiar concorda com " oralidade", mas essa palavra é um termo precedido de preposição. E pelo que vi em alguns vídeos, palavra preposicionada não é sujeito de frase. 

    " que se desconfie tanto da oralidade " ------>  O "se" nesta frase é I.I.S, ai o verbo obrigatoriamente fica na 3° pessoa do SINGULAR. 
  • entendi foi nada dessa porcaria...

  • A questão está pedindo para marcar a alternativa que concorda com o termo grifado. 

    Para isso, temos que analisar se o termo grifado é o sujeito ou núcleo do sujeito e se ele exige flexão do verbo que está entre parêntese.

    Alternativa A. 

    As memórias que se (resgatar) na tradição oral estão carregadas de afetividade, segundo a etimologia.
    Qual o sujeito do verbo resgatar?As memórias... resgatam 

    Corretíssima, porque o termo grifado exige que o verbo seja flexionado.Observação: o "que" é pronome relativo que retoma memória e o "se" também é pronome que se refere a resgatar (resgatam-se) , mas está na posição de próclise porque foi atraído por outro pronome. 

    Alternativa B.

    Não há razões para que se (desconfiar) tanto da oralidade, atribuindo-lhe toda sorte de limites.
    * não consegui localizar o sujeito, se alguém souber dá uma ajudinha pra nós. 

    Alternativa C.

    Não se (devotar) aos dados de um computador a mesma confiança que merece um documento em papel.

    Quem é o sujeito do verbo devotar? 
    A mesma confiança...devota aos dadosA alternativa me trouxe grifado aos dados que é objeto indireto. Logo, não é ele que pede flexão do verbo. 

    Alternativa D.

    Será que a memória dos computadores (fazer) por merecer toda a nossa confiança?

    Quem é o sujeito do verbo fazer? 

    A memória dos computadores.

    Qual é o núcleo do sujeito?

    A memória...faz por merecer..

    O núcleo do sujeito é sempre o primeiro substantiva que aparece sem preposição 

    Mas, a alternativa me trouxe grifado dos computadores.

    Logo, alternativa está errada, porque não é esse termo grifado que pede flexão do verbo. 

    Alternativa E.

    Mesmo problema da D. 

    Não sei se a preservação dos dados dos computadores (implicar) alguma prejuízo para a memória do indivíduo.

    Quem é o sujeito de implicar?

    A preservação dos dados dos computadores.

    Qual é o núcleo?

    A preservação.... implica...

    Mas a questão me trouxe o termo dados . É ele que exige flexão do verbo? Não. 

    Errada. 

  • Nossa, é verdade Luciano, não acredito que vacilei assim!

     O pior é que estudei tanto sobre o bendito verbo haver e nem me dei conta ...rsrs. 

    Bom, antes vacilar agora do que na hora da prova né?! 

    Obrigada!


  • Gente, não entendo que MEMÓRIAS seja sujeito do verbo RESGATAR. AS memórias não resgatam a si próprias, alguém às resgata, sujeito indeterminado, ou seja, o verbo ficaria no singular. Mas assim a questão não teria assertiva correta. Aliás, a estrutura é bem parecida com a assertiva B.

  • A preservação dos dados e das memorias. implica algum prejuízo para a memoria.

    Pergunte a si mesmo, quem implica ? a preservação
  • LETRA A
    O ENUNCIADO QUER QUE SE ANALISE SE A PALAVRA SUBLINHADA É O SUJEITO DA FRASE, POIS APENAS O SUJEITO ALTERARIA O VERBO.

    a)As memórias que se (resgatar) na tradição oral estão carregadas de afetividade, segundo a etimologia. CORRETO.
    O "QUE" É PRONOME RELATIVO E SUJEITO E  SE REFERE A PALAVRA QUE O ANTECEDE (MEMÓRIAS) QUE ESTÁ NO PLURAL, ASSIM O VERBO DEVERÁ FLEXIONAR-SE PARA O PLURAL.

    b)Não há razões para que se (desconfiar) tanto da oralidade, atribuindo-lhe toda sorte de limites.ERRADO
    FRASES:
    1º NÃO HÁ RAZÕES (VERBO HAVER É IMPESSOAL, NÃO HÁ SUJEITO, FICA NO SINGULAR).
    2º DESCONFIAR DE DEVIDO O VERBO SER  TRANSITIVO INDIRETO, O "SE" QUE O ACOMPANHA É PARTÍCULA INDETERMINADORA DO SUJEITO, ASSIM NÃO HÁ SUJEITO E O VERBO FICA NO SINGULAR. DESSA, FORMA  RAZÕES NÃO É SUJEITO DE DESCONFIAR.

