SóProvas


ID
1392304
Banca
CONSULPLAN
Órgão
CBTU
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A reconstrução da democracia 

    A sociedade brasileira acorda para os 50 anos de um trauma que viveu em sua história democrática.
    O golpe de 1964 atrasou a consolidação das bases da democracia brasileira e o alargamento de suas vias de desenvolvimento político, socioeconômico e cultural. É extremamente oportuno trazer à memória os eventos arbitrários que levaram à destituição do presidente João Goulart, que cumpria legítimo mandato democrático. Tais eventos abriram ao país os terríveis anos de chumbo, fechando as portas da liberdade com a instalação de 21 anos de ditadura.
    Todos os desdobramentos, danos e reflexos daquele fatídico 31 de março devem ser lembrados como aprendizado, como antídoto a eliminar, de pronto, eventuais sinais de ameaça que venham a pairar sobre o Estado democrático de Direito. 
    Regimes de exceção perpetuam privilégios, disseminam a injustiça, atrasam o desenvolvimento, comprometem as perspectivas de emancipação do povo e fecham as janelas do futuro de uma nação. 
    As sociedades atuais encontraram nas legislações de caráter democrático a referência para estabilizar a convivência entre os homens, sob a base ampla de direitos e deveres comuns a todos. Nesse contexto está a advocacia, profissão com status constitucional que defende os direitos dos cidadãos junto ao Estado, exercendo extraordinária função de caráter social. Na moldura arbitrária e sombria imposta aos brasileiros entre 1964 e 1985, a advocacia emergiu como principal defensora da cidadania, a despeito de pressões, prisões, ameaças e abusos de toda a espécie que se abateram sobre seus quadros. 
    A seccional paulista e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) enfrentaram corajosamente os governos militares pela salvaguarda das prerrogativas dos advogados em seu papel de defesa dos presos e perseguidos políticos, procurando-os em delegacias, quartéis e em centros clandestinos de detenção e tortura. Pesava aí não apenas a demanda pela legalidade processual, mas a urgência da preservação da vida. É sabido que centenas de brasileiros, vítimas de prisões arbitrárias, acabaram mortos sob tortura. 
    A advocacia emergiu na linha de frente pela reconstrução da ordem democrática, mesmo nos anos mais duros da repressão. Conduziu as bandeiras libertárias a um Congresso que atuava com direitos mínimos e controlados, aos representantes do Judiciário, à imprensa, às entidades organizadas da sociedade civil, às praças. Viveu-se nesse tempo sob a imposição de atos institucionais, como o AI-5, que estabeleceu o estado de sítio, suspendeu direitos políticos e cassou o habeas corpus daqueles acusados de crimes contra a Lei de Segurança Nacional. 
    Momento digno de nota, porque memorável, foi a leitura da “Carta aos Brasileiros” pelo jurista Goffredo Telles Júnior. Em 8 de agosto de 1977, sob as arcadas da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, ele conclamou a volta da democracia, do “Estado de Direito, já”. Goffredo justifica o brado dizendo-se representante da família do Direito, uma “família indestrutível, espalhada por todos os rincões da pátria”.
    Nos duros anos do regime militar, os advogados, em todos os espaços do país, assumiram com destemor seu papel em defesa dos cidadãos e da normalidade institucional. Alguns desses nomes ainda permanecem à frente de ações que, hoje, buscam promover o resgate da memória nacional e da verdade, em uma demonstração de que o caminho mais viável para o Brasil superar seus imensos desafios passa, necessariamente, pela democracia. 

(Marcos da Costa. Folha de São Paulo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/04/1434430-marcos-da-costa-a- reconstrucao-da-democracia.shtml. Adaptado.) 

No trecho “Viveu-se nesse tempo sob a imposição de atos institucionais, [...]” (7º§), percebe-se que o sujeito do verbo “viver” está

Alternativas
Comentários
  • Sujeito oculto ocorre quando o sujeito não aparece na oração, mas podemos facilmente reconhecê-lo.Ex.: Fiz minhas tarefas. (sujeito: EU).

    Sujeito indeterminado ocorre quando não podemos identificar o sujeito na oração. Ocorre quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem nenhuma referência a qualquer agente já referido nas orações anteriores;  na terceira pessoa do singular, acompanhado do pronome “se”; no infinitivo impessoal.


  • índice de indeterminação do sujeito (se)

  • iis Verbo na 3p do singular seguido de pronome SE. Abre olho que pode ser iis (indice de indeterminação do sujeito)

  • Verbo intransitivo + se indice de indeterminação do sujeito.

