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ID
1427932
Banca
VUNESP
Órgão
PC-CE
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ficção universitária

Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro de 2013 trazem elementos para que tentemos desfazer o mito, que consta da Constituição, de que pesquisa e ensino são indissociáveis.

É claro que universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas, produzir mais inovação e atrair os alunos mais qualificados, tornando-se assim instituições que se destacam também no ensino. O Ranking Universitário mostra essa correlação de forma cristalina: das 20 universidades mais bem avaliadas em termos de ensino, 15 lideram no quesito pesquisa (e as demais estão relativamente bem posicionadas). Das 20 que saem à frente em inovação, 15 encabeçam também a pesquisa.

Daí não decorre que só quem pesquisa, atividade estupidamente cara, seja capaz de ensinar. O gasto médio anual por aluno numa das três universidades estaduais paulistas, aí embutidas todas as despesas que contribuem direta e indiretamente para a boa pesquisa, incluindo inativos e aportes de Fapesp, CNPq e Capes, é de R$ 46 mil (dados de 2008). Ora, um aluno do ProUni custa ao governo algo em torno de R$ 1.000 por ano em renúncias fiscais.

Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que o país não dispõe de recursos para colocar os quase sete milhões de universitários em instituições com o padrão de investimento das estaduais paulistas.

E o Brasil precisa aumentar rapidamente sua população universitária. Nossa taxa bruta de escolarização no nível superior beira os 30%, contra 59% do Chile e 63% do Uruguai. Isso para não mencionar países desenvolvidos como EUA (89%) e Finlândia (92%).

Em vez de insistir na ficção constitucional de que todas as universidades do país precisam dedicar-se à pesquisa, faria mais sentido aceitar o mundo como ele é e distinguir entre instituições de elite voltadas para a produção de conhecimento e as que se destinam a difundi-lo. O Brasil tem necessidade de ambas.

(Hélio Schwartsman. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br, 10.09.2013. Adaptado)


Assinale a alternativa em que a expressão destacada é empregada em sentido figurado.

Alternativas
Comentários
  • Fig. O que há de melhor em alguma coisa, especialmente num grupo social; escol, elite.
    fonte: http://www.dicio.com.br/nata/

  • Sentido Figurado é o sentido "simbólico", "figurado", que podemos dar a uma palavra. Quando seu significado é ampliado ou alterado no contexto em que é empregada, sugerindo ideias que vão além de seu sentido mais usual.

    No texto em questão “nata” é usado como a melhor parte de algo; aquilo que é o melhor.

  • No dircionário a palavra "nata" encontra-se assim: a camada gordurosa do leite que se forma à superfície, us. para fazer manteiga.

    Teóricamente, não sou especialista, a nata se refere a melhor parte do leite.

    Então a "nata", é utilizada para se referir a melhor parte de algo, no nosso casa a "elite dos especialistas".

  • Haja leite!...

    C) ... universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas...

     

    Nata

    substantivo feminino 
    1    a camada gordurosa do leite que se forma à superfície, us. para fazer manteiga
    2    Derivação: sentido figurado.
    a melhor parte de algo; aquilo que é o melhor
    3    Derivação: sentido figurado.
    a camada de maior poder ou de maior prestígio num grupo social ou num grupo de pessoas que exercem a mesma atividade; elite
    Ex.:

    4    Rubrica: construção.
    película que se forma na superfície de uma massa de concreto ainda mole
    5    a massa formada pela suspensão de cimento em água
    6    Regionalismo: Norte do Brasil, Nordeste do Brasil. Uso: informal.
    a polpa macia do coco verde; catarro

    (Houaiss)

  • Essa é uma questão de Conotação e Denotação.

    Conotação ou Sentido Figurado: a palavra é empregada de maneira em que seu significado não é o mesmo do dicionário. Quando a palavra é usada no sentido Denotativo ai sim é no significado do Dicionário.