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ID
1440769
Banca
VUNESP
Órgão
PC-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                                                                               Ortotanásia e eutanásia

    O que é a vida, afinal? É simplesmente um conjunto de reações bioquímicas? Ou algo maior, sagrado e eterno? A nossa perplexidade diante desse tema tão polêmico, que é a eutanásia, advém das incertezas que cercam o sentido da existência humana.
    Sou oncologista e imunologista. Faz 28 anos que busco mais vida com qualidade para os pacientes com câncer e portadores de Aids com câncer. Os pacientes que já na primeira consulta me dizem que querem morrer antes de tentar os tratamentos são exceções. Mas existem. Todos os pacientes, tanto os que querem enfrentar tratamentos antes de morrer como os que não querem, têm um elemento comum, que é a falta de esperança, a depressão e o medo do sofrimento. Independentemente das novas e eficientes técnicas de tratamento, há instantes em que se perde a batalha contra as doenças. É então que uma pergunta se faz necessária: até quando é lícito prolongar com medidas artificiais a manutenção da vida vegetativa? Existe grande confusão entre os diversos tipos de eutanásia – ou boa morte. Uma é a eutanásia ativa, na qual o médico ou alguém causa ativamente a morte do indivíduo. Ela é proibida por lei no Brasil, mas é prática regulamentada, em alguns outros países, como Holanda e Dinamarca.
    Em um outro extremo, há a distanásia que, segundo o especialista em bioética padre Leo Pessini, “é um procedimento médico que prolonga inútil e sofridamente o processo de morrer procurando distanciar a morte”. Sou contra a distanásia. E como seria a verdadeira boa morte? Creio que é aquela denominada morte assistida que prefiro denominar de ortotanásia. É cuidar dos sintomas sem recorrer a medidas intervencionistas de suporte em quadros irreversíveis. É respeitar o descanso merecido do corpo, o momento da limpeza da caixa preta de mágoas e rancores; é a hora de dizer coisas boas, os agradecimentos que não fizemos antes. É a hora da despedida e da partida. Então, talvez possamos acreditar no escritor Jorge Luis Borges: “Morrer é como uma curva na estrada, é não ser visto”.

(Nise Hitomi Yamaguchi, doutora pela Faculdade de Medicina da USP. Folha de S.Paulo, Tendências/Debates, 26 de março de 2005. Adaptado)

Considere o seguinte trecho do texto para responder à questão.

    A nossa perplexidade diante desse tema tão polêmico, que é a eutanásia, advém das incertezas que cercam o sentido da existência humana.

Considerando-se o uso do pronome e a colocação pronominal, a expressão em destaque no trecho – ... que cercam o sentido da existência humana... (1.º parágrafo) – está corretamente substituída pelo pronome, de acordo com a normaadrão da língua portuguesa, na alternativa:

Alternativas
Comentários
  • http://www.questoesdeconcursos.com.br/questoes/da077d34-07


    Q480254

    Tentem novamente.


    bons estudos

  • Pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes)

    Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).

    PRÓCLISE

    Usamos a próclise nos seguintes casos:

    (1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo algum.

    (2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que.

    (3) Advérbios OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o pronome. - Aqui, trabalha-se.

    (4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.

    (5) Em frases interrogativas.

    (6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).

    (7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM. - Em se tratando de beleza, ele é campeão.

    (8) Com formas verbais proparoxítonas - Nós o censurávamos.

    MESÓCLISE

    Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – amarei, amarás, ...) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – amaria, amarias, ...)

    - Convidar-me-ão para a festa.

    Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.

    - Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.

    ÊNCLISE

    Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa.

    - Entregar-lhe

    - Não posso recebê-lo.


  • O verbo "cercam" vem antecedido do pronome atrativo "que". O qual não permite ênclise.

    Logo, gab. C.

    Complementando...

    O pronome lhe exerce sempre a função de objeto indireto na oração.

    Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos diretos como objetos indiretos.

    Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como objetos diretos.

    Exemplos: (r, s, z)

    fiz + o = fi-lo

    fazeis + o = fazei-lo

    dizer + a = dizê-la


    Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as formas no, nos, na, nas.

    Por exemplo:

    viram + o: viram-no

    repõe + os = repõe-nos

    retém + a: retém-na

    tem + as = tem-nas 

    http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf44.php

  • QUE O CERCAM.

  • O "que" atrai a próclise.

  • Vunesp adora fatores atratativos.

  • ... que cercam o sentido da existência humana... 

     

    Quem cerca, cerca algo ou alguma coisa, portanto é VTD. Neste caso admite o, a, os, as.

    Se fosse VTI, poderiamos usar lhe, lhes.

     

    Observe que temos um PRONOME atrativo, portanto usamos como um IMÃ, ficando... que o cercam...

  • Gab: C

     

    Atenção!

     

    Fatores de próclise (atração)

    1 – Advérbios;

    Ex.: Agora se negam a depor.

     

     

    2 – Palavras negativas;

    Ex.: Não lhe enviei o relatório, nem o orientei devidamente.

     

     

    3 – Pronomes relativos;

    Ex.: Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas.

     

     

    4 – Pronomes demonstrativos;

    Ex.: Isso me diz respeito.

     

     

    5 – Pronomes indefinidos;

    Ex.: Poucos lhe deram a oportunidade.

     

     

    6 – Conjunções subordinativas;

    Ex.: Quando me vi sozinho, chorei.

     

    Ainda, mais quatro observações importantes:

     

    7 – Verbos no infinitivo sempre admitem o uso da ênclise.

    Ex.: Não importar-se com o que ocorra.

    Note-se que, devido à presença do verbo no infinitivo, o pronome poderá permanecer após a forma verbal, mesmo que haja fator atrativo. Sem problemas, também poderíamos ter a seguinte construção: “Não se importar com o que ocorra”.

     

     

    8 – Verbos no particípio e no futuro jamais admitem o uso da ênclise.

    Ex.: Ninguém deve ter se lembrado desses mecanismos.

    Ex.: Tratar-me-ei.

     

    Lembre-se de que a mesóclise só poderá ocorrer com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito, desde que não haja um fator de próclise, ou seja, uma palavra atrativa. Veja outros exemplos:

     

    Realizar-se-ia uma nova reunião. (sem fator atrativo)

    Mostrar-lhe-ei outros projetos. (sem fator atrativo)

    Não te enviarei outra proposta. (com fator atrativo)

    Depois se buscaria uma solução melhor. (com fator atrativo)

     

     

    9 – A expressão “em + verbo no gerúndio” exige a próclise.

    Ex.: Em se tratando desse assunto, Rodrigo é especialista.

     

     

    10 – Frases exclamativas, interrogativas e optativas (frases que exprimem desejo) exigem a próclise.

    Ex.: Como te julgaram!

    Ex.: Como se chama o presidente do Senado Federal?

    Ex.: Bons ventos o tragam, Lucas Gonçalves.

  • Que cercam o sentido.... Que cercam!

  • Gabarito letra c

  • cercar é VTD logo já pode eliminar a D e E, a outra regra é que o pronome relativo QUE atrai o pronome oblico átono "O"