  • 00 abre o olho!! ¬¬

  • viveu= verbo intransitivo

    nesse tempo = adjunto adverbial de lugar 

    O sujeito  é indeterminado nos seguintes casos :

    A)verbo na terceira pessoal do plural sem fazer referência anterior

    exemplo : dizem que eu estudo pouco :(

    b) verbo transitivo indireto na terceira pessoal do singular + se

    Ex: desconfiava-se de que ele estudava pouco :(

    c) verbo de ligação na terceira pessoa do singular + se

    ex: era-se mais feliz quando estudava mais :(

    D) verbo intransitivo + se

    Viveu-se nesse tempo

     

  • Sujeito indeterminado: existe um sujeito na oração, mas não se consegue identificar, no caso, é sujeito indeterminado, o pronome está “se” como índice de indeterminação do sujeito.

    GABARITO -> [
    E]

  • Viveu-se nesse tempo sob a imposição de atos institucionais, [...]”

     

    Viver ~> Verbo intransito ~> Seguido de pronome "se" ~> Sujeito Indeterminado

  • Boa tarde,

     

    A regra é clara, diante de verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos (caso da questão) e verbos de ligação + partícula "se" teremos o sujeito indeterminado e o "se" será uma PIS (partícula indeterminadora do sujeito).. Outra coisa boa de observar também é que os verbos nessa situação estará sempre no singular.

     

    Já quando estiverbos diante de um VTD ou VTDI + "se" teremos uma PA (partícula apassivadora). MUITO CUIDADO nesse caso, pois muitos tem a impressão de estarem diante de um objeto direto, mas não! Estarão mesmo é diante de um sujeito, veja bem:

     

    Vendem-se casas  (muitos aqui seguem o seguinte raciocínio: quem vende, vende algo, portanto temos um OD) Muito cuidado, isso está errado"

     

    O verbo vender é um verbo transitivo direto é verdade, mas somado a PA "se" e fazendo a transposição correta teremos:

     

    Casas são vendidas (logo notamos que um VTD ou VTDI + SE terá transitividade da voz passiva sintética para passiva analítica, portanto, aquilo que muitos pensavam ser objet direto é na verdade o sujeito)

     

    Bons estudos

  • Indice de INDETERMINAÇÃO do sujeito, portanto, esse apresenta sujeito indeterminado sempre. Só tenham cuidado com frases que apresentam pronome apassivador visto que nessas o sujeito é paciente e as mesmas não apresentam complemento verbal.

  • A partícula "se" associada a verbos transitivos indiretos e verbos intransitivos denota indice de inderteminação do sujeito.

  • VERBO + SER + PREPOSIÇÃO = SUJEITO INDETERMINADO

     

    "VIVEU-SE NESSE TEMPO..."

    = VIVEU + SE + EM + ESSE

    = VIVER + SE + EM

    = SUJEITO INDETERMINADO

  • GABARITO E

     

    Sujeito indeterminado

    É aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de indeterminar o sujeito de uma oração:

     

    a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:

    O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum termo identificado anteriormente (nem em outra oração):

     

    ex.:

    Procuraram você por todos os lugares.
    Estão pedindo seu documento na entrada da festa.

     

     

    b) Com verbo ativo  na 3ª  pessoa do singular, seguido do pronome se:

    O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de indeterminação do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.

     

    ex:

    Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo)
    Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Indireto)
    No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação)

     

     

    c) Com o verbo no infinitivo impessoal:

     

    ex.:

    Era penoso estudar todo aquele conteúdo.
    É triste assistir a estas cenas tão trágicas.

     

    Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a elementos explícitos em orações anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado.

     

    ex.:

    Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas verduras.

    Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito oculto.

     

     

    bons estudos

  • GABARITO: LETRA D

    SUJEITO INDETERMINADO:
    Há orações que não apresentam nenhuma unidade linguística para ocupar a casa ou função de sujeito. Todavia, nelas há uma referência a sujeito, mas só de maneira indeterminada, imprecisa: Estão batendo à porta. / Precisa-se de empregados. Diz-se nestes casos que o sujeito é indeterminado.
    A língua portuguesa procede de três maneiras na construção de orações com sujeito indeterminado:
    a) verbo na 3ª pessoa do plural sem referência a qualquer termo que, anterior ou seguinte, lhe sirva de sujeito: Nunca me disseram isso.
    b) verbo na 3ª pessoa do singular com valor de 3ª pessoa do plural, nas mesmas circunstâncias do emprego anterior. Este uso do singular é menos frequente que o do plural: Diz que o fato não aconteceu assim (diz = dizem).
    c) verbo na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome se, não seguido ou não referido a substantivo que sirva de sujeito do conteúdo predicativo. Trata-se de um sujeito indiferenciado, referido à massa humana em geral; dizemos, neste caso, que o se é índice de indeterminação do sujeito ou pronome indeterminador do sujeito: Vive-se bem aqui. / Precisa-se de empregados.

    FONTE: Evanildo Bechara para concursos : ENEM, vestibular e todo tipo de prova de Língua Portuguesa.