A Dor de Cabeça em Salvas, ou “Cluster Headache”, é o tipo de dor de cabeça mais intensa descrita pela medicina, habitualmente caracterizada pelos pacientes como sendo em “facadas ou em pontadas finas penetrantes”. A localização mais comum, mas não obrigatória, é em volta de um olho, podendo ser na fronte e na têmpora do mesmo lado. Alguns pacientes têm a dor se irradiando para a face e até para o pescoço e e ombro. A dor é essencialmente unilateral. Os sofredores de dor de cabeça em salvas adotam medidas desesperadas durante as crises, como bater com a cabeça na parede para tentar aliviar a dor ou ficar se movimentando como se o repouso piorasse a dor. Ela se apresenta de forma rítmica, fazendo com que alguns pacientes consigam prever o horário da próxima crise ou a época em que ela se iniciaria novamente, provocando grande ansiedade antecipatória.
Como reconhecer a cefaleia em salvas?
Normalmente as crises da Dor de Cabeça em Salvas apresentam-se como:
-De um só lado e sempre do mesmo lado da cabeça;
-Em volta do olho, mas podendo também ser na fronte, têmpora e até na face;
-Intensidade muito elevada e caráter excruciante ou lancinante;
-Cada dor tem duração de 15 minutos a três horas e aparecendo em dias seguidos ou alternados e passam com ou sem medicamentos;
-Com frequência entre uma e oito vezes por dia, se manifesta em horas semelhantes e comumente acorda os seus sofredores no meio da noite, fazendo-os pular fora da cama antes de totalmente acordados, tal a sua intensidade;
-Geralmente é associada com vermelhidão ocular, lacrimejamento e entupimento nasal (às vezes com corrimento nasal) do mesmo lado da dor;
-A dor em geral dura de dois a quatro meses por ano, desaparecendo sozinha para retornar após períodos variados de tempo, que podem chegar a anos, comumente nas mesmas épocas.
-Por vezes, a dor evolui para ausência de remissões ou períodos sem dor, ou já começa sendo permanente, o que se constitui na forma CRÔNICA de dor de cabeça em salvas.
Edema da medula óssea (osteonecrose cavitacional indutora de neuralgia (OCIN); osteonecrose isquêmica) - mais comum em mulheres entre 35-60 anos; região de terceiros molares inferiores é a mais afetada; os pacientes tem dificuldade de descrever o padrão/localização da dor, sendo frequentemente descrita como uma dor óssea profunda e aguda, que tipicamente começa suave e aumenta de intensidade com o passar dos meses e anos, podendo também estabelecer-se subitamente após realização de procedimentos dentários com uso de vasoconstrictores.
Associações comuns: abuso de álcool; desordens de coagulação; trauma; gravidez; LES. *Menos comumente associada ao tabaco.
Neuralgia pós-herpética: dor persistente entre 1 e 6 meses após o aparecimento do rash cutâneo do hérpes-zóster. Sensação de queimação contínua com episódios de dores lancinantes; presença de alodinia tátil, onde um leve toque sobre a área pode desencadear a dor. *Não confundir com a dor em "choque" que ocorre na neuralgia do trigêmio após estímulo táctil.
Arterite temporal: + comum em mulheres >50 anos; cefaleia unilateral latejante (coincide com os batimentos cardíacos do paciente) gradualmente substituída por uma dor facial e temporal ardente, intensa e contínua. Dor durante a mastigação e utilização de chapéu (pressiona artéria temporal).
Miastenia grave: doença neuromuscular; características principais em cabeça e pescoço - parestesia muscular extraocular, ptose palpebral, diplopia, disfagia, disartria.