    c)Não se (devotar) aos dados de um computador a mesma confiança que merece um documento em papel.
    ERRADO - DEVOTA AOS DADOS DEVIDO O VERBO SE TRANSITIVO INDIRETO, O "SE" QUE O ACOMPANHA É PARTÍCULA INDETERMINADORA DO SUJEITO E O MESMO FICARÁ NO SINGULAR. ASSIM, DADOS NÃO É SUJEITO DE DEVOTAR.

    d)Será que a memória dos computadores (fazer) por merecer toda a nossa confiança?
    ERRADO, O SUJEITO É "A MEMÓRIA DOS COMPUTADORES" E O SEU NÚCLEO É "MEMÓRIA, ASSIM,  O VERBO FICA NO SINGULAR. LOGO, COMPUTADORES NÃO É NÚCLEO DO SUJEITO E NÃO IRÁ  INFLUENCIAR NA FLEXÃO DO VERBO.

    e)Não sei se a preservação dos dados dos computadores (implicar) alguma prejuízo para a memória do indivíduo.
    ERRADO O SUJEITO DE IMPLICAR É É "A PRESERVAÇÃO DOS DADOS DOS COMPUTADORES" E O SEU NÚCLEO É PRESERVAÇÃO, LOGO DADOS NÃO É O SUJEITO DE IMPLICAR E NÃO VAI INFLUENCIAR NA SUA FLEXÃO.


  • Marjory explicou mt bem, mas só uma ressalva: o verbo concorda com o NÚCLEO DO SUJEITO e não com o sujeito.

  • muito obrigada Fabiana. Não entendi como fazer a questão.


  • O enunciado quer que façamos uma relação entre o verbo que consta entre parênteses com o sujeito que está sublinhado, para saber se aquele concorda com este. Para isso é necessário flexionar o verbo na frase para analisar. Vejamos:

    a) As memórias que se (resgatar) na tradição oral estão carregadas de afetividade, segundo a etimologia. O verbo flexionado "resgatam" concorda com "memórias".

    b) Não há razões para que se (desconfiar) tanto da oralidade, atribuindo-lhe toda sorte de limites. O verbo flexionado "desconfie" concorda com "oralidade". Pergunte ao verbo:Para que se desconfie de que? da oralidade.

    c) Não se (devotar) aos dados de um computador a mesma confiança que merece um documento em papel. O verbo flexionado "devota" concorda com "confiança" .  O que se devota? a mesma confiança. 

    D) Não sei se a preservação dos dados dos computadores (implicar) alguma prejuízo para a memória do indivíduo.O verbo flexionado "implica" concorda "preservação" . A preservação implica "em" algum prejuízo. 

    ( Acredito que ocorreu um erro na palavrinha "alguma" ) 


    É importante identificar o sujeito, para que possamos flexionar o verbo em conformidade. 


  • Aooooo enunciado truncado, ou só eu mesmo que achei. Li vi a resposta na A, mas será que é isso mesmoque a banca quer?? Fui lê as outras, às vezes, nos perdemos por causa do enunciado maluco.

    A questão é simplória, depois de matutar a mente, vejo que se trata de identificar o seu devido sujeito.

    O QUE//QUEM VAO REGASTAR??? AS MEMÓRIAS. Logo, o verbo sempre concordará com o núcleo do sujeito "memórias", bastemos também nos ater à concordância plural, singular. 


    GAB LETRA A

  • Andrade, creio que na B o sujeito seja indeterminado, até porque sujeito preposicionado não pode.
    Da oralidade (OI), pois quem desconfia, desconfia "de" . Se oralidade estivesse no plural em nada mudaria a questão.
    "Não há razões para que "ele" se desconfie tanto da(s) oralidade(s)."

    Na verdade a pergunta pro verbo seria :  "quem é que se desconfia?"

    Bom isso tudo "creio eu". kk

  • Quando nos deparamos com esse tipo de questão a primeira etapa é verificar se o termo sublinhado pode exercer função de sujeito. Desta forma já podemos eliminar as alternativas C, D e E, pois os termos sublinhados são preposicionados, perceba: AOS DADOS, DOS COMPUTADORES, DOS DADOS, (lembrando que termo preposicionado jamais pode exercer função de sujeito).


