Enquanto Melanie Klein inventava uma nova prática da análise infantil,
Anna Freud seguia o caminho indicado pelo pai desde o tratamento de
Herbert Graf (o pequeno Hans). Considerando que uma criança é frágil
demais para ser submetida a uma verdadeira análise, com exploração do
inconsciente, defendia o princípio do tratamento sob a responsabilidade
da família e dos parentes, e mais geralmente sob a tutela das
instituições educativas. Segundo ela, o complexo de Édipo não devia ser
examinado muito profundamente na criança, em razão da falta de
maturidade do supereu. Nesse campo, a abordagem analítica devia ser
integrada à ação educativa. A fraqueza da doutrina annafreudiana vinha da ausência de reflexão sobre
os laços do filho com a mãe. Aos olhos de Anna, só contava a relação
com o pai. Daí a prioridade dada à pedagogia do eu, em detrimento da
exploração inconsciente.
http://www.nucleodepesquisas.com.br/biografias/anna-freud-1895-1982/