    Agora vamos a segunda etapa, na letra A temos duas orações a 1° é: As memórias estão carregadas de afetividade, segundo a etimologia. (sujeito as memórias, perceba que essa oração foi separada e introduzida dentro dela uma outra oração)


    A segunda oração da letra A é: que se regataram. (Nesse caso o pronome relativo queretoma o termo as memórias, que funciona como sujeito da 2° oração. Substituindo o que pelo termo anterior temos: resgataram-se as memórias. Aqui é que mora o grande perigo, nesse caso é muito fácil confundir o termo as memórias que tem função de sujeito com objeto direto, porque temos na frase a partícula se, que funciona como apassivadora. Colocando a frase na ordem direta: as memórias foram resgatadas. Muito importante saber quando o verbo vem com a partícula SE e é transitivo direto o seu complemento funciona como sujeito (ex. vendem-se casas / casas são vendidas. O sujeito é casas, portanto seria errado dizer: vende-se casas, no singular). Agora quando o verbo for intransitivo ou transitivo indireto e vier acompanhado da partícula SE ela será índice de indeterminação do sujeito, vou explicar isso na letra B.  Com isso temos que o gabarito é letra A.


    Na letra B temos primeiro uma oração sem sujeito, pois o verbo haver no sentido se existir deve ficar sempre no singular, deixando a oração sem sujeito.  Não há razões perceba que razões é objeto direto do verbo haver e não sujeito. Na 2° oração temos para que se desconfie tanto da oralidade, perceba que o verbo da oração é transitivo indireto (quem desconfia, desconfia de alguma coisa) e nesse caso a partícula se é índice de indeterminação do sujeito, devendo o verbo ficar no singular. Dessa maneira de forma alguma o verbo poderia ser flexionado concordando com razões. Estando portando essa alternativa errada também.


    Segue mais alguns exemplos de partícula se como índice de indeterminação do sujeito:

    Necessita-se de voluntários para o hospital. (VTI)

    Precisa-se de empregados. 

  • Só uma correção  sobre a letra E: o verbo implicar possui três sentidos diferentes, a saber: 

    a) ter implicância - VTI -rege a preposição com ;

    b) com sentido de causar, acarretar, provocar é transitivo direto, logo , não rege a preposição EM. O certo seria: a preservação implica algum prejuízo e só, não tem esse em antes .

    c) envover-se -aqui sim rege a preposição EM.

    Fonte: aula da professora Maria Augusta , do CERS.
  • Acho que o examinador deve ter usado algum entorpecente ao elaborar essa questão, ou já devia estar de saco cheio. 

  • excluiria já de cara as questões C,D,E porque os termos têm preposição, logo não é sujeito. (ujeito não pode vir preposicionado) restaria as alternativas A e B, na alternativa B, neste caso o se é índice de indeterminação do sujeito o verbo estará na terceira na pessoa do singular.

  • Questão simples, porém o enunciado é complexo. Acertei a questâo, mas...

    Esse tipo de quetão é típico da FCC.

  • não entendi o enunciado, nem a explicação do professor....

  • GENTE, CUIDADO COM COMENTÁRIOS ERRADOS !! A QUESTÃO ESTÁ PEDINDO O TERMO REFERENTE

     

     

    a) As memórias que se (resgatar) na tradição oral estão carregadas de afetividade, segundo a etimologia.

    RESGATAR = VTD , logo o SE = PA

    REGRA: O VERBO DEVE CONCORDAR COM O SUJEITO PACIENTE NO CASO AS MEMORIAS

     

    b) Não há razões para que se (desconfiar) tanto da oralidade, atribuindo-lhe toda sorte de limites.

    DESCONFIA = VTI , logo o SE = IIS

    REGRA: IIS O BERBO DEVERÁ FICAR SEMPRE NA TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR

     

    c) Não se (devotar) aos dados de um computador a mesma confiança que merece um documento em papel.

     

    d) Será que a memória dos computadores (fazer) por merecer toda a nossa confiança?

    FAZER POR MERECER O QUE = A MEMÓRIA DOS COMPUTADORES

     

    e) Não sei se a preservação dos dados dos computadores (implicar) alguma prejuízo para a memória do indivíduo.

    IMPLICAR EM QUE = A PRESERVAÇÃO DOS DADOS

  • a- ok
    b- se desconfia da oralidade
    c- a confianca nao se devota
    d- a memoria faz
    e- preservacao implica

  • Basta procurar o NÚCLEO DO SUJEITO, pois o verbo só concorda com tal elemento.